O guitarrista Zakk Wylde, companheiro de longa data do Ozzy, mas que só ficou mundialmente conhecido após integrar o Steel Dragon (quanto tempo será que vai demorar para alguém me mandar ouvir pagode por escrever isso?), está de volta com o novo CD de sua banda, o Black Label Society. Aliás, chamar isso de banda talvez seja uma injustiça com o cara, pois ele compôs tudo, produziu o disco, cantou e ainda tocou guitarra, baixo e piano. Teoricamente, tem outros três caras, mas você nem lembra que eles existem. E provavelmente nem vai se importar com eles, já que quem compra um CD do Black Label é fã mesmo do Zakk Wylde.
E o excesso de Zakk talvez seja o principal problema de Shot to Hell. O cara sem dúvida é um bom guitarrista, mas nos quesitos vocálicos, deixa muito a desejar. Nos seus melhores momentos, sua voz lembra a de Ozzy (o que, na minha opinião, já é ruim por si só), mas chega a ser bem pior que isso. E mais, o cara aparentemente adora cantar com a voz cheia de efeitos, deixando músicas com potencial, como Concrete Jungles, para lá de chatas.
As melhores faixas, por incrível que pareça, são as baladas, sobretudo The Last Goodbye, que é muito bonita. Outras, como Give Yourself to Me, têm um jeitão mais bem humorado que combina com a banda, mas são muito poucas para valer o disco.
O encarte também deixa a desejar. É daqueles tipo “folha única e cheia de dobras”, manja? Isso faz com que acompanhar as letras enquanto ouve o disco seja um verdadeiro suplício. Para completar, esse tema de colocar freiras fumando e coisas do tipo já deu no saco. Não choca mais ninguém, não é engraçado e ainda é visualmente feio.
Sinceramente, este foi meu primeiro contato sério com o BLS e a “banda” está muito aquém do que eu esperava. Sou muito mais ficar com o trabalho de Zakk na banda do Marky Mark e na carreira solo do ex-vocalista fanho do Black Sabbath. Contudo, se você já conhece e gosta deles, provavelmente vai comprar o disco de qualquer jeito. Então, pensando única e exclusivamente no conforto do delfonauta (a comissão nem me passou pela cabeça), sinta-se à vontade para fazê-lo clicando aqui.