A relação entre jornalistas e anunciantes

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Já está se tornando uma tradição. Uma vez por ano eu faço um texto falando sobre os bastidores do jornalismo (confira os anteriores aqui e aqui). Curiosamente, isso não foi de propósito e eu não planejava repetir a dose este ano. Mas o caso Gamespot (já apelidado de Gerstmann-gate em alusão ao Watergate) realmente é algo que merece ser falado. Por um lado porque eu não vi nenhum veículo nacional abordar o assunto e depois porque, se tem algum site que TEM que dar sua opinião sobre isso, esse site é o DELFOS. Afinal, em nenhum outro lugar você encontra textos tão sinceros sobre os bastidores do jornalismo.

Se o caro delfonauta não sabe nada sobre isso, não tema. É para isso que estamos aqui. Tudo começou com esta resenha (embora ela tenha sido posteriormente editada, pelo que fala lá), onde o game Kane & Lynch recebeu uma nota abaixo do esperado. Do esperado por quem, você pergunta? E eu respondo: a-há, aí que mora o perigo! Pela editora Eidos, mano!

Acontece que o site Gamespot, na época do lançamento do jogo (e da resenha), estava lotado de anúncios do game em questão. Pouco depois, o carinha que a escreveu, Jeff Gerstmann, que também ostentava o portentoso cargo de diretor de redação (ou seja, o cara era praticamente o “dono” da redação do site) foi despedido. Logo, as pessoas somaram 2 + 2 e o resultado foi “conspiração”: Jeff teria sido despedido por pressão da Eidos e o Gamespot, dependente dos anunciantes para continuar existindo, cedeu e mandou o carinha para o beleléu.

A princípio, nenhuma das três partes (Jeff, Gamespot e Eidos) se manifestou. Depois de um monte de especulações do público, de chargistas (veja aí na galeria) e de jornalistas estadunidenses (inclusive membros do Gamespot falaram a outros veículos de forma anônima alimentando a idéia de conspiração), a Eidos tirou o seu da reta e disse que não tem nada a ver com a história. Daí o Gamespot publicou isso e isso dizendo, basicamente, que Jeffonildo foi despedido por razões internas, que nada têm a ver com a resenha em questão. Jeffão se manteve silencioso, provavelmente uma manobra Chewbacca friamente calculada com o objetivo de fazer com que o público acusasse seus ex-empregadores sem que ele sofresse risco de processos.

Muito sobre o assunto foi dito em sites internacionais. Se você manja da língua da Pamela Anderson (hum… língua da Pamela Anderson), dois bons textos que abordam isso são este e este.

Isso tudo já aconteceu há alguns meses, mas como sempre digo, o DELFOS não é um site de furos, mas de reflexão. E algumas coisas merecem ter mais tempo para serem propriamente refletidas antes de serem abordadas. Portanto, agora começam minhas opiniões sobre o assunto.

Por causa do DELFOS, acredito que eu tenha até uma opinião um tanto diferente do senso comum neste aspecto. Por um lado, eu tenho o ponto de vista da azeitona, ou seja, sou de um site independente, (infelizmente) ainda sem anunciantes e que, acredito eu, tem sua credibilidade intacta, ao contrário dos grandes veículos cheios de anúncios. De outro, eu sou o dono deste site e, ao contrário da maioria dos jornalistas independentes, não sou hipócrita a ponto de dizer que não quero ganhar dinheiro com ele. Ou seja, eu também consigo ver o ponto de vista da escarola, a turminha que vende anúncios para manter o veículo no ar, que são normalmente os vilanizados nesse tipo de história (como se tivesse algo intrinsecamente errado em simplesmente querer ganhar dinheiro). Por fim, temos o ponto de vista da massa da pizza. Ou seja, sou um jogador de videogame que considera (ou considerava) as resenhas do Gamespot excelentes, já que elas são opinativas e detalhadas, bem do jeito que eu gosto. Portanto, dificilmente comprava um jogo sem ler o que eles tinham a dizer sobre o assunto. Então vamos lá.

