Dune Hill – White Sand

0

Pouco tempo atrás, eu estava reclamando de como só resenhava discos de Metal, e também de como eu gostaria de poder escrever sobre algo mais divertido e fanfarrão. Felizmente, a vida me presenteou com um ótimo disco de Hard Rock, o The Game of Fate do Pop Javali, e fiquei ainda mais feliz quando, pouco tempo depois, pude pôr as mãos no disco White Sand, do Dune Hill.

White Sand, assim como The Game of Fate, também é um disco de Hard Rock. Aliás, eles não só são de Hard Rock como também são independentes, algo muito importante hoje em dia. Só isso já seria o bastante para dizer que ambos guardam uma grande coincidência entre si, mas como acaso pouco é bobagem, acabei constatando uma outra similaridade entre eles: assim como o álbum do Pop Javali, o disco do Dune Hill também é excelente.

E excelente de uma maneira bastante diferente, veja só. Enquanto o disco dos Javalis Pops seguia uma linha mais progressiva e contemplativa de Hard Rock, em White Sand eu fui surpreendido por uma sonoridade muito mais animada, lembrando principalmente o Van Halen. O curioso é que, apesar de guardar muitas semelhanças com a banda estadunidense, as particularidades do som do Dune Hill fazem com que, em certa medida, eles consigam alcançar um nível tão alto quanto ela.

MIRACLES OF LIFE AND DEATH

O primeiro grande exemplo é mesmo o vocalistaLeonardo Trevas. A semelhança existente entre ele e David Lee Roth é realmente inegável. Contudo, para além da similaridade entre os timbres, me surpreendeu como Leonardo canta de uma maneira muito mais sóbria do que o vocalista do Van Halen. Ao contrário da maneira de cantar mais solta, despreocupada e sem medo de desafinar de Roth, Leonardo impõe sua voz com segurança e objetividade, conduzindo as linhas vocais de maneira impecável.

Tal detalhe não se aplica apenas ao vocalista, mas à banda de uma maneira geral. Todos os instrumentistas, desde o baixista Pedro Maia e do baterista Otto Notaro até os guitarristas André Pontes e Felipe Matheus, garantem uma execução sem erros, onde a perfeição impera – o que dá ainda mais sabor ao disco.

Além disso, gostei bastante da profundidade de algumas letras. Ainda que no geral elas sejam apenas competentes, dou destaque especial à faixa White SandPt. II, que consegue trazer à tona nuances que poucas bandas de Hard Rock conseguem alcançar.

Contudo, o prato principal é mesmo a diversão que só o Hard Rock pode proporcionar. Em White Sand, você não vai ficar mais de vinte segundos sem cantar junto com a banda, seja seguindo os coros ou os refrãos facilmente assimiláveis. Dou destaque aqui à canção que mais me agradou, Miracles, que é uma verdadeira obra de arte.

I’M TRYING TO FIND A WHOLE NEW WAY TO LIVE THIS LIFE

White Sand é um disco impecável e absolutamente divertido, e eu realmente o recomendo para qualquer um que esteja a fim de um bom Hard Rock. A alegria contagiante do Hard Rock está lá, e o fato de ter sido gravado e conduzido com tamanha perfeição o tornam uma experiência à parte. E, se você ainda está na dúvida se vale a pena mesmo ou não, você pode ouvir o álbum na íntegra no Soundcloud oficial da banda. Confira aí embaixo!