13 Minutos

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Indo direto ao ponto, 13 Minutos é a cinebiografia de George Elser. Se você não sabe de quem se trata, não se preocupe, eu também não sabia até assistir ao filme. O truta em questão simplesmente tentou matar Adolf Hitler num atentado a bomba em oito de novembro de 1939.

Se você sabe o mínimo de História, contudo, já imagina que sua tentativa falhou. Acontece que o führer deixou o local míseros 13 minutos antes da bomba fazer cabum, explicando assim o título nacional. Não bastasse o azar de perder a chance de mandar Adolfão pelos ares por meros 13 minutos, ele ainda é preso de posse das plantas do artefato explosivo.

Levado para interrogatório, no qual os militares não acreditam que um civil sem afiliação política e sem histórico de revoltas possa ser o único responsável pelo ato, torturando-o para descobrir quem são seus comparsas, George vai relembrando através de flashbacks sua vida até chegar ao ponto presente e demonstrar que sim, de fato ele fez tudo sozinho.

É uma típica cinebiografia, seguindo a receita do gênero, mostrando a vida do cara de forma didática e pouco criativa. Contudo, nesse caso, até mesmo por ser uma figura pouco conhecida, e que tentou realizar um grande feito, a fórmula acaba funcionando razoavelmente bem.

Além disso, a vida de Elser serve também para contextualizar o gradual aumento da influência do partido nazista e a verdadeira lavagem cerebral perpetrada por ele na população, mascarada com o intuito de levantar o país após a Primeira Guerra Mundial.
E como nem todo mundo comprou seus ideais, como George e seus amigos do Partido Comunista, o longa passa bem a tensão da escalada da loucura do nazismo tomando todos os setores da população quase como num caso de histeria coletiva.

Essa noção de que é muito fácil perder a razão e se entregar a conceitos errôneos e bestiais pode acontecer de maneira simples e rápida, bastando os elementos certos estarem no lugar, é assustadora e também a grande força motora do filme.

O qual também mostra que nem todos concordaram com esses ideais, mas qualquer dissidência era rapidamente silenciada, o que levou o pacato e pacifista Elser a tomar uma atitude extrema.

13 Minutos não apresenta grandes novidades ou estripulias narrativas, preferindo fazer o básico de forma convincente e abordando um período histórico já bastante conhecido e explorado pelo viés de um personagem que talvez não tenha tanto reconhecimento, mas que soube identificar a loucura que tomava seu país e os rumos violentos que ele seguiria e, certo ou errado, tentou fazer algo a respeito. Para quem gosta de filmes passados nesse período, vale a assistida.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
13-minutosPaís: Alemanha<br> Ano: 2015<br> Gênero: Cinebiografia<br> Duração: 114 minutos<br> Roteiro: Léonie-Claire Breinesdorfer e Fred Breinesdorfer<br> Elenco: Christian Friedel, Katharina Schüttler e Burghart Klaussner.<br> Diretor: Oliver Hirschbiegel<br> Distribuidor: Mares Filmes<br>