Para começar, digo que é praticamente impossível Jeff ter sido despedido unicamente por causa daquela resenha. Pelo que sei, o sujeito trabalhava no site há mais de uma década e era o diretor de redação (repito, talvez seja o cargo mais importante de um veículo, afinal, o que o torna bom ou ruim é o conteúdo que publica). Você não despede um cara assim SIMPLESMENTE por causa de algo que ele escreveu e que não foi bem recebido, pelo menos não se esse algo for uma simples opinião sobre um jogo.

O que PODE (do verbo é possível) ter acontecido, se analisarmos racionalmente, é que Jeffonauta foi chamado para a sala dos engravatados, onde levou uma dolorosa bronca e foi comunicado que resenhas de jogos que tenham investido muito em anúncios têm que ser necessariamente positivas. Daí o gordinho ficou bravo (e gordinhos bravos são algo assustador), levantou-se, bateu na mesa e, usando seu Nerdgamma Power, disse que não submeteria a sua turma de redatores a tais condições de trabalho. A turminha da gravata, então, disse que ele não estava sabendo trabalhar em equipe em prol de um bem comum, que lhe faltava proatividade em relação ao target (ou qualquer outra coisa estúpida e sem significado que engravatados costumam dizer em reuniões de negócios) e que, portanto, poderia limpar sua mesa e fazer o obséquio de recolher pequenos cocos no eye of the street (deviam regravar Eye of the Tiger com esse nome). E lá se foi Jejefo, com sua credibilidade intacta, seu nome mais famoso do que nunca e a fama de herói dos jornalistas de games como brinde. E se ele souber capitalizar nessa história, pode ganhar muito dinheiro (ou vai dizer que se esse cara criasse um site hoje, não ia ser visitado pra caramba?).

Ok, essa história é mais verossímil do que simplesmente terem chamado o sujeito e mandado ele embora. Mas talvez não seja verdade. Talvez o cara realmente tenha sido despedido por outro motivo que nada tenha a ver com esse assunto. Os engravatados só escolheram o pior momento possível para fazê-lo.

Agora chegamos ao momento que dá título a este texto: a relação entre jornalistas e anunciantes. Em um mundo ideal, essa seria uma relação simbiótica. O veículo dá suas opiniões de forma honesta, o público acredita nela, visita em massa (e dessa vez não é a da pizza), aumentando assim o número de pageviews e, assim, o veículo atrai anunciantes que, por sua vez, possibilitam que ele continue existindo. Portanto, não dá para negar que um precisa do outro. Se todos os veículos culturais do mundo fechassem, a indústria cultural e, conseqüentemente, a economia, afundariam também, pois o público não ia ficar sabendo o que existe para ser consumido.

Por outro lado, já foi extensamente abordada aqui no DELFOS as pressões que são feitas a um veículo independente como nós. Afinal, sem anunciantes, todo o investimento necessário para manter o site funcionando vem do meu bolso. Se eu tiver que comprar todos os jogos, CDs e filmes que gostaríamos de cobrir, o site não duraria três meses. Felizmente, no ponto em que nos encontramos, já não pagamos a maior parte dos CDs, DVDs, ingressos para shows ou cinema que resenhamos. Games, no caso, a gente ainda precisa comprar.

Contudo, se uma distribuidora de cinema falar que não gostou de uma resenha nossa e parar de nos convidar para as sessões de imprensa, o que podemos fazer, além de abrir o jogo com o público através de um editorial, avisando que não poderíamos mais cobrir os filmes? Pois é, nada. Se todas decidirem boicotar a gente, isso mataria o site.

Na mídia mainstream, como o Gamespot, isso funciona de outra forma. Os caras faturam milhões, para eles não faz diferença se eles têm que gastar mil dólares por mês em jogos para resenhar. Ter que fazer isso não mata o site. Porém, se as editoras pararem de comprar espaço publicitário, ISSO mataria o site. A outra opção seria cobrar pelo conteúdo e, na era da internet, isso aparentemente só dá certo em sites de entretenimento adulto, o que é curioso, já que conseguir pornografia de graça é muito fácil, mas ter plena confiança em um veículo cultural é algo muito mais difícil de conseguir.

