O portátil da Nintendo não podia ficar fora da festa e também recebeu sua versão bastante simplificada da famosa série de futebol, Winning Eleven. Infelizmente, o resultado foi abaixo do esperado, especialmente em se tratando da melhor série do esporte bretão para videogames da história.
Como já era esperado, a jogabilidade foi simplificada para o controle de seis botões do portátil, mas basicamente continua a mesma coisa das últimas versões: o L troca de jogador, o R corre, B passe, Y chute, X lança nas costas do jogador e o A lança a bola pelo alto e também serve como cruzamento. Os comandos são os mesmos desde as versões “Eleven” de Super Nintendo e a versão do portátil perdeu apenas alguns dribles e movimentos de firulas que honestamente não fazem tanta diferença assim.
No geral, o jogo está um pouco mais fácil do que suas versões mais recentes para os consoles de mesa e vencer o goleiro na área adversária é apenas uma questão de acertar o chute no gol. Movimentos para tirar a bola dos adversários também são bastante intuitivos e o juiz costuma ser bastante generoso quanto aos carrinhos, ao contrário das últimas versões de Playstation 2.
Com relação aos modos de jogo, você tem acesso ao “exibição”, para jogar contra o computador ou um amigo; o “torneio” onde escolhe o seu preferido e disputa com o time de sua opção; ou o modo mais bacana e exclusivo desta versão, o “World Tour”, onde você monta um time aleatório conforme vai enfrentando e vencendo as outras seleções. Funciona mais ou menos como a “Master League”, mas sem um sistema de pontos. Você apenas ganha uma moeda quando vence um time e essa moeda pode ser trocada por um jogador do time derrotado de forma randômica.
O lado fraco de Winning Eleven para DS, sem dúvida, é a parte técnica. Verdade seja dita, a Nintendo nunca foi muito fã de gráficos 3D e isso já vem de mais de uma década. Se os jogos 2D do portátil como os Castlevanias e Contra IV se destacam, quando as produtoras optam pelo 3D, a limitação do console fica escancarada e muitos torcem o nariz.
Trocando em miúdos: os gráficos de Winning Eleven: Pro Evolution Soccer 2007 estão no nível do primeiro Playstation. A movimentação dos jogadores é até boa e puxou muita coisa das últimas versões para PS2, mas a aparência física dos personagens, a modelagem dos rostos, as texturas do gramado, os efeitos de rede balançando, entre outras perfumarias, são bastante precários. Para se ter uma idéia, é praticamente impossível diferenciar os jogadores da Seleção Brasileira. Nem pela cor de pele você consegue ter uma base para identificar quem é quem.
Eu sempre prefiro a diversão aos gráficos, mas é um fato que, especificamente para um jogo de esporte, essa “nostalgia gráfica” perde todo seu charme e fiquei com cara de bumbum quando vi pela primeira vez aquele monte de polígonos sem textura e definição correndo pelo gramado atrás de um polígono que, na verdade, deveria ser a bola.
Mesmo no primeiro console da Sony, era possível pelo menos reconhecer um corte de cabelo diferente ou a estatura dos jogadores. Aqui não, todos parecem iguais e os gráficos são tão precários quanto o primeiro Virtua Fighter de 14 anos atrás, por exemplo.
Tudo bem, eu sei que o objetivo da Nintendo, mesmo com o Wii, é o enfoque na diversão e não nos gráficos, mas aqui eles fizeram – sim – muita diferença. E pelo lado negativo. Inclusive, temos um horroroso lag quando muitos jogadores aparecem ao mesmo tempo na tela. Lembrou o “pau de sprite” que ocorria no Nintendinho há 20 anos.
A utilização das duas telas é bastante óbvia e interessante: em uma telinha, você controla a ação em si, enquanto na outra temos o radar com a posição de todos os jogadores. Curiosamente, a inovação pára por aí e não é possível aproveitar o suporte às duas telas para uma rápida alteração tática na equipe, o que seria bastante útil.
A parte sonora também vai pelo mesmo lado. Nada de narração e Jon Kabira, temos apenas um grito modesto de “Gol” e o barulho simples da torcida, sem grandes méritos. Pelo menos as músicas voltaram a ser temas instrumentais desconhecidos, sem as modinhas do momento.
Ou seja, se você busca a versão portátil do realismo e os bons gráficos das últimas versões do futebas da Konami, o seu negócio é com o PSP da Sony. Agora, se você não é um jogador muito exigente e está atrás apenas de uma diversão descompromissada, talvez Winning Eleven: Pro Evolution Soccer 2007 possa entreter por algumas horas. Mas que a Konami poderia ter caprichado um pouco mais, ah, isso poderia!