É incrível que alguns cineastas não se chamem Constâncio. É o caso de Roland Emmerich, cuja obra talvez seja a mais constante da história do cinema. O cara só filma fim do mundo. Como as profecias maias prometem o dito-cujo para o ano 2012, nosso amigo não poderia perder essa nova oportunidade.
Desta forma, acompanhamos duas histórias paralelas. De um lado, temos John Cusack como um escritor fracassado que tenta salvar a vida de sua família. Do outro, temos o governo estadunidense tentando fazer algo para evitar a extinção da humanidade. E daí vemos todas aquelas discussões e temáticas que você já viu várias vezes antes. Tipo por que algumas pessoas têm direito a estar na arca e outras não? Quem decide quem está na lista? É até curioso pensar que essa cabine foi organizada pela Cinnamon, que dois dias antes protagonizou o maior desastre jornalístico que já pude presenciar durante a coletiva de Crepúsculo 2: Lua Nova (cujo relato você lê por aqui na próxima matéria publicada). Será que eles se tocaram como a discussão proposta pelo filme se encaixa perfeitamente no escarcéu do final de semana anterior?
Mas falemos do filme. Não dá para negar sua beleza. Tem algo muito poético em destruição e isso tem de monte aqui. É simplesmente lindo ver grandes cidades desmontando como quebra-cabeças, ondas enormes consumindo pessoas em massa ou cabuns atômicos curtindo a vida adoidado. E posso dizer que foram essas cenas de ação as que garantiram dois Alfredos e meio para o filme.
Isso porque a história é simplesmente horrorosa de doer. Cá entre nós, quantas vezes você já viu o pai divorciado sofrendo pelo fato de sua ex-esposa ser feliz com outro homem, ao mesmo tempo em que seus filhos parecem preferir o “novo pai”? E o vilão que se redime no final? E os personagens que se sacrificam por um bem maior? Finalmente, e o herói que parece ter morrido ao salvar o mundo, apenas para uns três minutos depois retornar gloriosamente ao som de uma trilha sonora retumbante? Pois 2012 tem tudo isso aqui. É simplesmente impossível ser mais óbvio.
Porém, de acordo com os ensinamentos Cyrinais, Constâncio Emmerich cuidou muito bem do visual e especialmente das cenas de ação. Assim, não sentimos que acabamos de assistir a duas horas e quarenta minutos de porcaria, mas a um filme mediano. Assista se você gosta de ver 95% dos seres humanos morrendo ou se nunca viu algo do gênero antes. Pelo menos tem explosões a rodo! ^^