Minha relação com Warcraft é um tanto curta e sem muita importância comparada a outros games. Basicamente, eu joguei um dos primeiros jogos, não me lembro se o primeiro, o segundo ou ambos e achava maior legal o fato de quando você dava ordens para os humanos eles falarem coisas como “yes, sir” ou “as you wish”. Pois é, meu amigo, lá nos idos dos anos 90, a gente pirava o cabeção em coisas como vozes em videogames.
Porém, nunca fui um jogador hardcore de RTS e jogos de estratégia, então embora tenha jogado um bocado, não acho que cheguei a terminá-lo. A série, no entanto, adquiriu novos ares em 2004, com o lançamento de World of Warcraft, que viria a se tornar um dos MMORPGs mais populares. Hoje, doze anos depois de seu lançamento, ele ainda usufrui de uma popularidade invejável. E esta semana, o primeiro filme baseado na franquia chega aos cinemas tupiniquins.
AS YOU COMMAND
A essa altura você já olhou a nota ao lado e já deduziu que eu gostei do filme de Warcraft. Pois é, delfonauta. Eu realmente botava fé no filme do Ratchet & Clank, que acabou decepcionando, e os dois filmes baseados em games que vieram depois, Angry Birds e este, acabaram surpreendendo e se mostrando particularmente bacanas.
A história começa mostrando os Orcs, que estão com seu mundo destruído e precisam dar um jeito para sobreviver. Eles resolvem usar um portal mágico que os transporta a outro mundo, mundo este habitado pelos humanos da Aliança. A ideia dos Orcs é construir um portal pintudo por onde poderão trazer toda sua espécie e assim aniquilar os humanos e tomar o mundo deles à força. No entanto, nem todos os orcs estão convencidos da necessidade disso.
A coisa mais impressionante em Warcraft é seu visual, tanto na parte técnica (efeitos especiais excelentes, impossível diferenciar CG de live-action) quanto na criativa. O design dos orcs e de todas as criaturas que habitam este mundo são belíssimos e impressionantes, ao mesmo tempo que são bastante diferentes de filmes como O Senhor dos Anéis.
Pegue os anões, por exemplo. Criaturas comuns em mundos de fantasia, nos filmes de Peter Jackson, eles são basicamente pessoas baixinhas e barbudas. Aqui eles de fato parecem uma outra espécie, pois seus rostos não têm proporções propriamente humanas. Ainda assim, são suficientemente parecidos com anões para serem reconhecidos por todos os espectadores.
Isso sem falar de animais, como um enorme pássaro voador ou um lobo grande e peludo que, se não fosse tão dentuço e assustador, daria uma vontade imensa de dar um abraço nele ou de cavalgar rumo ao pôr-do-sol ouvindo uma música de heavy metal épico.
Mas o que rouba o show mesmo são os Orcs, extremamente fortes e assustadores, totalmente diferentes dos humanos, mas tão bem feitos e detalhados que daria até para acreditar que eles eram bichos de verdade presentes no set, e não apenas CGI. Além disso, são todos diferentes, e o design faz um bom trabalho de diferenciar uns dos outros.
Continuando o espetáculo audiovisual, o som do filme é simplesmente bombástico. A sessão para imprensa foi na sala Imax do Shopping Bourbon, que tem um som bastante parrudo, e era comum a sala tremer com o poder das músicas (tão épicas que poderiam estar em qualquer álbum do Rhapsody) e dos efeitos sonoros.
A história em si de fato não é grande novidade, e inclusive rouba alguns twists diretamente de O Senhor dos Anéis, mas ela acaba ficando em segundo plano diante de quão legais são as cenas de ação e o audiovisual como um todo.
Penso que talvez se for visto na TV ou em um cinema menos pintudo, o impacto pode ser bem menor, o que pode ajudar a explicar as críticas negativas que está recebendo. No entanto, estaria mentindo se dissesse que não me diverti durante toda a projeção, e como tal recomendo que você o assista no maior e mais potente cinema que conseguir.