A série Esquadrão Classe A é uma daquelas lembranças estranhas de infância. Para ser sincero, acho que nunca assisti a um episódio inteiro, mas eu lembro que o personagem do Mr. T era um dos meus ídolos (dos outros eu sequer lembrava). Afinal, ele era tudo que eu queria ser quando crescesse: machão, negro e com cabelo moicano. Assim, fui ao cinema esperando o maior espetáculo de virilidade desde o show do Manowar. E até o final deste texto, você vai saber se pode esperar isso também.
O Esquadrão Classe A é um time de quatro caboclos com bolas tão grandes que é estranho que eles consigam andar normalmente. Eles fazem missões impossíveis para o governo estadunidense e agora estão para se envolver na maior e mais perigosa de todas as suas vidas. Pelo menos até a continuação.
O principal ponto positivo aqui são os personagens. Os quatro protagonistas são totalmente bidimensionais e justamente por isso são tão legais. Cada um deles é facilmente definido por apenas uma palavra (tem o inteligente, o cafajeste e o louco, por exemplo). E a química entre eles é nada menos que excelente.
Considerando o gênero e a química entre os protagonistas, é desnecessário dizer que, se tem algo que realmente justifica a aquisição do ingresso é o humor. Se você não sorrir em nenhum momento desse longa, deve ser um cara muito chato. Isso vale tanto para os diálogos quanto para as cenas de ação.
Sim, tem bastante ação aqui e ela é exagerada do jeito que a gente gosta. Infelizmente, ela não é muito bem filmada e não consegue prender a atenção por muito tempo. É como diz o Tarantino: “um diretor de filme de ação tem que ser muito tremendão. Eles são os melhores de todos”. E sinto muito, mas Joe Carnahan não está à altura do serviço.
Outro que não está à altura do serviço é Quinton Jackson, que faz o papel que um dia foi do Mr. T. Ele não é viril o suficiente e, em alguns momentos, chega até a ser meigo! Aliás, nem moicano ele tem na maior parte do filme. O próprio roteiro não ajuda o cara, pois seu personagem aparece bem menos que os outros três e normalmente não faz nada de importante além de uma ou outra piadinha.
Ele é o típico Token Black Guy, que está no filme apenas como sistema de cotas, não para ser realmente importante. E todos sabemos como é um personagem de cotas nos EUA, certo? Ou seja, de brucutu o sujeito não tem nada. E nós gostamos de brucutus. Pô, o B.A. Baracus é o brucutu de todos os brucutus! Como ousam amansar ele? Isso é triste, considerando que a série de TV era carregada nas costas pelo Mr. T.
Assim, temos aqui um longa divertido, mas que nunca chega a empolgar de verdade, especialmente por causa da direção e do roteiro fracos. Vale o ingresso, mas podia ser tão mais legal… =/