Alwa’s Awakening, do estúdio Elden Pixels, saiu no início de 2017 para PC e chegou recentemente ao Switch, o console queridinho dos indies. Confira nossa análise.
SEM REINVENTAR A RODA
Alwa’s Awakening é um metroidvania com visual de jogo de Nintendinho, mas que funciona exatamente como o clássico dos clássicos Super Metroid.
O mapa tem apenas algumas caveirinhas, que indicam a localização dos chefes, e você precisa caçar todos para liberar o acesso à última área. Embora passe a sensação de liberdade, a coisa é relativamente linear, pois seu progresso é barrado pelas habilidades que ainda não possui, como é prática no gênero.
Dito isso, o gameplay é bastante diferente de Metroid. Este não é um jogo de tiro, mas um puzzle-plataforma. Pense em Trine, e você terá uma boa ideia de como é jogar Alwa’s Awakening.
Esqueça os upgrades tradicionais de Metroidvania, como pulo duplo, wall run e et ceteras do tipo. Aqui sua evolução se dá basicamente pela aquisição de ferramentas. Coisas como o poder de criar um bloco que pode ser usado para apertar botões ou como plataforma para atingir locais altos.
Há combate, mas é bastante simples. Basicamente, você tem um ataque de cajado… e é isso. Depois de um bom tempo de jogo, rola um raiozinho, mas sua utilidade é prioritariamente para atacar os chefes.
DIFÍCIL COMO VOCÊ QUISER
Os chefes, aliás, são bem bacanas. Todos eles, sem exceção, parecem muito difíceis no primeiro encontro. Porém, seus ataques são baseados em padrões e assim que você saca o funcionamento, e consegue manter a calma, se torna possível vencer todas as lutas sem grande dificuldade.
Com isso, não pense que Alwa’s Awakening é fácil. Durante as sete horas que levei para terminar sua campanha, morri quase 200 vezes. Felizmente, ele nunca se torna frustrante, graças a uma opção de acessibilidade.
Acontece que o jogo foi planejado para ter checkpoints limitados. Morreu, volta do save. Mas os saves não são frequentes. A última área, por exemplo, é composta de vários andares, cada um com umas cinco telas, e um único save no início do andar. Morrer na quinta tela significa voltar vários desafios. Em outros casos, morrer em um chefe te faz voltar várias telas, que devem ser novamente ultrapassadas para uma nova luta.
Porém, entretanto, todavia, dá para ativar uma opção que possibilita ressuscitar no início de cada tela. O delfonauta sabe que é assim que eu acredito que um jogo deve ser. Você não deve ser obrigado a passar várias vezes por desafios que já venceu para chegar aonde morreu.
Ativar esta opção possibilitou que eu me divertisse bastante com Alwa’s Awakening. Isso não deixa o jogo mais fácil, como é provado pelas minhas quase duas centenas de mortes. Porém, elimina quase completamente a repetição. Devo dizer que, se ele seguisse a modinha do jogo difícil truezão que está na moda ultimamente, esta resenha seria consideravelmente mais negativa. E dificilmente eu teria tido saco para jogá-lo até o fim.
Tenho dificuldades de entender porque alguém escolheria ficar repetindo as mesmas coisas várias vezes para chegar onde morreu, mas ei, se você gosta disso, é só não ativar a opção “se não aguenta, bebe leite”.
ALWA’S AWAKENING
Visualmente, Alwa’s Awakening decididamente não é muito inspirado. Ele quer parecer um jogo de Nintendinho, e neste aspecto é bem sucedido. Porém, ele não parece um jogo especialmente bonito de Nintendinho.
A música, por outro lado, é fantástica. Nem todas são legais, mas temos aqui algumas das melhores chiptunes que eu já ouvi. Ele segue aquela tradição de Super Mario, de você ir jogando enquanto cantarola as melodias. Assista ao vídeo abaixo, a partir dos três minutos, e tente não cantar junto.
Se Alwa’s Awakening não reinventa a roda em matéria de level design e gameplay, ele definitivamente vai ser lembrado pela sua trilha sonora.
Dito isso, o level design é bacana o suficiente para que seja um jogo bastante divertido (desde que você ative os checkpoints). Trata-se de um plataforma bastante desafiador, gênero que muito me agrada. Aliás, quem não curte um bom plataforma?