Vertigo 2 é o tipo de jogo que, no papel, me faz ficar animado para colocar meu capacete do PS VR2. É um FPS linear, com história e campanha. Porém, como normalmente acontece com games assim, ele simplesmente não é muito bom.
OS DOIS TIPOS DE JOGOS DE VR
Dois tipos de jogos de VR compõe quase 100% do mercado atual. Games de gameplay, como Beat Saber, Synth Riders, etc, costumam ser os melhores. E são games que só fazem sentido em VR. Por serem jogos de gameplay, costumam ser muito divertidos, mas prendem pouco. Meu problema é que fico com preguiça de montar todo o aparato do VR para jogar uma ou duas músicas.
O outro extremo são os games mais tradicionais. Campanhas com fases, combate, movimentação e história. São experiências assim que eu realmente gosto no mundo dos games. Porém, como games de VR normalmente são feitos por empresas iniciantes e muitas vezes com pouco dinheiro, dificilmente eles são realmente bons. Jogos como Vertigo 2 até são malemá interessantes em VR, mas se saíssem em modo panqueca provavelmente estariam entre os mais mal avaliados do ano. O que nos leva a ele.
VERTIGO 2
Vertigo 2 tem um visual carismático. Na verdade, eu gosto muito mais dos monstrinhos que dos humanos, pois é aí que seu visual cartunesco mais brilha. Combine isso a um roteiro sinceramente engraçado e boas atuações e a primeira impressão que ele causa é excelente.
Não que os gráficos sejam especialmente elaborados. Mas é fato que quanto mais realista e humano ele tenta ser, mais feio fica. Ainda assim, eu sou um cara desesperado para justificar o gasto no meu PS VR2, então acabo jogando todo game nessa linha a que tenho acesso. Infelizmente, a ação, o principal em um FPS, simplesmente não é muito boa.
BANGUE-BANGUE NO VERTIGO 2
O jogo traz boas ideias. Excelentes até. A munição, por exemplo, funciona num sistema de cooldown, que é ativado sempre que você recarrega a arma. Recarregar a arma também é interessante, uma vez que exige movimentos que, graças a Odin, são simplificados. Ainda assim, armas como a escopeta exigem que você faça aquele movimento masturbatório em seu cano a cada novo tiro.
O problema é que as armas simplesmente não são poderosas o suficiente. Até onde eu joguei, peguei três, sendo duas pistolas e uma escopeta. Uma das pistolas parece ser a pea shooter tradicional, enquanto a outra visa atingir mais longe. Ainda assim, ambas são igualmente fraquinhas. Sobra a escopeta, que é muito mais útil, mas está longe da utilidade da escopeta de Doom, por exemplo.
ANDE, ATIRA, REPITA
As fases são bem tradicionais. São missões lineares, que te levam através de corredores enquanto outros personagens falam no seu ouvido e você pipoca todo mundo que aparece pela frente. Eu gosto muito de games assim, mas claro, precisam ser bons de jogar, o que Vertigo 2 não é.
O lado bom é que o humor é realmente legal e os atores deixam as piadas ainda mais engraçadas. O cientista Brian, por exemplo, começa o jogo te passando uma missão para te tirar da vida dele (eticamente). O robozinho que te orienta também é muito divertido, assim como o vilão e seu sotaque latin lover. Eu sinceramente queria jogar Vertigo 2 até o fim só para curtir sua história. Infelizmente, não consegui.
O JOGO ESTÁ QUEBRADO, VAMOS ADIAR
Originalmente, esta matéria estava agendada para ser publicada no embargo original, dia oito de dezembro. Porém, pouco antes a Perp Games avisou que um bug foi encontrado e por isso o jogo seria adiado, e por isso pediram para segurarmos o review. O lançamento da versão corrigida é hoje, 15 de janeiro de 2024. Eles não deram informações sobre o bug, mas eu cheguei num ponto em que não parece possível continuar.
No ponto da imagem acima, tudo indica que preciso girar aquele guindaste e andar sobre ele até as caixas da esquerda, para ser transportado até a porta no meio. Porém, o guindaste não tem colisão. Ao tentar subir nele, eu simplesmente o atravesso e morro. E, no momento em que encerro esta resenha, não há como progredir. Não sei se este é o bug que causou o adiamento, mas é o bug que me impediu de terminar.
Outro que vale alertar é que os troféus não funcionam na versão de PS VR2. O jogo tem mods, como munição infinita, que avisa que desligam os troféus quando ativados. Mas mesmo sem ativá-los, os prêmios simplesmente não destravam quando cumpridos. Isso é algo menor do que impedir o progresso, mas eu relatei ambos para a Perp Games.
PORÉM, ESTE TEXTO FOI ESCRITO ANTES DO LANÇAMENTO
Vale dizer que este texto foi escrito em sete de dezembro, e o game sai hoje já corrigido, segundo a Perp Games. Quando você estiver lendo, ele provavelmente já terá saído, mas não acho que vou ter tempo para voltar a ele novamente. Portanto, registro aqui a experiência que tive.
De qualquer forma, não deixei estes problemas técnicos afetarem o veredicto. Mesmo que funcionasse direitinho, Vertigo 2 é um jogo ruinzinho, que se destaca apenas por ser uma campanha mais elaborada em um jogo de VR. Continuo minha busca por algo assim que seja bom, e feito apenas para o VR (ou seja, os Resident Evils não contam). Se encontrar, você será o primeiro a saber.