Na minha resenha do game de Scott Pilgrim vs. The World, eu disse que aquele era o jogo pelo qual eu esperava desde que terminei o primeiro Streets of Rage. Ao terminar Double Dragon: Neon, que saiu semana passada para download nas redes do Xbox 360 e do PS3, eu vi que estava errado. Este, meu amigo, é o jogo pelo qual eu esperei por 20 anos!
DOUBLE DRAGON E EU
Meu primeiro contato com Double Dragon foi na versão para Master System. Foi a primeira vez que joguei em dois jogadores ao mesmo tempo, e foi mágico. A partir daí, eu sempre acompanhava a série com interesse, tanto nos Nintendinhos dos amigos quanto nos títulos lançados para Mega Drive, Game Boy (o original roots, com tela verde quase invisível, que separava os gamers true dos que queriam enxergar o jogo!) e outros.
Assim, desnecessário descrever o quanto corri em círculos quando fiquei sabendo que este jogo estava em produção. Aliás, você pode me ver correndo em círculos na notícia que fiz anunciando Double Dragon: Neon. Hoje, tendo comprado, terminado o jogo e me divertido muito no processo, posso dizer: Double Dragon: Neon é absolutamente tudo que eu esperava!
BILLY E JIMMY LEE DÃO PORRADA DE NOVO. NO ESPAÇO!
Double Dragon: Neon começa como qualquer Double Dragon que se preza tem que começar: com uma peituda de vestido vermelho levando um soco e sendo raptada. A portinha da garagem abre, os irmãos Lee saem dali e tamram-tamram-tam-tamramramram.
Se você conhece a série, e você conhece, neste momento você já levantou do sofá, está cantando a musiquinha e porrando tudo que aparece pela frente enquanto dança. Ou vai dizer que você não dança enquanto joga videogame? Bem… então tá.
Aliás, a primeira coisa que me chamou a atenção no jogo foi a música. Antes mesmo de apertar start eu fiquei uns minutos na tela título só curtindo a nova versão glam metal do famosíssimo tema da série. E ao começar a jogar a versão demo e ouvir a música da primeira fase do arcade original, também em uma versão guitarreira, eu já decidi comprar antes mesmo de distribuir meu primeiro soco. Mas quando soquei o primeiro ruivinho, aí sim foi amor, amigão.
FITAS CASSETE
Cada soco ou chute dado no jogo tem um grande impacto e parece realmente dolorido. Admito, senti falta de pegar as mulheres pelos cabelos e apresentá-las ao meu joelho, mas para compensar essa perda, temos várias coisas novas. E todas são tematizadas na música.
No decorrer do jogo, você encontra fitas K-7 com músicas. Existem dois grupos delas: as passivas e as ativas. As passivas te dão habilidades que estão sempre ligadas, tipo recuperar energia com cada soco ou aumentar seu poder de ataque. As ativas te dão golpes especiais, acionados com o botão R1. Estes golpes vão da famosíssima voadora giratória (a precursora do Tatsumaki Senpuu Kyaku do Ryu) até um fuckin’ hadouken! O.o
O legal é que, ao selecionar as fitinhas no menu, você ouve a tal “música”, e elas são muito engraçadas. A healing touch, por exemplo, que te dá o poder de curar seu mano, é meio pornô, com aquele jeitão Marvin Gaye, sabe? Não dá para não rir.
Aliás, Double Dragon: Neon é um jogo muito engraçado. Ele é cheio de referências ao lado mais ridículo dos anos 80 (roupas, mullets, expressões, etc), mas também é cheio de metalinguagem. Gamers old-school devem lembrar do erro mais famoso da história dos games, no Double Dragon 3 de Nintendinho, que fala dos irmãos “Bimmy” e Jimmy Lee. Pois em determinado momento, você encontra aqui uns clones seus que deram errado. E adivinha qual é o nome de um deles? Double Dragon: Neon é repleto de momentos assim, o que é curioso, já que a série nunca foi especialmente engraçada. Ainda assim é muito bem-vindo.
SALVE A GAROTA, SALVE O MUNDO
As dez fases do jogo começam exatamente como o arcade original, mas você logo vai parar no espaço (não se preocupe, são só duas fases lá). O gameplay mistura o clássico da série, em que você pode se mexer em oito direções, com sidescroller em que você só anda da esquerda para a direita e intercala pular buracos com matar inimigos. O primeiro é fantástico, o segundo ainda é bom, mas enfraquece um pouco o jogo.
Double Dragon: Neon é mais longo do que o original, é claro, mas ainda não é assim tão longo. Para mim, durou duas horas e meia. Mas considerando que custa apenas dez dólares, eu diria que teve um bom custo benefício. Obviamente, ele pode e deve ser jogado novamente em modo cooperativo e nas dificuldades mais altas, então dá para no triplicar este tempo.
Tudo termina em uma luta final com o vilão Skullmageddon, que é bem difícil (eu devo ter perdido umas quatro vidas lá), mas não dá para não se empolgar quando a luta começa e, de novo, exatamente como no arcade original, ela é permeada pelo tema principal da série.
Também não quero terminar a resenha sem destacar a música do final que, na maior tradição Portal, é cantada pelo vilão. E a letra segue a melodia do tema de Double Dragon. Divertido é pouco.
10 dólares por muita nostalgia, diversão cooperativa e um novo Double Dragon com gráficos 2,5D? Onde eu assino? =D
CURIOSIDADES:
– Se você também adorou a trilha sonora e quer conhecê-la, aqui você pode baixar todas as 45 músicas de Double Dragon: Neon legalmente, na faixa e sem cadastro. É só dizer que você quer pagar 0 USD e elas serão suas. Dá até para ouvir antes, mas garanto que você não vai se arrepender de baixar. E, claro, se gostar, volte lá e dê um dinheirinho para o Jake Kaufman continuar fazendo outras músicas legais!