Diferente do que o título nacional possa dar a entender, Um Homem Entre Gigantes não se trata de mais uma reimaginação de João e o Pé de Feijão. Na realidade, ele tem como pano de fundo o futebol americano, esporte cada vez mais popular aqui em nosso país, o que talvez possa suscitar o interesse desse novo público tupiniquim que curte o esporte da bola oval.
Baseado em uma história real, ele é focado no Dr. Bennet Omalu (Will Smith), médico patologista forense que descobre a relação entre as sucessivas pancadas e concussões (daí o nome original) sofridas na cabeça pelos jogadores com diversos problemas de ordem neurológica desenvolvidos anos depois de aposentados.
Trata-se da chamada Encefalopatia Traumática Crônica. Só que ao invés da NFL (a liga de futebol americano) levar a sério as descobertas do médico e tentar tornar o esporte mais seguro para suas estrelas, é óbvio que eles vão tentar negar tudo e desacreditar o trabalho do sujeito como se ele fosse um charlatão atrás de 15 minutos de fama.
Está armado o drama da película, que tem uma boa condução e uma boa performance de Will Smith, além de um tema que esteve em voga bem recentemente para quem se interessa pelo esporte em questão. Contudo, o que não há aqui é qualquer sinal de novidade, e toda a levada do filme e o desenrolar da narrativa é bem padrão, e você nem precisa pensar muito para adivinhar tudo que vai acontecer, em qual ordem, e como será o final.
O problema maior talvez seja o nacionalismo exacerbado que toma conta de diversas passagens e irrita com aquela lenga-lenga de que os EUA são a terra das oportunidades, todo mundo sonha em ir para lá atrás de uma vida melhor e blá blá blá. Como o personagem principal não é estadunidense, o filme se aproveita disso para a todo momento encher a bola do chamado “sonho americano”.
Tirando esse excesso de patriotismo cego tão típico de diversas produções hollywoodianas e a falta de novidades, ainda assim assisti ao longa numa boa e fiquei moderadamente entretido durante toda sua duração. Achei o tema particularmente interessante, o que fez com que colocasse a produção um degrau acima de um mero filme nada.
Um Homem Entre Gigantes é um bom drama focado em mostrar as sérias consequências às quais estão sujeitos os praticantes de um esporte particularmente bruto (embora deveras divertido) como o futebol americano. Se esse assunto também o interessa, vale a assistida. Contudo, se esse esporte não é sua praia, não há nada para você aqui. Nesse caso, melhor procurar outro programa.
