Finalmente a melhor série de futebol do planeta alcança o seu décimo exemplar após 11 anos de sucesso (contando apenas os anos em videogames Sony, sem o antecessor Perfect Eleven de Super Nes) e muita inovação. A franquia já merece ganhar o prêmio “Megaman” de longevidade ao lado do concorrente Fifa Soccer (que começou ainda antes, em 1993 no Mega Drive).
E já que falamos na concorrência, podemos afirmar sem exageros que esse é o Winning Eleven mais “Fifa” de todos e não, isso não é uma crítica. Com o passar dos anos e avanços tecnológicos, a única desculpa possível para alguém preferir Fifa a Winning Eleven era o fator diversão. Pois é. Era.
Para terminar de fechar o caixão da concorrência, a Konami ouviu o pedido dos fãs e deu uma recauchutada na jogabilidade que andava meio travada nas últimas versões e foi do 8 ao 80. A questão é que WE sempre primou pelo realismo, mesmo que fosse necessário o sacrifício da diversão dos jogadores. Por isso que os três exemplares anteriores eram mais “travados”, com árbitros rigorosos, defesas fechadinhas e partidas se concentrando mais no meio campo com poucas oportunidades de ataque.
Agora tudo isso mudou: os juízes estão bem mais brandos nas marcações e as defesas (goleiro incluso) são verdadeiras peneiras onde os atacantes quase sempre levam a vantagem. Essa mudança fez com que os placares apertados das outras versões se transformassem em coisas como 5×4 com uma certa facilidade. Mas calma que o realismo, marca registrada da série, ainda se faz bem presente, basta imaginar que todos os times têm a “maravilhosa” defesa do meu Corinthians (que um dia ainda me mata do coração).
A parte técnica, tirando um detalhe ou outro, não sofreu alterações. Como você já deve imaginar, estamos no fim da vida útil do Playstation 2 e as produtoras já esgotaram as capacidades do console. Talvez quando a Konami lançar as versões de X-Box 360 e PC, possamos ter um gostinho do que nos espera nas próximas gerações, mas por enquanto são os mesmos bonecos e texturas de sempre, salvo um ou outro movimento novo (especialmente após um jogador perder um gol ou sofrer uma falta violenta).
Os sons também são os mesmos da versão anterior, com exceção do barulho da bola batendo na trave e alguns gritos novos das torcidas. A narração continua a cargo do hilário Jon Kabira mas precisa de uma atualização pois é praticamente a mesma desde o primeiro Winning Eleven de Playstation 2, com a diferença que agora temos um repórter de campo que fala quantos minutos de acréscimo o árbitro vai adicionar ao tempo normal e avisa quando tem substituições nos times.
As músicas da série sempre foram bem legais, mas desde o Winning Eleven 8, a coisa tem me preocupado e a Konami parece simpatizar com a idéia da Electronic Arts em adicionar trilhas sonoras com modinhas da época ou músicas genéricas bobinhas nos menus. É uma pena porque a música “tema” da série que era utilizada nos jogos do primeiro Playstation e primeiros exemplares para o PS2, era bem bacana.
De resto, temos os mesmos modos, incluindo o Nippon Challenge onde você joga as eliminatórias e a Copa do Mundo com o Japão. O objetivo, obviamente, é levantar o caneco. Nos times, tivemos alguns acréscimos, incluindo a autorização da seleção holandesa e o tri-campeão mundial, São Paulo.
O balanço final é aquele que você já se acostumou a ler: Winning Eleven ainda é a melhor série de futebol, mas a Konami até tentou ousar dando uma aliviada na jogabilidade e escancarando as defesas dos times. Se você já for um fã da série, pode comprar este exemplar sem medo mas se você quer algo ainda mais realista, vá atrás do Winning Eleven 9 (como nós somos muito legais, já fomos atrás para você. clique aqui e compre), lançado no ano passado, que é praticamente o mesmo jogo, só que mais focado na “simulação” do esporte.