VIII Queencontro

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Chegamos no Blackmore por volta das 7:30 e conhecemos o organizador Mauricio, que nos atendeu muito bem e foi extremamente solícito. Fomos ao camarim onde fizemos uma extensa entrevista exclusiva com os membros do Queen Cover (que será publicada em breve, assim que eu terminar de digitá-la) e acabamos perdendo boa parte do show do Queen Unplugged.

Apesar de estar me concentrando na entrevista, pude ouvir do camarim a banda subindo ao palco com We Will Rock You (aquela versão mais legal, que tem todos os instrumentos) seguida de Tie Your Mother Down. Confesso que quando soube do show do Queen Unplugged achei que fossem se concentrar nas baladas do Queen, mas não foi o que aconteceu. Seu setlist foi muito equilibrado e, em algumas músicas, até bem pesado.

Começamos a assistir o show deles na segunda metade, quando mandaram a ’39, que ficou ótima na interpretação do grupo. A próxima foi a divertida Crazy Little Thing Called Love, que agitou o público, fazendo muita gente se levantar das mesas para dançar além de cantar absurdamente alto (principalmente naquela parte que fala “Ready, Freddie”).

A próxima merece destaque: Breakthru, uma das músicas mais legais do Queen ganhou um rendição muito legal e teve seu videoclipe passando no telão enquanto a banda a executava. These Are The Days Of Our Lives teve a participação de Eddie Star, o vocalista do Queen Cover, que fez um dueto emocionante com o vocalista do Unplugged, Hélio Lima.

Spread Your Wings, música gravada pelo Blind Guardian há alguns anos também foi tocada e a banda encerrou sua apresentação com Long Away e In The Lap Of The Gods.

A banda sai do palco e o público, depois de ter se divertido com a apresentação do Queen Unplugged, aguardava ansiosamente pelo show de uma das bandas cover mais famosas do Brasil.

Um breve intervalo e a Flash começa a tocar em playback servindo de introdução para a entrada do Queen Cover. A banda já entra com a curtinha The Hero, seguida da Hard Rock Tie Your Mother Down.

Depois de um medley, os caras mandam uma versão muito pesada de A Kind Of Magic, que chegou a lembrar até um Heavy Metal. Não sei o que os fãs do Queen presentes acharam dessa “metalizada” na música, mas eu adorei.

Somebody To Love ficou marcada por um barulho absurdo no final da música, parecia que algo explodiu. A banda, contudo, não se deixou abalar e Eddie Star começou a brincar com a platéia da mesma forma que Freddie Mercury fazia.

Depois de Who Wants To Live Forever é que veio a melhor parte. Uma de minhas músicas preferidas I Want It All, que não constava no setlist foi tocada em uma versão empolgante e cujos solos do guitarrista Márcio Sanches ficaram fantásticos.

E veio outra que não constava no setlist: Mustafa, emendada com um pedacinho de Innuendo (aquela parte instrumental mais pesada, que vem depois do coral) cuja guitarra foi, novamente, o destaque e que me deixou bem feliz. Explico: durante a entrevista, ao conversar com Márcio e Eddie, havia dito que gostaria de ouvir I Want It All e Innuendo. Eles disseram que I Want It All, apesar de não estar no setlist, seria tocada. Quando falei da Innuendo, Eddie cantou um pedacinho da música “A Capella” ali mesmo (eu tenho isso em vídeo, pena que não dá para colocar aqui). Quando ele parou de cantar, Márcio disso que tocariam um pedacinho de Innuendo para mim. Eu não sabia se eles estavam brincando ou falando sério (eles brincam muito ), então quando ouvi o pedacinho de Innuendo no show fiquei em dúvida. Depois do show, perguntei para o Márcio e ele disse que eles colocaram por minha causa e que ele imaginou que aquela seria a parte que eu mais gostava da música, já que eu gosto de Heavy Metal. Achei muito legal e ele realmente adivinhou a parte que eu mais gostava.

Voltando ao show, o pedacinho de Innuendo foi emendado com um solo de guitarra. Por melhor que seja o instrumentista, mantenho minha opinião de que solos individuais são desnecessários. Mas até que este não foi tão chato, já que Márcio deu sua palheta para alguém no público e solava segurando a mão dessa pessoa. Eu já vi guitarra ser tocada com a boca, de costas e tal, mas com a mão de outra pessoa, eu nunca tinha visto.

A banda volta ao palco e anunciam o convidado Fabrício Ravelli, o baterista do Harppia e um dos ídolos do Bruno Sanchez aqui do Delfos. Juntos, eles tocam Stone Cold Crazy e devo concordar com o Bruno: o Fabrício realmente manda bem. Além de sua técnica, ainda tem uma ótima presença de palco e sua batida forte (depois Márcio até brincou que ele tinha quebrado a bateria), aliada à guitarra de Márcio deixou essa música ainda mais pesada. Continua abaixo…

Love Of My Life e Is This The World We Created vieram pouco depois, tocadas apenas com vocal e violão, dando um ar muito romântico e era possível vermos vários casais se curtindo na platéia.

Crazy Little Thing Called Love me deixou dividido. Durante a música, curti mais a versão do Queen Unplugged, mas o Queen Cover alterou o final dela e ficou demais. Eles acrescentaram solos de baixo, guitarra e teclado que foram tão legais que os colocaria como os destaques do show. No solo de teclado, aliás, o vocalista Eddie se uniu ao tecladista André Dias para um solo a quatro mãos. Bem, na verdade, me pareceu que o vocalista estava solando e o tecladista estava na base, mas posso estar errado, já que estava lá no mezzanino.

Bohemian Rhapsody veio a seguir e foi tocada exatamente como o Queen fazia, com playback na parte do coral. Durante a entrevista, questionei a banda sobre isso e eles me explicaram o porquê de usarem playback (confira em breve aqui no Delfos ), mas eu mantenho minha opinião de que playbacks tiram a energia de um show de rock e tenho certeza que os membros do Queen Cover estão qualificados para tocar essa música completa.

A completamente Hard Rock Hammer To Fall vem a seguir e funciona muito bem ao vivo. Outra que funciona bem é Radio Ga Ga, com grande participação do público que acompanha a música com palmas (exatamente como nos shows do Queen).

A banda sai do palco por alguns minutos e volta com We Will Rock You e termina o show com We Are The Champions, que contou até com pirotecnia.

Individualmente, todos os músicos do Queen Cover são ótimos, mas os destaques vão para o guitarrista Márcio Sanches, que deixou quase todas músicas mais pesadas e para o vocalista Eddie Star, que usa os mesmos movimentos de Freddie Mercury ao vivo. Convenhamos, Mercury é um dos melhores vocalistas da história e cantar suas músicas não é para qualquer um. Eu mesmo já ouvi muitas versões de músicas do Queen e elas normalmente pecam no quesito vocálico. Eddie, embora não tenha sua voz parecida com a de Freddie, adapta as músicas para seu próprio estilo e mandou muito bem em todas.

Pena que perdi um bom pedaço do show do Queen Unplugged, mas foi por uma boa causa e outras oportunidades virão. E quem sabe no próximo show do Queen Cover que eu assistir, eles não toquem Princes Of The Universe, One Vision e a Innuendo completa? Vou ficar torcendo.

Se você gosta de Queen (é possível não gostar?) e não foi, recomendo que vá no próximo, que acontecerá dia 28 de maio. É diversão garantida.

Quero agradecer e parabenizar os organizadores Mauricio e Rosana Franchi pelo ótimo evento e por uma noite muito agradável. Valeu!

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).