Assim que rodei Polyroll pela primeira vez, sua principal influência se tornou muito clara. É simplesmente impossível jogar um segundo deste jogo sem imediatamente se lembrar de Sonic. A falta de originalidade é gritante – inclusive com arte que ocasionalmente parece tirada diretamente do Sonic de Mega Drive. Quer dizer, olha só isso.
Dito isso, convenhamos que há jogos bem piores para Polyroll chupinhar. E, se é para copiar, pelo menos ele copia direitinho. Com isso, quero dizer que o jogo não apenas parece o Sonic. Ele é quase tão bom quanto o Sonic original de Mega Drive. Uma boa forma de exemplificar é que, se as cartas do destino tivessem sido distribuídas de outra forma, este talvez fosse estrelado pelo porco-espinho no lugar de Sonic Mania.
E veja bem: sua influência é especificamente do primeiro Sonic, ou seja, é um plataforma mais metódico, não como os jogos posteriores, em que você passava pelas fases correndo.
ANÁLISE POLYROLL
O level design também segue a mesma linha, com uma pá de caminhos diferentes. Minha experiência em Sonic fez com que eu normalmente escolhesse as rotas de cima, mas considerando quão poucas joias encontrei ao longo da campaha, talvez eles tenham adivinhado que a galera faria isso, e escondido as maledetas nos caminhos inferiores.
Outra coisa bacana é que ele vai na contramão do indies de plataforma moderno. Não há limite de tempo nem de vidas, então dá para brincar à vontade. Além disso, se você é fã do gênero, deve ter reparado que o comum hoje em dia é fazer dois ou três mundos, com um monte de fase em cada um deles. Afinal, é mais barato. O cenário pode ser reaproveitado mais vezes, em detrimento da variação.
Polyroll, por outro lado, tem uma pá de mundos diferentes. Cada um deles tem até quatro fases (alguns têm apenas uma), armadilhas e mecânicas diferentes, além de um chefe no final. Então a coisa é bem variada. O jogo é bem curtinho, mas por causa disso, parece mais longo do que realmente é, sem nunca ficar chato ou repetitivo.
Lembra das joias que falei há pouco? Elas servem para abrir fases bônus, caminhos alternativos e até mundos inteiros secretos. Felizmente, o jogo não parece ser muito exigente. Há mais de 90 joias e eu peguei apenas 40, mas acredito que vi o mapa inteiro. Aliás, você PRECISA de 40 joias para abrir a fase final.
POR QUE VOCÊ NÃO ENCARA ALGUÉM DO SEU TAMANHO?
Daí temos os chefes. E se Polyroll é um joguinho amigável e relaxante durante quase o tempo todo, é justamente nestas batalhas que ele mostra os dentes. O salto de dificuldade de uma fase qualquer para o chefe é ABSURDO! Para você ter uma ideia, eu devo ter morrido menos de três vezes em fases na campanha inteira, mas acho difícil que tenha vencido qualquer chefe com menos de dez tentativas.
Outro salto absurdo de dificuldade acontece nas fases bônus. Nestas, você deve chegar ao final em 60 segundos e, conseguindo este feito, ganha um coração extra de energia. Eu encontrei três delas, e devo ter passado pelo menos 40 minutos repetindo a terceira, sem sucesso. Acabei desistindo.
Na real, você não precisa destes upgrades. A energia é especialmente importante nos chefes, mas você começa todas as batalhas com apenas um coração cheio, e deve encher os outros pegando losangos coloridos (10 enchem um coração). E dificilmente dá para encher mais do que os três iniciais com os losangos disponíveis na arena dos chefes. Então acaba sendo algo para completistas mesmo. O problema é que eu sou completista, então o tempo que eu perdi no terceiro bônus me azedou no jogo inteiro.
TATU BOLINHA
Ainda assim, eu me diverti bastante com Polyroll, e ele está sendo vendido a um preço bem acessível. Assim fica fácil recomendar para qualquer fã de plataformas 2D, mas especialmente para quem tem saudades do Sonic original. #MegaDriveForever