A Annapurna Interactive é uma das editoras mais especiais da atualidade. Eu só não falo mais dela por aqui pois tenho muita dificuldade em ter acesso a seus códigos de review. Porém, adoro quase tudo que ela lança (se você ainda não jogou o recente Last Stop, eis minha recomendação telepática). Assim, foi com grande surpresa e alegria que recebi o sinal verde para escrever esta análise A Memoir Blue.
A ANNAPURNA INTERACTIVE E OS SENTIMENTOS
A Annapurna Interactive é algo raro: uma publisher com personalidade. E ela consegue isso praticamente sem lançar grandes franquias ou continuações. Seus jogos são sempre feitos com muito talento e coração, mas com orçamento mais baixo. São experiências que elevam os games a um novo patamar, que mostram quanto de sentimento essa mídia pode passar.
A Memoir Blue se encaixa nessa descrição. Mas não é tão especial quanto Sayonara Wild Hearts, Virginia ou Last Stop. Mas calma que eu te conto tudo!
ANÁLISE A MEMOIR BLUE
A Memoir Blue é um point and click se falarmos literalmente. Porém, não é o que você espera do gênero. Ele não tem quase nada de um Full Throttle ou de Day of the Tentacle. Basicamente, é uma história. Uma animação bela e sentimental, do tipo que você assiste em festivais de animação pelo mundo.
A interatividade não vem através de decisões ou de escolher qual item usar onde, como nos clássicos da Lucasarts. Basicamente, você vai assistindo à história, até que ela para. E daí deve levar o cursor para algum ponto da tela e clicar lá. Às vezes basta clicar, em outras, é necessário arrastar. Essas clicadas acendem luzes, levam madeiras para criar pontes e coisas do tipo.
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Não são puzzles, pois são bastante simples. Em geral, basta clicar em tudo que dá para clicar e, se você não passar imediatamente, terá uma boa ideia de como prosseguir. E a história não é afetada pelo que você faz nessas cenas. São simplesmente pausas interativas antes de prosseguir com a narrativa pré-estabelecida.
A HISTÓRIA
A história e o audiovisual são os focos. Na história, acompanhamos uma moça se lembrando da relação com sua mãe. Ela vai passando por pontos importantes da infância, vendo sua versão criança e sua progenitora como belos desenhos animados.
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Tudo é potencializado por um estilo de arte lindíssimo e por uma trilha sonora de apertar o coração. Todas as músicas são levadas ao piano ou violão, e algumas têm uma tranquila voz feminina. A cantora é a única voz que você ouve no jogo, pois a história é totalmente não verbal.
A Memoir Blue é perfeitamente capaz de emocionar, com uma história bonita e uma narrativa tocante. Porém, para ser absolutamente sincero, você não ganha muito a mais ao jogá-lo pessoalmente do que ao simplesmente assistir à sua história completa no tubão.
A MEMOIR BLUE É UMA BOA JUSTIFICATIVA PARA O GAME PASS
Como uma bela experiência audiovisual, mas com baixa interatividade, pode-se argumentar que A Memoir Blue funcionaria melhor no cinema. Até sua duração, de cerca de 60 minutos, parece perfeita para um festival.
A Memoir Blue é uma experiência forte e que recomendo, porém não necessariamente comprando. Assim, acaba sendo altamente recomendável se você tem o Game Pass.