72 Horas

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É sempre legal quando um filme nos surpreende positivamente. E, embora tenha como protagonista o insosso e insípido Russel Crowe, 72 Horas é bom o suficiente para deixar qualquer espectador satisfeito.

Russel é um lucky bastard casado com a Elizabeth Banks, aquela moça que é tão linda que deveria ser proibida de sair na rua sem usar uma burka. Porém, sua sorte está para terminar, pois logo a mocinha será presa pelo assassinato de sua chefe (quem nunca quis fazer isso?).

Ela matou ou não? Bom, nosso protagonista tem certeza que não, e não vai parar até ter sua esposa de volta aos seus braços. E, quando os meios legais se esgotarem, ele não terá outra opção a não ser apelar para meios… ahn… um pouco mais ilegais.

Apesar do nome, 72 Horas não é um filme de ação. Tem ação, no entanto, e ação boa. Tem uma cena com um cavalo de pau tão absurdamente emocionante que não agüentei: levantei da cadeira e gritei “Pelos poderes de Grayskull!”. E pelo jeito eu não fui o único que se empolgou, pois um colega sentado a algumas cadeiras de distância logo se levantou também e gritou “Eu tenho a força!”.

Mas essas cenas vêm todas do meio para o final, pois na real, 72 Horas é um filme sobre um sujeito sem nenhum contato com o crime que se vê obrigado a lidar com a escória da humanidade para conseguir levar a cabo seu plano de soltar a tetéia da cadeia. E, nesse ponto, chega até a lembrar a excelente série de TV Breaking Bad.

Muitas vezes comentei aqui como a maioria dos filmes recicla as mesmas histórias, ou como o primeiro ato costuma ser o melhor e tudo descamba no terceiro. Esse é o contrário. O terceiro ato é, de longe, a melhor parte do filme. E fazia muito, muito tempo que eu não via um clímax digno do nome, já que ultimamente eles estão cada vez mais brochantes.

Em 72 Horas, eu também voltei a sentir um prazer que não sentia há muito tempo: o de acompanhar uma história sem saber de antemão como ela termina (aliás, já agradeceu o Gutopires hoje, delfonauta?) ou o que vai acontecer a seguir. E isso é bem legal.

Tente não se assustar com o pôster e com a presença do Russel Crowe no elenco: 72 Horas vale a pena!

CURIOSIDADES:

– Quando coloquei o CD no computador para copiar o pôster e me deparei com a imagem que você vê ilustrando esta matéria, imediatamente gritei “Vade retro, Belzebu!”, fiz um sinal da cruz e fui me benzer. Fala sério, são pessoas voadoras dentro de uma cabeça voadora transparente. E o filme nem é de terror, caramba!

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
72-horasPaís: EUA<br> Ano: 2010<br> Duração: 113 minutos<br> Elenco: Russel Crowe e Elizabeth Banks.<br> Diretor: Paul Haggis<br> Distribuidor: Imagem<br>