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Neste paleolítico texto, nosso amigo Cyrilove disse o seguinte, sobre O Grande Truque: “E pensar que eu tinha ficado bravo porque Christopher Nolan ia rodar esse filme antes de partir para o próximo Batman”.
Amigo delfonauta, eu não duvido nada que meu xará diga exatamente a mesma coisa no seu top de melhores de 2010. Aliás, acredito que vários de nós vão pensar assim. Isso porque A Origem é nada menos que sensacional.
A sinopse você já sabe: Leonardo DiCaprio e sua turminha são um grupo de “ladrões” de memórias. Eles entram na mente de suas vítimas durante os sonhos e roubam informações sigilosas. Agora eles vão encarar sua mais complicada missão: ao invés de roubar uma informação, vão plantar uma ideia. Será que eles conseguem?
One, two, Freddy’s coming for you…
A Origem é claramente dividido em três partes: na primeira, somos apresentados ao mundo do filme e a suas regras. Na segunda, acompanhamos o planejamento e a preparação para a missão. Por fim, a terceira, que dura cerca de 80 minutos é a execução do plano. E, amigão, quando essa parte final começar, respira fundo e preste muita atenção, pois a partir daí o negócio vai ficar realmente pirador de cabeção.
Convenhamos, vivemos em um país onde as pessoas ficam confusas com o final de Lost, então não é difícil imaginar como um filme de duas horas e meia (sendo que os últimos 80 minutos não dão fôlego nem para respirar), com boa parte dele passando no confuso mundo dos sonhos (e no mundo dos sonhos dentro dos sonhos e no mundo dos sonhos dentro dos sonhos dentro dos sonhos), pode ficar confuso. Não é nada assim realmente confuso, mas exige mais atenção do que o tradicional filme de sábado à tarde.
Deixando tudo mais legal, temos a parte científica. Ok, a humanidade não entende perfeitamente como os sonhos funcionam, mas o roteiro tenta adaptar várias coisas que sabemos para a realidade do filme. E faz isso muito bem.
Sim, em alguns momentos a história segue uma daquelas fórmulas batidas do Steve Screenwriter, com algumas viradinhas desnecessárias, mas consegue usá-las de forma inteligente, emocionante e, acima de tudo, interessante. Aliás, se fosse definir A Origem com uma única palavra, ela seria “interessante”.
Verdade seja dita, este é um filme que não existiria sem Matrix. Imagino que a essa altura, com esse papo de realidade dentro da realidade e com a discussão de “o que é o mundo real”, você já deve ter chegado a essa conclusão por conta própria. E essa influência é inegável, mas é positiva, pois este é desenvolvido por um caminho diferente daquele tomado pelos irmãos Wachowski.
Assim como na obra máxima do Andy e da Lana Wachowski, A Origem também se destaca pela direção belíssima. Cá entre nós, eu teria deixado o mundo dos sonhos um pouco mais onírico, mas tem algumas sequências que são simplesmente embasbacantes, como a primeira sequência com a personagem da Ellen Page, ou então a luta sem gravidade protagonizada pelo Tommy, de 3rd Rock From The Sun.
Tenho certeza que o delfonauta padrão já veria este filme de qualquer jeito e está lendo essa resenha só para ver quão bom ele realmente é. A boa notícia é que ele é excelente. Dessa forma, vou parar de falar por aqui e deixar você sair para assistir agora mesmo. E depois conte aqui nos comentários o que achou. Afinal, agora é sua vez de falar.
EM IMAX
A Warner nos deu a possibilidade de assistir ao filme tanto no cinema tradicional como no Imax, o que nos dá a possibilidade de comparar as experiências. A imagem não ocupa a tela toda do Imax porque a proporção em que A Origem foi filmado é mais larga que a telona. Além disso, não é em 3D.
A diferença primordial está no som, e essa sim é uma bruta diferença. Em várias cenas, a música ou os efeitos sonoros fazem a sua cadeira tremer, o que é bem legal.
Em outras palavras, A Origem não é nenhum Avatar, que só faz sentido se for assistido em Imax. Dessa forma, seja qual for a sua escolha, você verá um ótimo filme, e cabe apenas a você a decisão sobre pagar ou não o premium para assistir na tela grande e com force feedback no bumbum. ^^