Superpai

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Superpai tem uma origem diferente da maioria dos filmes. Originalmente, era um roteiro escrito por estadunidenses. Comprado pela Universal, a empresa decidiu filmar o roteiro em terras brasilis. Dando tudo certo, será feito um remake nos States para o mercado internacional. “Trata-se de um premake”, explicou o produtor João Queiroz em entrevista coletiva.

Dá para perceber que o roteiro é importado, amigo delfonauta. Em alguns momentos, os personagens falam coisas dignas dos filmes adolescentes dos EUA, tipo a garota que quer perder a virgindade no baile de formatura e outras coisas que não foram adaptadas para o nosso cenário.

Ao contrário do que se pode pensar a princípio, Superpai não é a história de um pai com super-poderes, realizando a fantasia de todo moleque nerd. Na verdade o Superpai do título é irônico, pois o personagem interpretado por Danton Mello é um péssimo pai, totalmente negligente. E é justamente daí que o longa tenta tirar seu humor.

Acontece que, ao buscar o filho em uma creche, o Superpai acabou pegando o moleque errado. Nem na raça ele acertou, pois pegou um coreano, logo apelidado de Jaspion. O resto do filme consiste nele e em três amigos tentando encontrar onde está o seu filho e fazer a troca dos pimpolhos antes que a esposa descubra o que aconteceu. E, se tudo der certo, a tempo de ele conseguir comer a gostosinha do colegial. Ah, sim, tudo acontece na noite da reunião de 20 anos do ensino médio do cara. Enfim, altas confusões, delfonauta.

A história é bem típica do humor estadunidense (inclusive tem um episódio de Friends igualzinho, no qual o Chandler e o Joey trocam o filho do Ross) e arrancou no máximo alguns sorrisos, nenhuma risada propriamente dita.

Pelo menos ele também não me deixou entediado. Apresentando confusões atrás de confusões, ele tem um timing bem rápido e consegue entreter moderadamente. E eu digo esse moderadamente de forma enfática.

Do lado negativo, além de não empolgar, as atuações são muito ruins, como é padrão no cinema nacional. Ninguém se salva, mas especialmente as crianças estão sofríveis. Até escolheram colocar uma máscara nos moleques em boa parte do tempo para precisarem atuar menos.

O que temos aqui é uma comédia bem Sessão da Tarde, mas sem a qualidade dos clássicos do gênero. Trata-se de um filme bem comercial, que pode agradar o povão. Mas não estou falando com o povão aqui no DELFOS, então para os delfonautas, o que tenho a dizer é que, para quem gosta de filmes com personagens atrapalhados e não se importa com a falta de habilidade dos nossos atores, pode entreter moderadamente. Mas lembre-se da ênfase no moderadamente, o que deixa difícil recomendar ser visto no cinema.

REVER GERAL
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
superpaiPaís: Brasil<br> Ano: 2015<br> Gênero: Comédia de trapalhadas<br> Elenco: Danton Mello, Dani Calabresa, Rafinha Bastos, Antonio Tabet, Thogun Teixeira e Mônica Iozzi.<br> Diretor: Pedro Amorim<br> Distribuidor: Universal<br>