Rico é um jogo inteiro desenvolvido em cima de uma única ideia. Se você já jogou a campanha de um Call of Duty deve se lembrar dos épicos momentos de breach (admito que não sei como chamar isso em português). Caso você não saiba, isso é quando os soldados invadem uma sala, e uma câmera lenta é ativada por alguns segundos. Se você for bom o suficiente, dá para limpar o local antes da velocidade normal voltar. Pois então, Rico é isso.
Cada fase é composta de um conjunto de salas com layouts aleatórios. Você chuta a porta, câmera lenta, headshots. Repita até limpar todas as salas. Daí volte para a entrada para sair e pegar suas recompensas.
O jogo é literalmente só isso, embora ele dê algumas leves pinceladas de variação fazendo alguns inimigos chutarem as portas antes de você, colocando evidências a serem coletadas e bombas desarmadas com limite de tempo. Mas a mecânica principal se resume a tentar vencer todos os inimigos presentes em uma sala antes da câmera lenta desativar.
GUNPLAY
Considerando quão simples é o jogo, é de se esperar que pelo menos a mecânica de tiroteio seja excelente, tipo um Destiny da vida. Não é. Falta peso nas armas e impacto neste tiroteio. Você literalmente não sente quando é baleado e não raro você simplesmente cai no chão sem nem saber que estava com a vida minguando.
Há alguns tipos de desafios diferentes. O que eu descrevi acima são as Operations. Tem também as Strongholds, onde o desafio é sobreviver a ondas cada vez maiores de inimigos; e uma área de treinamento que funciona como uma Operation, mas ao invés de furar caboclos, você fura alvos de madeira.
A carne do negócio é o que ele chama de Case. Trata-se de uma sequência de operações em que você pode escolher as fases em um mapa e tem um tempo limitado para chegar ao chefão.
Isso é o mais próximo de uma campanha e, na melhor tradição roguelike, você pode usar pontos para comprar upgrades permanentes que podem ser usados nas suas próximas tentativas. Dá para você resolver o caso em uma horinha, mas se morrer na última fase perde todo seu progresso.
É possível jogar com um parceiro online, o que deve deixar tudo bem mais dinâmico e divertido, mas o matchmaking do jogo não conseguiu me juntar com ninguém nenhuma das vezes que tentei.
RICO GAME
Sem dúvida há alguma diversão por aqui. Os breaches sempre foram momentos marcantes de Call of Duty, mas não dá para negar que fazer um depois do outro diminui o impacto. Ainda assim, é divertido mirar seus headshots em câmera lenta enquanto as balas inimigas passam devagar pelo seu lado, e parte do cenário é destruído como se fosse um filme do John Woo.
É uma diversão rápida, no entanto. É o tipo de jogo que você vê tudo que ele oferece em poucos minutos, e daí é basicamente ficar repetindo. A melhor forma de definir Rico é mesmo como coloquei no título: é um minigame de breach. Se isso lhe apetece, experimente.