Aliás, em um mundo ideal, o público ajudaria a manter seus veículos preferidos por vontade própria. Afinal, se você paga para ir ao cinema, para ler livros (e até jornais e revistas), além de tantas outras coisas, por que não pagar por um site que tem um conteúdo que, além de entreter, ainda ajuda você a decidir o que comprar ou conhecer? Se isso acontecesse naturalmente, nenhum site precisaria se curvar para anunciantes ou empresas e existiria muito mais liberdade de imprensa.

Mas o povão não pensa assim, e o resultado é uma eterna desconfiança quanto à sinceridade da imprensa. E isso até pode ser passado para outros meios. Afinal, o Savatage é um exemplo de uma banda maravilhosa que acabou porque seus discos não vendiam o suficiente para sustentar a banda e se tornou mais fácil para eles manter uma carreira com o Trans-Siberian Orchestra, focado em um público mais velho que não tem o hábito de baixar coisas pela internet.

Claro, sempre existe a possibilidade de o próprio público ajudar a manter seus veículos preferidos através de doações (mesmo que ninguém faça isso aqui no Brasil) ou até mesmo comprando coisas através dos links dos afiliados. Mas mesmo assim, sei que tem gente que, mesmo acessando o DELFOS diariamente, e gastando dinheiro nas lojas parceiras, faz questão de não fazer isso pelos nossos links. Isso magoa ainda mais quando vem de alguém próximo, tipo alguém que fala sempre comigo ou que até ajudou a criar o site. Afinal, se a própria equipe não ajuda o DELFOS a se manter, como esperar que o público ajude? Felizmente, o público ajuda sim (ou pelo menos parte dele) e sei também de muita gente que faz questão de comprar através dos nossos links (só para facilitar caso você queira comprar algo agora e ajudar a gente, clique aqui para comprar pelo Submarino, aqui pela Play-Asia e aqui pela Amazon). Aproveito até a oportunidade para agradecê-los, pois vocês ajudam o site a continuar vivo. Se todo mundo que acessa o site comprasse sempre por esses links, talvez até fosse possível começar a pagar a equipe, o que seria traduzido em mais e melhores matérias, o que seria traduzido em mais acessos, que por sua vez possibilitaria cada vez mais profissionalização, tudo sem nem depender de anunciantes. Sacou a simbiose público/imprensa nesse caso?

Voltando ao caso em questão, sites mainstream como o Gamespot têm muito mais poder de barganha do que o DELFOS, mas eles também estão nas mãos da indústria cultural. “Mas se o Gamespot boicotar a Eidos, a editora também se ferra”, pode dizer o incauto delfonauta. E, embora eu entenda essa lógica, sou obrigado a discordar. Afinal, se o Gamespot não se submeter a esse esquema, outros veículos sem dúvida o farão. Tem muito mais gente querendo a grana dos anunciantes do que anunciantes de fato, e nem todos têm um padrão ético tão alto. Na verdade, a maioria não tem. Ou, para ser menos maniqueísta, a maioria precisa abrir mão disso para viver, por mais que isso seja doloroso.

Esse é o lado negativo da internet ser um meio mais democrático (embora não o seja completamente). Isso possibilita que sites como o DELFOS surjam, mas também aumenta a concorrência e tira o poder de barganha dos veículos, tornando-os reféns da indústria, já que os anunciantes sempre vão ter mais opções de pessoas dispostas a falar bem de seus produtos. E aí a relação deixa de ser simbiótica para ser parasítica. A velha história do “se falar mal, a gente não credencia mais”, vira no meio mainstream “se falar mal, a gente não anuncia mais”. E o desfecho é o mesmo. Danou-se. Danou-se para o público e para os jornalistas, enquanto a indústria cultural baba com um prazer quase erótico por poder manipular o sistema tão facilmente e livre de repercussões negativas. Afinal, se algo der errado, quem tem que segurar a bomba e sofre baque de credibilidade é o veículo. Fala a verdade: você não vai ler as futuras resenhas do Gamespot com a confiança de antes, mas por acaso vai deixar de comprar os futuros lançamentos da Eidos que lhe apeteçam?

Assim, a imprensa deixa de ser informativa/opinativa para ser um simples espaço publicitário e aquele veículo cuja credibilidade algumas pessoas lutaram tanto para criar se torna tão importante para a sociedade quanto um reles outdoor. As matérias se tornam press-releases e até o público começa a exigir isso, como você pode perceber entrando em qualquer fórum de música e vendo a turminha acusando jornalistas que emitiram opiniões negativas sobre suas bandas preferidas de faltar com a imparcialidade, enquanto resenhas positivas são elogiadas por serem imparciais.

