No último dia 27 de março, o famoso Saints Row IV chegou ao Switch. O original saiu para a geração passada em 2013 e foi portado para os consoles atuais em 2015. Só faltava o Switch. Não falta mais. E devo dizer, jogar Saints Row 4 no Switch foi uma experiência única para mim.
SAINTS ROW 4 SWITCH
Eu gosto muito de algumas características da série Saints Row 4, como o humor e o exagero nas cenas de ação. Mas devo admitir que eu não gosto do gameplay. Saints Row IV acontece em sua maioria dentro de uma simulação – em algo que poderia ser chamado de uma paródia de Matrix.
Isso justificou uma recriação considerável de sua jogabilidade. Não mais o jogo se limita a ser uma versão inferior de Grand Theft Auto. Agora você tem superpoderes. Dá para soltar bolas de fogo, usar telecinese e até voar.
Assim, embora seja possível roubar carros e sair dirigindo, você quase não fará isso. A locomoção em Saints Row IV me lembrou de um jogo de PS2 do Hulk, cujo nome não recordo, em que você se movia pelo mundo aberto através de pulos altíssimos. É mais ou menos assim que as coisas funcionam aqui, com a diferença de que dá para transformar cada pulo em um glide que, na prática, é um voo.
Curiosamente, seus superpoderes, a principal novidade de Saints Row IV, são limitados quase às atividades secundárias. Isso porque as missões de história normalmente levam o jogador para fora da simulação e são, portanto, simples fases de tiro em terceira pessoa.
Na verdade, essa não é uma descrição exatamente justa, pois as fases de história trazem muita variação dessa proposta. Elas normalmente são paródias de outros jogos, como Metal Gear ou, veja só, Streets of Rage.
Nunca essas paródias são realmente boas. Como falei, o gameplay de Saints Row é bem fraco. Ainda assim, são divertidas o suficiente, graças a seu humor e irreverência.
VERSÃO DE SWITCH
Eu nunca joguei aqueles jogos de gente grande no Switch. Tipo Wolfenstein, Doom e afins. Em geral, meu Switch até hoje só rodou os exclusivos da Nintendo e jogos indie. Assim, jogar Saints Row IV, especialmente no modo portátil, foi uma experiência nova para mim. Eu nunca tinha jogado em um portátil um jogo com tantos atores, cutscenes animadas e músicas famosas licenciadas. Estamos falando de um jogo que pagou o licenciamento para um dos maiores hits do Aerosmith só para fazer uma piada.
Não que ele seja especialmente bonito. Pelo contrário, aliás. Os personagens são duros e o visual só realmente impressiona nas explosões brilhantes e coloridas. Acredito que Saints Row IV não era bonitão nem na geração passada. Hoje, então, menos ainda.
Ainda assim, ele deu uma canseira considerável no meu Switch. Jogando no portátil, ele comia a bateria rapidamente e esquentava muito o console. Quando a bateria acabou e coloquei o Switch na dock para continuar jogando na TV, ele aparentemente consumia tanta bateria que o videogame não conseguia carregá-la. Só foi carregar quando saí do jogo, o que nunca tinha visto antes. Imagino o estrago que um The Witcher deve fazer no Switch então.
JOY-CON
Outra novidade é que pude sentir na pele quão falhas são as alavancas dos joy-cons para jogos de tiro mais intensos. Eu já tinha jogado coisas com câmera livre, como Breath of the Wild, e foi tudo bem, mas para os tiroteios de Saints Row IV, os controles atrapalham bastante. Isso não é uma crítica ao jogo, é um problema do console em si, mas vale a pena lembrar disso quando estiver namorando um game de tiro para jogar no portátil.
Eu gostei de ter jogado Saints Row IV pela primeira vez em 2020. Ajudou a tirar a ideia que eu tinha de que ele era um GTA de baixo orçamento. Ele tem problemas, alguns bem graves (o último chefe, por exemplo, é terrível). Mas se você não o jogou antes, tem agora uma nova – e portátil – oportunidade.