Este é um filme que era difícil saber o que esperar. Vamos até fazer uma listinha. Por um lado, o título brasileiro é daqueles que faz referência a outro filme, e com isso não faz sentido nenhum. Por outro, o roteiro é de Seth Rogen e Evan Goldberg, os mesmos do legalzudo Superbad.
Tem mais. De um lado, temos um elenco com Ben Stiller e Vince Vaughn, recordistas mundiais de filmes nada. Do outro, temos Richard Ayoade, do engraçadíssimo The IT Crowd. O que esperar então?
UM INTERTÍTULO IMEDIATO DE 3º GRAU
O filme já não começa bem. Logo na primeira frase, o Ben Stiller fala que os EUA são o melhor país da Terra. Desnecessário e ridículo, mas vá lá. A tremendona série de TV The Newsroom também começa mais ou menos assim e depois engrena. Vamos dar um voto de confiança ao filme.
A sinopse é simples: após um assassinato, o personagem de Ben Stiller resolve formar um grupo de vigilância comunitária para pegar o assassino. Lá pela metade do filme, teríamos a revelação que o título nacional já nos faz antes mesmo de entrarmos no cinema: o assassino é um ET.
Vizinhos Imediatos de 3º Grau tem qualidades. As piadas, em geral, funcionam, e vão de boas a excelentes. A sessão de fotos que eles fazem quando capturam o ET é de gargalhar. E tem outros momentos assim.
O problema é o roteiro. Tudo é previsível e sem originalidade. Você não se importa com os personagens em nenhum momento, prevê as viradinhas muito tempo antes do que deveria e, claro, a lição de amizade, sempre ela, está presente.
“Mas, Corrales, se o filme é engraçado, já vale a pena, não? Vide Monty Python, Corra que a Polícia Vem aí e todos estes exemplos do humor nonsense que você tanto gosta”, pergunta o delfonauta sentado na fileira do fundo. E eu respondo, depois de expulsar o delfonauta da classe por interromper minha resenha, que sim, é verdade. Se o filme fosse um festival de risos, dane-se a história. Infelizmente, não é o caso.
O que temos aqui é o típico filme do Ben Stiller, esquecível até o osso. Sim, algumas piadas são legais, mas o foco não é no humor, mas na história. E a história, por ser fraca e mal conduzida, faz com que o longa divirta apenas moderadamente.
Para ver na TV, vá lá, pode valer a pena. Mas daí a gastar algumas dezenas de reais para ver no cinema, fica difícil de recomendar, pois você dificilmente vai lembrar do filme no dia seguinte.