Poucas coisas me deixam mais animado do que um novo jogo do Super Mario. E, claro, eu sei que Super Mario 3D World não é novo. Porém, ele é novo para mim. Este relançamento inclui um port de 3D World do Wii U, com um novo jogo bônus chamado Bowser’s Fury. São dois jogos. Portanto, assim como fiz quando o Therion lançou Lemuria / Sirius B, farei diferente de todos os outros sites e criarei dois textos. O de hoje é a análise Super Mario 3D World.
ANÁLISE SUPER MARIO 3D WORLD
Continuação de Super Mario 3D Land – um dos poucos da série core que nunca joguei – Super Mario 3D World é um jogo do Mario diferente. Apesar de trazer a jogabilidade de um plataforma em 3D, ele não é um coletaton. 3D World é um Super Mario em 3D dividido em fases, bastante semelhante à série New Super Mario Bros.
O curioso para mim é que eu não me senti jogando um plataforma 3D em fases como, por exemplo, Crash Bandicoot ou Super Lucky’s Tale. Minha sensação é que estava curtindo um jogo de ação isométrico com temática de Mario. Algo tipo Hob, manja? E durante toda minha campanha, não consegui ter certeza do motivo. Não era a câmera semi-fixa, afinal, o próprio Crash já tem câmera assim. Talvez sejam os cenários mais largos? Não sei dizer exatamente, mas o fato é: Super Mario 3D World me deu a sensação de um New Super Mario Bros. isométrico, não de um Super Mario Odyssey linear.
ANÁLISE SUPER MARIO 3D WORLD: GREATEST HITS
Não que haja alguma dúvida de que este é um jogo do Mario. Ele junta em um único título várias criaturas e paradigmas que permearam todas as aventuras do bigodudo, sejam elas em 2D ou 3D. Era super comum eu estar avançando em uma fase, exclamando coisas como “olha, eu lembro desse bichinho no Super Mario 64, e aquele lá era do Galaxy!”.
As aventuras do Mario, em especial as em 3D, são bastante independentes. Apesar de serem unidos pela qualidade alta e pelo polimento técnico, Super Mario 64 é muito diferente de Sunshine, que é diferente de Galaxy e de Odyssey. Super Mario 3D World é o primeiro jogo do encanador que me pareceu unificar todas as aventuras em um universo coeso. E eu achei muito legal.
VÍCIOS DO PASSADO
Duas coisas do passado me incomodaram bastante. Vidas limitadas e limite de tempo. São duas características que sempre estiveram presentes nos Marios em 2D, mas que simplesmente não têm mais motivo para existir em 2021.
As vidas nem chegam a ser uma questão. Ele é suficientemente generoso para eu ter logo acumulado mais de 50 vidas, e ter chegado a passar das 100 eventualmente (sim, o jogo consegue marcar acima de 99). Porém, o limite de tempo é mais grave. Se tem algo que definitivamente não combina com o clima de uma aventura do bigodudo é limite de tempo.
Me diga, amigo delfonauta que passou boa parte da vida jogando games. Tem coisa mais delicinha do que curtir uma nova fase de Super Mario pela primeira vez? Apesar de termos uma boa quantidade de jogos na série, com sua proposta de “um ou dois por geração”, eles são bem mais raros do que muitas outras franquias populares.
Assim, quando eu finalmente tenho oportunidade de colocar minhas mãozinhas sardentas em um novo título, o que eu definitivamente não quero fazer é passar correndo pelas fases. Não, eu quero explorar com calma, descobrir segredos, cantarolar as músicas. Enfim, quero usufruir com calma de tudo que ele faz melhor do que quase todos os outros. E a musiquinha de tempo acabando, especialmente somada à inevitável morte quando o tempo acaba, em nada acrescentam à experiência.
E JÁ QUE FALAMOS EM SEGREDOS…
Super Mario 3D World me pareceu mais, na falta de uma palavra melhor, “linear” do que Super Mario World e outros jogos 2D do Mario. Isso porque as fases não têm múltiplas saídas. A coisa é mais direta, e os segredos se limitam a estrelas e carimbos escondidos, não tanto conteúdo real. Cá entre nós, eu até prefiro assim, mas me chamou a atenção por ser tão fiel aos originais em 2D, mas mudar algo que muitas pessoas gostavam.
Quero elogiar também a acessibilidade. A dificuldade do jogo é meio “atira pra todo lado”, com fases muito fáceis intercaladas com outras bastante desafiadoras. Porém, se você morrer algumas vezes em uma fase, popa um power up especial, uma espécie de Super Tanooki, que tem o efeito da tradicional estrelinha da invencibilidade, só que permanente. Ou seja, você só morre caindo em buracos, ficando impermeável a ataques inimigos ou espinhos.
Isso é totalmente opcional, e escolher usar não impede progresso de forma alguma. Particularmente, teve um chefe em especial que estava me enchendo o saco. A batalha estava se estendendo por tempo demais, e eu até conseguiria vencê-lo, mas exigiria paciência, coisa que não tenho. Usar o power up me permitiu “pular” o chefe e continuar a aventura do meu jeito.
Ah, como eu queria que outros jogos usassem esse tipo de tática. Em Sekiro, por exemplo, eu joguei tudo, venci todos os desafios e matei todos os chefes. Porém, não consegui vencer o último, e por isso nunca vi o final da história. Essa estratégia Nintendo permitiria que, hoje, eu lembrasse de Sekiro com carinho, não com frustração.
4 PLAYER COOP
Sabe o que me surpreendeu? Não foi o fato de Super Mario 3D World ter coop online ou local para quatro jogadores. O que me surpreendeu foi que cada um dos heróis tem características diferentes. E são exatamente as mesmas que os heróis tinham em Super Mario Bros. 2, lá no Nintendinho. O Luigi, por exemplo, pula mais alto. Já a Peach voa, e assim por diante.
Na prática, a coisa não é muito equilibrada. A Peach é claramente a melhor personagem, basicamente o modo easy. Porém, assim como em Sonic ou Devil May Cry, eu gosto de jogar com um personagem específico. Neste caso, claro, o Mario. Mas o legal é que dá para trocar a qualquer momento, mantendo vidas e power ups adquiridos.
O online não é o ideal. Tipo, não dá para abrir seu jogo e ir jogando, podendo ser joinado por outras pessoas a qualquer momento. Você precisa criar uma sala e esperar as pessoas entrarem para começar o jogo. Mas, cá entre nós, isso é mais do que eu esperava.
ANÁLISE SUPER MARIO 3D WORLD: FOFURA E ALEGRIA
Eu amo os jogos do Mario. Se você acompanha o DELFOS, sabe disso. Eu gosto de tudo. Da jogabilidade, do visual, das vozes. Mas, especialmente, do level design. As fases de qualquer jogo do Mario são simplesmente deliciosas, um prazer de navegá-las do começo ao fim. Poucos jogos são tão dignos da minha definição de que as fases devem ser um parque de diversões para o jogador quanto esta série.
Com tudo isso, Super Mario 3D World é um jogaço, que estampou sorrisos no meu rosto durante toda sua duração.
É verdade, ele parece de alguma forma, “menor”, menos importante, do que Super Mario Galaxy ou Super Mario Odyssey, mas essa impressão de forma alguma é acompanhada pela diversão que ele proporciona. Esta é tão enorme e épica quanto sempre foi. Assim como o rei nunca perde a majestade, nosso amigo Super Mario nunca perde sua… Mariedade?
IT’S ME, MARIO!
Super Mario Sunshine de cabeça fria: até o jogo ruim do Mario é tremendão!