Boomerang X, da Devolver Digital, é um jogo inovador. Seu combate e movimentação são criativos e divertidos. Porém, ele também é cansativo, repetitivo e, em alguns casos, literalmente nauseante. Sabe onde você descobre tudo isso? Ora pois, na nossa análise Boomerang X, é claro!
ANÁLISE BOOMERANG X
Boomerang X é um jogo em primeira pessoa com simpáticos gráficos low poly. Ele é totalmente construído em cima da mecânica de bumerangue de uma enorme shuriken que você encontra logo no início.
A shuriken em questão volta automaticamente, mas você também pode chamá-la quando desejar. Porém, isso é o básico do básico, e a coisa logo vai para o 11. As duas principais e mais úteis mecânicas envolvem se teleportar até onde o bumerangue estiver, e então diminuir a velocidade do tempo. Isso, na prática, faz com que você fique mais ou menos parado no ar enquanto mira nos inimigos.
Um vídeo fala mais do que mil imagens, então assista abaixo um dos combates perto do início do jogo.
ANÁLISE BOOMERANG X: CRIATIVO E DIVERTIDO
Às vezes a gente tem impressão de que já inventaram tudo, e nada de novo pode ser criado. Jogos como Boomerang X mostram como isso está longe da verdade. Eu sinceramente não me lembro de outro combate que funcione de forma semelhante a este.
Em seus melhores momentos, você vai se teleportar, parar o tempo, mirar no ponto fraco nas costas do inimigo e se teleportar de novo perto de outro. E mesmo isso não resume totalmente o jogo, pois você continua ganhando novas habilidades e especiais durante toda a campanha. Literalmente, pois o último upgrade vem antes da última arena. Sabe qual é o problema? Isso é tudo que Boomerang X tem a oferecer.
REPETITIVO E CANSATIVO
Não tem história nem exploração. O jogo é uma série de arenas separadas por pequenos corredores, e as arenas envolvem lutar contra oito ou mais ondas de inimigos sem morrer. Morrer exige voltar da primeira.
No começo até parece que ele vai usar essas habilidades bacanas de movimentação para ser um jogo de plataforma. Mas não é o caso, ele é total e unicamente focado no combate.
Para mim uma simples sequência de arenas com ondas de inimigos já não é interessante. Porém, a exigência de voltar desde a primeira quando você morre na oitava torna um jogo já repetitivo muito cansativo.
Isso se torna um problema porque o jogo fica muito difícil muito rápido. Da metade para frente, as arenas são cheias de perigos, como chão e paredes com lava. Isso significa que você precisa voar o tempo inteiro, pois é muito difícil conseguir pousar exatamente nas estreitas pontes que você vê na imagem acima. Simplesmente não tem descanso. E oito ondas seguidas podem demorar 20 minutos ou mais.
BOOMERANG X É NAUSEANTE
Tudo culminou no último chefe, que acontece dentro de um globo. Encostar no globo te mata, e o chefe voa em todas as direções. Então você precisa tomar um cuidado absurdo e, depois de dezenas de teleportes, não vai mais saber diferenciar cima de baixo. Foi nessa batalha que eu fiquei literalmente enjoado. E não, eu não costumo ficar enjoado em outros jogos em primeira pessoa. Porém, a movimentação frenética e ele não deixar você pousar por alguns segundos para descansar em uma batalha de meia hora revirou meu estômago.
A boa notícia é que ele tem algumas opções de acessibilidade, e uma delas permite ativar invencibilidade. Essa é a melhor forma de jogar, pois Boomerang X é muito mais divertido se você puder curtir o combate sem se preocupar em ter que repetir 20 minutos caso encoste no chão.
A campanha é bem curta, e pode ser jogada do começo ao fim em uma tarde. Porém, como o jogo é apenas uma sequência de arenas, se torna cansativo muito antes de terminar. Mesmo com os upgrades constantes.
Boomerang X é um jogo que causa uma excelente primeira impressão, mas esta vai se esvaindo ao longo da campanha repetitiva. O combate é legal, mas uma dúzia de arenas separadas por corredores não é o que eu considero um bom level design. Claramente colocaram muito mais carinho nas mecânicas do que nas fases, e isso é uma pena, pois o jogo tinha potencial para ser melhor.