Uma coisa que me fascina é a insistência no cinema em contar repetidamente a mesma história. Você já viu Turbo antes, mas com outros nomes. Formiguinhaz, Bee Movie, etc. Até a abordagem focada em “velocidade” já foi usada na mesma história em Carros. Veja se você lembra de outros filmes pela sinopse.
Teo é um caramujo infeliz com sua vida e sua rotina. Ele sonha em ser corredor de fórmula Indy, e os outros caracóis vivem rindo da cara dele por isso. Um dia, no entanto, ele é picado por um turbo radiativo e ganha os poderes e habilidades proporcionais aos de um carro tunado. Agora é hora de ele realizar seu sonho.
Admito que eu estava de cara com este filme. Assim que a projeção começou e constatei que a história de fato seria esta (de novo!), me deu vontade de tirar meu Nintendo 3DS do bolso e tirar umas partidas de Mario Kart. Só então eu me lembrei que eu não tenho um 3DS e estava preso na sessão pelos próximos 90 minutos. Oh, não!
No entanto, devo admitir que aos poucos o desenho foi me conquistando. Caracóis são bichinhos naturalmente simpáticos, e o design e a animação amplificam isso. Achei especialmente legal a forma como eles usam seus olhos como se fossem mãos.
Os outros caramujos corredores também são bem engraçados (Sombra Branca!) e lembram bastante a turma do aquário do dentista em Procurando Nemo. Eu percebi que estava me divertindo justamente quando eles aparecem pela primeira vez.
O ponto fraco é justamente a história, que não traz absolutamente nada novo. Todos os clichês estão lá, da lição de amizade ao desnecessário corredor vilão. O troço é tão óbvio que chego a questionar se realmente um roteiro foi escrito para o filme ou se temos aqui apenas um grupo de designers aproveitando uma história conhecida para brincar de fazer personagens bonitinhos e contar algumas piadas.
Turbo é um filme honesto. Com isso, quero dizer que você sabe exatamente o que está comprando. Apenas olhando o pôster, eu já criei toda a história em detalhes na minha cabeça e não errei quase nada, e com certeza você também é capaz de fazer isso. Resta então aproveitar a jornada, se divertir com as piadas e sair do cinema com vontade de ter um bonequinho do Teo. Não vai mudar a vida de ninguém, mas convenhamos, podia ser bem pior.