Alexandre

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Finalmente estréia no Brasil um dos filmes mais controversos do ano. Uma superprodução da Warner, que nos trouxe em tempos recentes pérolas como Capitão Sky e o Mundo de Amanhã, Matrix e O Senhor dos Anéis mas, ao contrário destes, Alexandre vem colecionando críticas negativas, além de um pífio rendimento nas bilheterias estadunidenses. Mas como Neo, Capitão Sky ou outro super-herói de sua escolha, o DELFOS vem ao resgate e salva Alexandre do poço das críticas negativas, mantendo ainda, sua fama de “do contra”. Só faltou conquistar a garota. Mas isso fica para a continuação…

Como já ficou claro na introdução (afinal, nunca tentei esconder nada do amigo Delfonauta) eu gostei de Alexandre. Muito. Na verdade, ele estaria na minha seleta lista de melhores filmes do ano ao lado de maravilhas como Homem-Aranha 2 e o supracitado Capitão Sky. Aqui, Alexandre é mostrado como um herói, uma versão romantizada de um grande guerreiro, o que me lembra as sábias palavras de Yoda: “Guerras nunca tornaram ninguém grande”. Apesar disso, o descaso do roteiro em relação à violência e aos assassinatos perpetrados pelo imperador macedônico acabam sendo necessários. Caso contrário, simplesmente torceríamos contra ele e não a favor.

Algumas das características citadas nas resenhas negativas são realmente verdadeiras. Por exemplo, é impossível negar que Alexandre é um filme pomposo. Agora os críticos que me desculpem, mas desde quando um longa ser pomposo é algo negativo? Caramba, estamos falando de um épico que relata a história do maior conquistador da história de nosso planeta. Na boa, dava para contar essa história sem ser pomposo? E assim, dependendo de seu gosto, um dos tão falados defeitos se torna uma qualidade. E das grandes.

Ok, mas o fato de eu ter gostado do filme não o exime de outros defeitos. Quase todos concentrados nas batalhas. Para começar, a câmera treme sem parar nas cenas de luta. Além disso, elas são extremamente violentas, podendo gerar uma certa náusea naqueles de estômago mais fraco como este que vos escreve. Essas duas características, somadas à rápida edição utilizada gera tonturas, deixam o espectador perdido e, por fim, entediado e torcendo para a tal cena de ação terminar logo. Afinal, não dá para ver nada mesmo. E para quê colocar uma cena no filme onde o público não vai conseguir ver nada?

Outro probleminha está no estrelado elenco. Todos têm ótimas atuações, sem discussões nesse ponto, mas é fato que é difícil engolir que Angelina Jolie (aliás, nunca a achei bonita, mas nesse filme ela está detonante) e Val Kilmer são os progenitores de Colin Farrel. Li em algum lugar que Farrel tem entre 25 e 30 anos. Isso faz com que, para fazer sentido, Angelina e Val deveriam estar, no mínimo, próximos aos seus 50 anos. Ora, eu sou realmente péssimo para adivinhar idade, mas já teria uma certa dificuldade para acreditar que eles estão na casa dos 40, quanto mais dos 50.

Para finalizar os problemas, o que talvez seja o mais grave deles. Na minha resenha de O Último Samurai, disse que era uma história comum, mas a forma como ela era contada o tornava um filme especial. Este é o contrário. A história é maravilhosa, porém a forma como ela é contada, de forma não linear e com um excesso de personagens, deixa o público confuso e entediado em algumas cenas. Para citar um exemplo, posso lembrar de uma cena onde Alexandre é exilado durante uma discussão com seu pai. Então o filme dá um salto para o futuro quando seu pai já estava morto e “Alê” já era um grande combatente. Algum tempo depois, o filme volta para o passado e mostra o jovem personagem de Farrel conversando amigavelmente com seu pai, pouco antes da morte deste último. Toda a questão do exílio é simplesmente ignorada no filme, o que tornaria mais sensata a simples exclusão da cena da discussão.

Ok, eu listei os defeitos e quase não falei das qualidades, mas é simplesmente porque elas aparecem em grande quantidade o tempo todo. Qualquer pessoa que gosta de “Pompa e Circunstância”, épicos, heróis, mitologia, enfim, qualquer assunto que mereça ser contado deve assistir a esse filme. E quando chegar em casa, deve compará-lo à letra de uma das músicas mais legais do Iron Maiden (leia resenha do show no Brasil) que trata do mesmo tema, Alexander The Great. Pelo menos foi o que eu fiz.

Alexandre estréia hoje, 14 de janeiro.