Isso está cada vez mais claro, vide a existência de revistas chamadas “Official Xbox Magazine”. Não precisa ser muito chegado a teorias de conspirações para sacar que uma revista criada e paga pela Microsoft para falar sobre seu videogame NUNCA vai falar mal de um jogo importante para o sistema (eventualmente pode falar mal de jogos menores, é a forma encontrada para enganar o público fingindo serem livres de influências corporativas). Antes, esse tipo de coisa chamava catálogo. Hoje, se passa por imprensa, por uma revista “oficial”. Tão imprensa quanto a imprensa oficial de Estado, diga-se de passagem, pois imprensa oficial deveria se chamar simplesmente publicidade.

“Tá, mas e aí?”. Pergunta o delfonauta. E eu respondo devolvendo a dita-cuja. “Tá, mas e aí?”. Até agora eu só apresentei o ponto de vista da azeitona, que é o mesmo da massa de pizza. Acho que ninguém discorda que a imprensa ideal é isenta de pressões externas. E por isso agora eu venho com o ponto de vista da escarola e chegamos à parte potencialmente mais polêmica deste textículo. Tenho certeza que se eu parasse aqui, esse texto seria um sucesso e eu receberia muitos elogios. Mas não é isso que eu quero. Ao contrário da maior parte dos jornalistas, eu não escrevo para ganhar elogios e nem mesmo para te informar. Eu escrevo para fazer você pensar. Por causa disso, acredito que o que vem a seguir, embora polêmico, seja a parte principal deste texto, então se mantenha comigo até o fim, mesmo que você comece a me odiar daqui a cinco minutos.

“Tá, mas e aí, delfonauta?”. Pense que você pode escolher entre ter uma imprensa que se submete a esse tipo de pressão ou nenhuma imprensa. O que você prefere? Claro, sempre vão existir veículos alternativos, que se sustentam por algum tempo sem anunciantes. Mas isso nunca pode ser eterno. Trazendo para a vida real, A Arca fecha, você vai para o DELFOS, o DELFOS fecha, você vai para um terceiro, e assim por diante. Isso não é legal também. Eu, pelo menos, ainda sinto muita falta da Arca, tanto que nem tive coragem de apagar o link deles dos meus favoritos (acho que ainda estou em luto).

Ao lado disso, temos espaços publicitários alternativos. Alguns deles são mais indolores, como esses links automáticos que aparecem em todos os textos. Mas por outro lado, temos cada vez menos banners e mais posts patrocinados, que se misturam, muitas vezes perfeitamente, ao conteúdo editorial. Alguns mais radicais se recusam a fazer isso. Outros, como o DELFOS, até fariam, mas deixando claro que é um espaço comprado. Mas o fato é que a maioria não faz isso. Parte do apelo do post patrocinado para o anunciante é justamente enganar o público, fazê-lo pensar que aquelas opiniões são espontâneas.

Mas veja bem, essas coisas não são necessariamente feitas de má fé. Não imagine jornalistas, publicitários e empresas em uma mesa de reunião gargalhando como o Dr. Evil e seus asseclas tomando um banho de espuma enquanto apontam para um mapa do mundo com bolinhas vermelhas nas principais cidades e contam dinheiro. Também é importante diferenciar a venda de uma resenha de CD com a venda de uma matéria política. Acredito que ninguém vai discordar que o segundo é muito mais importante e mais potencialmente catastrófico, certo?

Por exemplo, eu poderia dizer, hipoteticamente, que tem um site brasileiro que fez uma parceria com uma distribuidora de cinema, onde a distribuidora basicamente banca o site e os funcionários (além de fornecer um monte – e eu realmente digo um monte – de conteúdo exclusivo que nenhum outro veículo nacional – nem as TVs – conseguem) e, em troca, eles não podem falar mal de nenhum grande lançamento deles. Para os lançamentos secundários e para as outras distribuidoras, eles mantêm a independência. A princípio, você imediatamente julgaria esse veículo hipotético e acha errado, mas depois de alguma reflexão, você percebe que provavelmente era isso ou o site deixaria de existir. Com certeza os redatores deste site também não gostariam dessa situação, mas acaba sendo um mal necessário. Afinal, manter um site não pode ser um hobby para a vida inteira.

