Com frequência, conheço uma franquia que acho que é nova, mas que tem, na verdade, vários jogos! É o caso de Rune Factory 4 Special, port do original para Nintendo 3DS, de 2012, com algumas novidades.
Rune Factory 4 Special tem tudo a ver com o Switch Lite, a recente versão do console da Nintendo que é apenas portátil e não se conecta à TV. Ora pois! Vamos entender melhor sobre isso nos próximos parágrafos.
Rune Factory 4 Special: bora falar de príncipes, dragões e fazendas!
Neste jogo, você controla um personagem (macho ou fêmea) que viaja à cidade de Sechia. No entanto, uma dupla de oficiais te ataca e, por consequência, seu personagem esquece o que estava indo fazer lá! Então, você é nomeado o príncipe da cidade por um dragão local (!) e começa a zelar pelas necessidades dos cidadãos, economia local (turismo e fazenda) e, claro, cortejar as garotas (ou garotos) para se arranjar num matrimônio (não há possibilidade de relacionamentos homossexuais).
A primeira impressão de Rune Factory 4 Special, não vou mentir, é bem ruim. Meu amigo delfonauta, o jogo é carregado de textos, em diálogos longos e tortuosos, além de tutoriais.
Para piorar, pelo menos para o meu gosto pessoal, ele tem gráficos bem feios. Esses bonecos cabeçudos com baixa definição não fazem mesmo meu tipo – é o tipo de direção de arte que menos gosto em games. De fato, este não é o jogo para você se gabar aos seus amigos sobre ter um videogame que roda portátil e na TV.
Bem, e o jogo em si, quando finalmente começa? Nada mal, na verdade, o que é de fato surpreendente e justifica este ser o sexto jogo de uma franquia (com mais um a caminho).
Rune Factory 4 Special: esse loop de gameplay é para os gamers mais dedicados!
A melhor maneira de descrever Rune Factory 4 Special é um Harvest Moon com espadas. Ou um Stardew Valley com espadas. Ou um Moonlighter em que você é o manda-chuva da coisa toda, não um comerciante que precisa acertar no mark-up dos produtos.
Por essa comparação acima, já dá para saber se Rune Factory 4 Special tem a ver com você ou não. Sacou as referências, conhece os jogos citados? Partiu ser feliz e casar heterossexualmente! Continua perdido? Há chances de você odiar esse jogo.
A rotina básica de Rune Factory 4 Special envolve:
- Plantar, colher e vender suas plantas e legumes;
- Com o dinheiro, comprar materiais e equipamentos e forjar melhores armas e acessórios;
- Conhecer os cidadãos, fortalecer relacionamentos, com intenção de formar boas amizades ou começar o caso amoroso para terminar no altar;
- Redecorar seu quarto;
- Cozinhar;
- Programar festivais para estimular o turismo na cidade;
- Ganhar pontos “de príncipe” e gastar em desenvolvimento de melhorias para você;
- Sair em aventura pelos bosques e dungeons, com NPCs e monstros amigos, para enfrentar chefes, aprender magias e ganhar itens.
Tudo isso com a ação do tempo no jogo (um segundo real equivale a um minuto do jogo), passagem do dia para noite e mudança na rotina dos NPCs.
Sabe como em Monster Hunter a preparação (e antecipação) pela aventura é tão crucial para a experiência? Aqui, é a mesma coisa, mas claro, com muito mais coisa para administrar.
Rune Factory 4 Special: um sistema completo para casar
Como mencionei acima, é possível casar com um NPC. Há três opções caso você jogue como menina e três opções caso você jogue como menino. Nops, não é possível casar com NPCs do mesmo sexo, contrariando as expectativas de 99% dos nerds que escolhem uma garota para começar um romance com a NPC com mais curvas do jogo.
É sempre curioso quando um sistema desses é um dos destaques da experiência. Chegar ao tal matrimônio exige muito esforço e dedicação. Nesta nova versão, tem até um modo chamado “Newlywed”, com uma pequena história adicional entre seu personagem e com quem você casou.
Além desse, esta versão traz o “Veteran Mode”, voltado para quem já jogou, além de novas cutscenes, um vídeo de introdução e vozes em algumas das falas dos personagens.
Rune Factory 4 Special: não é tão complicado assim
Apesar da pancada de mecânicas e checklist de coisas para fazer, o jogo se esforça para não sobrecarregar o jogador. E até fala, logo no começo: “faça uma coisa de cada vez”.
Os menus são muito simples e executar qualquer ação no jogo não demora nada (inclusive salvar). Desde o início, você tem uma magia de teleporte muito útil.
O que mais me agradou foram as partes de aventura e combate. São simples, mas muito bem executadas. O jogo tem esse formato de “Open ended gameplay”, onde dá para interagir com a maioria das coisas e vencer o inimigo na sua estratégia, sem forçar um modo de agir específico.
Rune Factory 4 Special: ok, pode ser uma opção no modo portátil
Estou longe de terminar Rune Factory 4 Special, mas é nítido como a experiência é bem mais adequada ao modo portátil, quando você está numa viagem ou em algum momento ocioso.
O problema de Rune Factory 4 Special, como da maioria de RPGs e jogos semelhantes, eu acho, é que a maioria das pessoas já tem isso na vida real – muita coisa para fazer e administrar. O combate e a aventura, para mim o melhor do jogo, é apenas uma parte das dezenas de coisas que ele oferece.
E para você? Faz seu tipo de jogo? Diga nos comentários e aproveite e confira o jogo também na loja Nintendo.