Quando recebi a missão de cobrir a cabine de Vovó… Zona 2 pensei comigo mesmo: “É, faz todo o sentido essa continuação, afinal o primeiro foi tããããão bom…”. E mais, o filme era uma cópia de segunda de Uma Babá Quase Perfeita que, por sua vez, e me desculpem quem gosta desta produção, já era um filme bem tosco. E eis que a nova aventura da Vovózona consegue ser ainda mais parecido com o filme estrelado por Robin Williams.
Sente só. Desta vez, além do mote ser igual (homem se traveste de velha senhora), a trama é parecida. Nesta nova “comédia”, o agente do FBI interpretado pelo projeto de humorista Martin Lawrence (se esse cara é engraçado, eu sou o Jerry Lewis) faz-se passar pela babá de três crianças. Hum, coincidência pouca é bobagem.
Desta vez Malcolm Turner volta a vestir a maquiagem de Vovózona para se infiltrar na casa de um sujeito suspeito de ter criado um super vírus de computador capaz de roubar informações das principais agências de segurança dos EUA (tipo FBI, ASN, CIA e todas as outras siglas de três letras que você conseguir pensar). Fazendo-se passar pela babá dos filhos do cara, ele espera descobrir se o homem é mesmo culpado e evitar que o tal vírus seja vendido e disseminado.
E agora, vamos chutar cachorro morto. A história você já conhece de trocentos filmes que passam na Temperatura Máxima. É óbvio que Malcolm irá se afeiçoar às crianças e irá ajudá-las em seus momentos de dificuldades, como é de praxe nestes filmes, e é mais óbvio ainda que você nem precisa usar metade de um neurônio para saber como a película acaba.
O que não dá para entender de jeito nenhum é como não conseguiram (ou não se deram ao trabalho), em seis anos (o espaço de tempo que separa o filme original desta continuação), melhorar a medonha maquiagem da Vovó. Só num mundo onde os elefantes voam (desculpa aí, Dumbo) e as vacas tossem, alguém poderia olhar para Martin Lawrence parecendo uma drag queen de boate fuleira e acreditar que trata-se apenas de uma simpática velhinha afro-estadunidense.
Mais incompreensível ainda é o fato do filme ter faturado gordos 27,7 milhões de verdinhas em seu final de semana de estréia nos EUA. Deste fato, só posso tirar duas conclusões: ou deu a louca nos gringos ou eles estão tão carentes de comédias que topam assistir a qualquer parada. É sério, só há uma piada engraçada na trama, que se repete umas três ou quatro vezes (a do garotinho se jogando de cara no chão). Muito pouco para 104 minutos de projeção.
Estava preparado para assistir a uma bomba, mas não chega a isso. Vovó… Zona 2 é apenas mais um amontoado de clichês requentados feito para arrancar uns trocos dos desavisados e servir de veículo para levantar a carreira de Martin Lawrence. É até assistível, mas com certeza não no cinema. E não pagando para isso.