Com certeza nenhum delfonauta do sexo masculino jamais se imaginou como o recheio de um sanduíche onde os pães são feitos de Natalie Portman e de Scarlett Johansson. Sim, eu sei, a simples sugestão dessa idéia repugnante causa ojeriza e repulsa a qualquer grande defensor da moral e dos bons costumes. Porém, algum lunático teve essa idéia e decidiu dar ao pobre Eric Bana o papel do coitado que teria que se submeter a isso.
Falando sério, esse é daqueles filmes que acabou ganhando fama mais pelo seu elenco nerd do que por qualquer outra coisa. Afinal, temos aqui a Padmé, o Hulk e a mina do Encontros e Desencontros (não lembro o nome dela). E convenhamos, ter que escolher entre a Natália Porto-Homem ou a Escarlate Filho de João não é das coisas mais temidas pelos homens, ao contrário de coisas como baratas ou aranhas, principalmente se forem grandes e peludas. Ok, como mulheres grandes e peludas também não apetecem a maior parte dos caras, posso dizer que essas são características que nenhum macho procura em ser vivo algum.
Contudo, “historiamente” falando, A Outra é um melodrama deveras exagerado, cheio de casamentos arranjados, intriguinhas, traições, pessoas más e ambiciosas e até uma insinuação de incesto. Essas características são de fazer inveja a qualquer novelinha mexicana e nos fazem pensar que este filme funcionaria melhor como uma minissérie de televisão.
A história mostra duas irmãs (Natália e Escarlate, nenhuma das duas é grande, nem peluda) que competem para seduzir o Rei da Inglaterra. Uma delas, a Escarlate, é do bem. Tão do bem que chega a ser boba. A Natália, por outro lado, é má como o diabo e vai fazer de tudo para se tornar a rainha da Inglaterra, mesmo que para isso acabe afundando o país e a família real em uma crise.
O longa tem qualidades. Visualmente, é muito bonito. Os figurinos parecem saídos de um show do Blackmore’s Night e a música é bem legal. Só que você não assiste a um filme por causa dessas coisas, você espera uma boa história. E as únicas pessoas que consigo imaginar gostando da história que temos aqui são mulheres acima dos quarenta anos e que assistem religiosamente a todas as novelas da TV aberta. Duvido que pessoas assim acessem o DELFOS, então fica difícil recomendar este filme por aqui. Até porque você provavelmente ficaria com muita pena do Érico Banana por ele ter que fazer uma escolha tão complicada.