The Witcher 3: Hearts of Stone

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Não é comum fazermos análises de DLC aqui no DELFOS, mas não só Hearts of Stone é um DLC de um dos maiores jogos do ano, ele também é tão ambicioso que a CD Projekt Red fica brava se você o chama de DLC, e não de “expansão”.

LIBERDADE PARA COMEÇAR

Assim que você roda o jogo após instalar Hearts of Stone, ele te explica que você tem algumas formas de jogar. Você pode simplesmente continuar o seu jogo anterior, e o primeiro quest estará no seu log, ou então pode iniciar uma campanha específica do Hearts of Stone, com um personagem já no nível certinho para a nova história.

Achei bem legal ter esta opção, pois possibilita que aqueles que ainda não tenham um personagem de alto nível possam brincar com o DLC. Eu já tinha jogado bastante de Witcher e investi muito tempo no meu personagem, então resolvi usá-lo.

MAIS GERALDÃO

A história de Hearts of Stone acontece depois da mostrada no jogo principal. A vida do bruxeiro Geralt of Rivia prossegue dentro da rotina. Ele continua buscando por pessoas que precisam de alguém que mate monstros. Isso o leva a responder a um anúncio de Olgierd Von Everec.

Olgierd conta que as mulheres da cidade estão indo ao encontro de um monstro, um perigoso sapo que dizem que vai se transformar em um príncipe se for beijado. Obviamente, as donzelas não estão voltando do encontro com o bicho, e Geraldão Ribeiro se oferece a acabar com a raça dele. Por um preço.

A missão é bem semelhante às do jogo principal nas quais você tem que caçar e matar um monstro. Afinal, é rotina para o nosso herói. Porém, é claro que as coisas não serão tão simples. Sua caçada pelo sapão o coloca em maus lençóis, e é então que um personagem já conhecido aparece e oferece ajuda. Desde que você o ajude depois.

Sem opções, o bruxeiro aceita a proposta, e agora tem que fazer as tarefas que seu novo “amigo” propõe.

NOVAS MISSÕES, NOVOS INIMIGOS, NOVOS PERSONAGENS

Isso o colocará em uma nova aventura que, embora seja mais longa do que muitos jogos completos, como God of War: Ascension, também é mais simples e mais concisa do que a convoluta trama de Wild Hunt. E isso é bom. É como se o jogo principal fosse um romance com várias centenas de páginas, e esta expansão fosse um conto, mais leve e divertido.

Obviamente, durante Hearts of Stone, você vai conhecer novos personagens, reencontrar amigos antigos e lutar contra novos inimigos. Porém, o melhor mesmo são as novas missões.

Existem algumas sidequests que, admito, não são muito boas, e envolvem você ficar juntando muito dinheiro para pagar um novo personagem, porém as missões principais estão entre as melhores do jogo.

Uma, em especial, envolve dar a um fantasma a melhor noite da sua vida (é!) e é extremamente engraçada e muito divertida. Provavelmente é a missão que eu vou me lembrar mais de todas as presentes em The Witcher 3 até o momento.

A rotina das missões não reinventa a roda em relação às que já conhecemos. Em geral você vai investigar cenários, conversar com muita gente e, em alguns pontos esporádicos, vai ter que sair na mão com monstros, animais e seres humanos.

Achei o DLC bem mais difícil do que o jogo principal. Se na minha grande aventura, mantive a dificuldade na padrão “Story and Sword” sem grandes problemas na maior parte do tempo, aqui acabei tendo que arregar para a mais fácil, “Just the Story”. E olha que meu personagem estava sempre alguns níveis acima do recomendado. O que me fez desistir não foi nem a dificuldade em si, mas o fato de que cada vez que você morre tem que aguentar uma tela de loading de mais de dois minutos que acaba tornando tudo muito entediante.

A única coisa que me incomodou na história é que, em determinada missão, o bruxeiro insiste que ninguém deve morrer. Ora, estamos jogando com um assassino profissional, que corta gargantas como se fosse o cabelo. Por que apenas neste momento de todo o nosso tempo com ele, o sujeito resolveu dar lição de moral?

Há também novos equipamentos, inclusive witcher gears melhores do que as presentes no jogo principal. Eu terminei Hearts of Stone e consegui as novas roupinhas, mas não cheguei no nível necessário para poder usá-las.

CORAÇÕES DE PEDRA

Se você quer saber se vai gostar de Hearts of Stone, é bem fácil. Você gostou de The Witcher 3? O que temos aqui é uma versão mais leve, bem-humorada e divertida do jogo principal. Ideal se você achou que as centenas de horas que passou com o Geraldão não foram suficientes ou se quer jogar mais um pouco sem iniciar uma nova e longuíssima campanha. É, ao lado de DLCs como Left Behind de The Last of Us e Whistleblower, de Outlast, um dos mais completos e satisfatórios com os quais já tive contato. Altamente recomendado.

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The Witcher 3: Wild Hunt: a completa resenha delfiana para um dos maiores jogos do ano.

Entrevista com os criadores de The Witcher 3: conversamos em vídeo com os chefões da CD Projekt Red sobre o jogo e muito mais.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
the-witcher-3-hearts-of-stoneAno: 2015<br> Gênero: RPG em mundo aberto<br> Plataforma: PS4, Xbox One e PC<br> Fabricante: CD Projekt Red<br> Versao: PS4<br>