Leia mais sobre Shrek:
– Shrek 2 – O filme.
– Shrek 2 – O game.
– Shrek 3D – O DVD.
– Shrek Terceiro – Toda história tem dois lados. E o nosso nunca foi contado.
Tem um episódio dos Jetsons que marcou muito a minha infância. Nele, o George arranjava um troço chamado repetiola, que podia fazer os últimos minutos se repetirem de forma mais agradável ou então apagar completamente um dia. O senhor Jetson, marido ciumento que é, decide ignorar os avisos para nunca usar essa última função e apaga o dia que um sujeito beijou sua esposa. Esse dia era o dia do seu casamento e, como resultado, eles nunca se casaram e o resto do episódio é o patriarca tentando restaurar a ordem normal das coisas.
Em Shrek Para Sempre, nosso ogro preferido está infeliz com a rotina de família feliz que se estabeleceu depois do último filme. Ele sente falta de ser um ogro de verdade, de sair assustando pessoas e de fazer anjinhos de lama. Daí aparece o Rumpelstiltskin (ô, nominho difícil de digitar) e oferece um contrato: Shrek poderia agir novamente como um ogro por um dia e, em troca, abriria mão de um dia qualquer. É claro que, por traição do Rumpelstiltskin, esse dia não vai ser um qualquer e, ao ser apagado, vai afetar todo o reino de Tão, Tão Distante. Agora cabe ao Shrek arrumar a confusão que causou.
Agora me diga, amigo delfonauta. Você vê alguma semelhança entre o parágrafo dos Jetsons e o de Shrek Para Sempre? Algumas, né? E eu citei apenas a “história do dia apagado que ferrou tudo” que mais me marcou, mas existem muitas outras por aí, e você pode até contar as que lembrar no espaço de comentários.
Assim, Shrek 1 foi genial por unir todos os contos de fadas em um mesmo e divertido mundo e Shrek 2 expandiu a ideia e acertou em cheio ao colocar dois dos grandes heróis dessas histórias (a Fada Madrinha e o Príncipe Encantado) como vilões. O Terceiro perdeu pontos por seguir um caminho absolutamente clichê e este quarto… Bom, agora parece que eles nem estão mais tentando.
Não que o filme seja ruim. A narrativa ainda é bastante divertida e os personagens são bem legais, especialmente a relação entre o Burro e o Gato de Botas. O visual continua impecável e a trilha sonora ainda é afiada.
Porém, o que a trilha sonora tem de afiada, o humor tem de cego. E não me refiro aos três ratinhos cegos. Sim, temos algumas piadas boas por aqui, mas é fato: Shrek 4 não é mais como os outros, onde você gargalhava adoidado. Aqui você dá uns sorrisinhos aqui e ali, mas nada que torne possível classificá-lo como “comédia”. Tem menos piadas aqui do que num filme de ação padrão. Sim, padrão, não um Testosterona Total. Tem ideia de quão pouco é isso?
O vilão também deixa a desejar. Pô, Rumpelstiltskin não está no hall da fama dos personagens de contos de fadas. Com certeza, com um pouco de brainstorming, seria possível lembrar de alguém que preencheria o posto de forma tão legal quanto a dupla Fada Madrinha/Príncipe Encantado.
Uma adição que gostei bastante foi o Flautista de Hamelin. Normalmente eu curto personagens que não falam e esse, além disso, foi adaptado de uma forma bem divertida para o mundo do ogro verde bonzinho. E o design e a animação dele estão muito legais. Bem melhores, aliás, que os do próprio Rumpelstiltskin.
A fonte verde de Shrek de fato parece ter esgotado. Temos aqui um longa divertido, mas perigosamente perto de um nada. E isso é muito pouco, se você considerar o quanto esses personagens e esse mundo podem render. E renderam antes.
CURIOSIDADES:
– Se você assistiu a Fúria de Titãs em 3D, deve ter ficado bravo com o fato de a única coisa 3D ali serem as legendas. Pois Shrek Para Sempre vai na mesma linha. Dá para assistir ao filme sem os óculos, de tão sutis que são os efeitos. Então poupe o premium da sala 3D e assista em 2D mesmo! ^^
