Scar 3D – A Marca do Mal

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Embora eu seja um grande fã de filmes de terror, não dá para negar que a maior parte do que é feito sob este gênero é uma porcaria homérica e clichezenta. O mesmo pode ser dito do efeito 3D, que normalmente é usado para dar alguma graça a filminhos fracos. Junte os dois e temos… quem diria? Um filme de terror old-school e bem legal!

A história começa quase como se fosse uma continuação. Uma mocinha sobrevive a um serial killer e vira celebridade. Anos depois, ela volta à sua cidade e logo começam a rolar assassinatos seguindo o mesmo modus operandi daquele que todos pensavam estar morto.

O que torna este um filme old-school é a forma de agir do assassino. O cara só mata adolescentes tarados e bonitos e tem a saudável mania de colocar seus presuntos em lugares pelos quais sabe que a protagonista vai passar. Fala sério, o mano é praticamente uma versão mais sádica e violenta do Jason.

Ao contrário da série Sexta-Feira 13, contudo, Scar 3D se leva a sério. Talvez até demais, já que algumas cenas são tão ridículas que é difícil conter o riso. Poxa, não dá para levar a sério um filme que mostra pessoas acordando de pesadelos a cada 10 minutos e que tenta assustar com gambás pulando de repente ao invés de usando a sua história.

Outra diferença é a violência. O assassino aqui não se contenta em simplesmente matar, pois também gosta de uma torturinha básica. Ok, como eles fazem segredinho com a identidade do meliante, só vemos as torturas propriamente ditas lá no finalzinho, mas antes disso temos alguns flashbacks deveras aflitivos mostrando o sofrimento pelo qual a protagonista passou antes de a história começar.

O 3D, por outro lado, é apenas um gimmick. Não acho que vá fazer grande diferença ver este filme em uma sala com o equipamento apropriado ou em uma genérica, já que, na maior parte do tempo, mal se percebem os efeitos. Seria legal se fosse um filme mais exagerado, na linha de um Fome Animal ou até um Kill Bill, pois daí teríamos sangue espirrando nos óculos. Infelizmente, isso não acontece aqui.

Algum veículo da grande mídia deve dizer algo como “Scar 3D é um filme de terror sem senso do ridículo” ou “incapaz de se decidir entre o terror e a comédia, não se dá bem em nenhum dos dois”. Embora eu até concorde com essas afirmações, gostei de ter visto novamente um bom e velho slasher que poderia ter saído dos anos 80 ou 90. Eu o definiria como um Sexta-Feira 13 mais violento e assaz divertido, inclusive mantendo todo aquele charme trash do assassino de Crystal Lake. Isso definitivamente não o torna um clássico do cinema, mas é mais do que o suficiente para justificar o ingresso, não acha? Jason lives!

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
scar-3d-a-marca-do-malPaís: EUA<br> Ano: 2008<br> Gênero: Terror<br> Duração: 83 minutos<br> Roteiro: Zack Ford<br> Elenco: Angela Bettis, Devon Graye, Ben Cotton e Christopher Titus.<br> Diretor: Jed Weintrob<br> Distribuidor: Playarte<br>