Vizinhos

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O que o delfonauta faria se o Zac Efron se mudasse para a casa ao lado? A resposta provavelmente depende da orientação sexual do amigo leitor. “Miséria”, responde o/a delfonauta que gosta de homens. “Me mudava”, responde o delfonauta que prefere fazer miséria com indivíduos desprovidos de pênis.

Pois o amigo delfonauta que prefere fazer miséria com indivíduos desprovidos de pênis vai se identificar bastante com o filme. Acontece que é exatamente isso que acontece com o casal interpretado por Seth Rogen e Rose Byrne. E o problema não é nem o Zac Efron em si, mas o fato de que ele vem acompanhado de uma festeira e barulhenta república, daquelas que ouve rock’n’roll o dia inteiro e faz festa todo dia (se sacou a referência, grite “cavaleiros a serviço de Satanás” nos comentários).

O casal protagonista tem uma fofa pimpolha e logo percebem que noites silenciosas serão uma raridade no futuro próximo. Eles até tentam fazer amizade, levando um baseado pra galera (deve ser assim que o Seth Rogen fica amigo das pessoas), mas logo o negócio escala para um conflito generalizado. E é basicamente isso que temos aqui: um filme de conflitos.

O leitor que gosta deste tipo de filme regozijar-se-á com os planos mirabolantes de ambas as partes para minar os esforços de seus desafetos. E as moças ou moços que curtem o Zac Efron poderão vê-lo sem camisa durante boa parte do filme. Se seu negócio é glândulas mamárias, tem uns peitinhos também. De mulher. E de homem.

Particularmente, este não é o tipo de comédia que me agrada. Eu gosto de algo ao mesmo tempo mais bobo e mais inteligente, tipo Corra que a Polícia Vem Aí ou Monty Python, como o auspicioso leitor bem sabe, então não posso dizer que dei altas risadas durante a projeção. Dei uns sorrisinhos, sim, mas nada que realmente me faça recomendar o filme.

O que não dá para colocar defeitos, no entanto, é a direção. Estilosa e criativa, a mão de Nicholas Stoller é sentida em vários planos e cortes, e acaba deixando a experiência de assistir a Os Vizinhos bem mais interessante do que seria de outra forma.

Graças a ele, um filme que poderia ser ruim acaba se tornando um filme nada. Até chega a divertir, mas é facilmente esquecível e com certeza há coisas melhores em cartaz. Por que não assistir a elas?

CURIOSIDADES:

– Tem uma pá de pontas de comediantes famosos por aqui, em sua maioria tirados de séries como Friends, Saturday Night Live e Workaholics. Tente encontrar todas elas e aponte-as nos comentários.

– Se você gosta de coisas fofinhas, não saia do cinema assim que os créditos começarem. Vai por mim, vale a pena esperar uns minutinhos.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
vizinhosPaís: EUA<br> Ano: 2014<br> Gênero: Comédia<br> Roteiro: Andrew J. Cohen e Brendan O’Brien<br> Elenco: Seth Rogen, Zac Efron, Dave Franco, Christopher Mintz-Plasse e Rose Byrne.<br> Diretor: Nicholas Stoller<br> Distribuidor: Universal<br>