Sei lá, às vezes para um veículo continuar existindo, precisa vender alguma de suas resenhas e, num caso cultural, isso nem é tão grave. Se o Gamespot precisa vender uma resenha por mês para continuar existindo e assim continuar resenhando tantos outros jogos de forma honesta, que seja. Por outro lado, esse é um caminho sem volta, pois, uma vez que o público perceber (como aconteceu agora), a credibilidade vai ficar eternamente afetada e você nunca mais vai ter certeza se pode confiar naquele veículo – ou naquele jornalista.

Você acha que um lixeiro gosta de recolher o lixo que você deixa do lado de fora da sua casa diariamente? É claro que não. Faz parte da vida adulta fazer coisas que você não quer. Qualquer trabalho tem coisas que você preferiria não fazer. Para os jornalistas, vender espaço é uma dessas coisas. Mas dificilmente temos opções. A maioria já fica feliz pelo simples fato de ter empresas interessadas em comprar, pois mesmo isso é difícil de conseguir.

O DELFOS, por exemplo, é bem acessado (mais do que eu achei que um dia seria), cresceu muito nos últimos 12 meses, tem uma credibilidade e ligação com o público altíssima, muito provavelmente entre as mais altas do Brasil, mais de quatro anos de vida e, até o momento, nenhum anunciante propriamente dito (excluindo, claro, as parcerias que você já conhece). E já são quatro anos assim. Quanto tempo mais será que nós agüentamos? Quanto tempo VOCÊ agüentaria em um trabalho que não paga nada ou pior, que ainda exige que você invista dinheiro freqüentemente?

Esse é o ponto de vista da escarola. Se as coisas continuarem como andam, a imprensa cultural vai virar catálogo de produtos (ainda que parcialmente) e quem não se submeter a isso, vai precisar mudar de profissão. Ganhar dinheiro não é algo que só os vilões fazem porque necessitam ter cada vez mais. É algo que faz parte da vida e todos precisamos disso, pelo menos enquanto não surgir outro sistema econômico. E aí, delfonauta? Você, como público, o que prefere? Ter um DELFOS parcialmente catálogo ou DELFOS nenhum?

TÓPICO BÔNUS PARA A TURMINHA QUE SEM DÚVIDA VAI QUESTIONAR ISSO:

Antes que alguém pergunte, questione, xingue, etc, eu já respondo. Sim, eu sei que estou menos radical do que estava nos dois textos anteriores. Pode chamar de idade, maturidade ou ausência de radicalismos adolescentes. Só que, para dizer a verdade, minha opinião sobre esse assunto ainda é o ponto de vista da azeitona que apresentei acima e nos textos anteriores.

Contudo, termos uma opinião não nos impede de analisarmos outras. E acho que o público do DELFOS, cuja maioria é jovem e radical, pode se beneficiar tentando responder às perguntas que deixei no final do texto. Até porque eu considero parte da minha obrigação para com os delfonautas apresentar uma opinião diferente do consenso, até mesmo quando a minha própria opinião é o consenso.

A verdade é que nada deste texto foi influenciado por experiências com anunciantes. Nunca um anunciante em potencial tentou mudar qualquer coisa do conteúdo do DELFOS. Quando isso aconteceu foi através de assessores de imprensa e foram devidamente denunciados neste espaço. Por incrível que pareça, os anunciantes, a turminha do dinheiro (e que, portanto, tem mais poder de barganha), pelo menos na minha experiência, é muito mais amigável do que os assessores de imprensa. Talvez “mais profissional”, seja a palavra correta. E, a princípio, você não tem nada a temer. O DELFOS não vai começar a vender opinião como fazem tantos outros. Tudo se mantém igual, inclusive aquele lema: “Se você quer ver seus clientes no site independente da nossa opinião e seleção, sinta-se livre para anunciar aqui. Agora do conteúdo quem cuida somos nós. E ninguém mais mete o bedelho! ;-)”

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