Star Wars Episode I: Jedi Power Battles, doravante chamado apenas de Jedi Power Battles, é o jogo de hoje. É o relançamento de um game lançado em 2000 para Playstation e Dreamcast, e é mais um que entra naquela seleta listinha de “é bom que esteja disponível, mas simplesmente não vale a pena jogar hoje”.
REVIEW STARS WARS EPISODE I: JEDI POWER BATTLES
No papel, Jedi Power Battles é o jogo de Star Wars que eu queria. Temos aqui um beat’em up bastante arcade, estrelado por Jedis. É o tipo de coisa que é surpreendente que não haja de rodo no mundo dos videogames. Como tradicional na época, o visual é 3D, e talvez esta seja a causa de seus problemas. Nesta época a indústria dos games ainda tentava descobrir como usar este tipo de gráficos em gêneros tradicionais. Assim, Jedi Power Battles tem um combate com muito menos impacto e sabor do que games mais clássicos como Final Fight.
Mas a falta de impacto é apenas parte (importante) da história. Tem um monte de personagens jogáveis aqui, mas a maioria deles simplesmente não tem combos. Mace Windu, por exemplo, aparece em destaque nas imagens de divulgação, mas a única combinação de ataques que ele tem é X, X. Até no primeiro Streets of Rage os personagens faziam uma sequência de ataques mais longa e elaborada apertando um único botão. Os jedis não têm nem poderes da força no início.
UPGRADES
É possível desenvolver os personagens, ganhando um combo ao terminar as fases. Mas o jogo tem tanta gente que é simplesmente sem graça ficar desenvolvendo um quando tem um monte de outros para testar. E vai que, depois de comprar um monte de ataques, você não gosta de como o personagem evoluiu? A essa altura já vai estar terminando a campanha, e a única forma seria começar de novo com outro.
A única exceção para este predicado é o Darth Maul, que já começa completo, com um monte de combos e três poderes da força. Por causa disso eu joguei a maior parte da campanha com ele. Daí não sofria pela falta de ataques combinados, apenas pelos ataques fracos, facilmente defensáveis e sem impacto, mazelas que permeiam todo o game. Afinal, faz todo o sentido bloquear um ataque de sabre de luz com os braços.
Dá até para jogar com uma galera que nem jedi é, como o tal do Capitão Panaka, que tem num blaster seu ataque principal. É uma diferenciação bacana jogar um game de combate corpo a corpo com tiros, mas o jogo simplesmente não é gostoso o suficiente para render mais de uma jogada. Uma só é mais do que suficiente.
SAVES? CADÊ?
Curiosamente, o jogo já começa com tudo destravado. Você pode jogar com qualquer personagem em qualquer fase. Isso é ótimo, mas depois de jogar algumas fases e desligar o console, quando voltei não tinha a opção de continuar na tela título, apenas new game. Não faz muita diferença, eu simplesmente selecionei a fase onde parei, mas a evolução dos personagens que joguei foi resetada. Isso seria uma tragédia se estivesse com a intenção de “jogar até ficar bom”. Mas ninguém merece jogar algo até ficar bom.
Em outras situações, o jogo salvou. Se ele não marca as fases que já foram vencidas, pelo menos a evolução dos personagens parece ficar salva. Só não é confiável, e é um tanto inconstante. Você nunca sabe quando desligar o console vai zerar tudo de novo.
É muita inconveniência junta, que até faria algum esforço para vencer se o jogo fosse legal. Mas não é. Jedi Power Battles é muito mais simples que um The Force Unleashed, e esta é sua força, mas é também sua fraqueza, pois ele nunca chega à altura dos beat’em ups clássicos que o inspiraram.