Koira chamou minha atenção quando foi divulgado um tempinho atrás. Temos aqui um jogo fofo que retrata a amizade de uma menina com um cachorrinho. Eles se conhecem no início do jogo, e a partir daí o game foca em desenvolver sua relação.
Você faz coisas como cantar com ele, dar comida, fazer carinho, sair correndo por cenários bonitos ou brincar de atirar gravetos. Toda essa parte lúdica serve para você se afeiçoar ao cachorrinho, pois é claro que perigos rondeiam a aventura da dupla.
KOIRA E OS PERIGOS
Há caçadores no seu caminho, e eles são um perigo para a dupla principal e para os animais da floresta. Koira alterna momentos mais lúdicos com outros mais perigosos, com mecânicas que poderiam ser encaixadas como um stealth e um combate primário. Mas não há falha no jogo. Ser pego por um caçador te coloca alguns metros antes para tentar de novo.
O visual é bem bonitinho e eu amo quão expressivos são os personagens, especialmente considerando a simplicidade de seus designs. Dito isso, eu gostaria que o jogo fosse mais colorido e tivesse mais para olhar. Basicamente, os cenários usam quase apenas as cores preto, branco e cinza. São bem minimalistas, embora belos.
O gameplay envolve andar, brincar com o cachorro, se esconder dos caçadores e, eventualmente, afastar os cachorros malvados com gritos. Há alguns puzzles rudimentares envolvendo coletar notas musicais e outros breguetes. O gameplay não é o foco, Koira é daqueles jogos para você sentir.
SALVA MEU JOGO
Meu principal problema com o jogo, apesar de o gameplay em si não ter me empolgado, é com a limitação dos saves. Talvez por ser um jogo curto, sem estado de falha, a Studio Tolima deduziu que só precisaria salvar uma vez por capítulo. O problema é que o jogo não avisa quando um capítulo termina e ocorre o salvamento. Muitas vezes há um carregamento e a jogabilidade até muda (em determinada parte, você começa a nadar) e mesmo assim ele não salva.
Era comum eu parar de jogar por qualquer motivo quando um capítulo parecia ter acabado e descobria que o último save era 20, 30 minutos antes. Salvar pouco e não dizer quando salva é uma combinação perigosa, e Koira sofre muito com isso. Por ser um jogo narrativo, repetir longos trechos é extremamente chato.
PROBLEMAS TÉCNICOS
Além disso, o jogo está tecnicamente um tanto cru. Logo no início, por exemplo, você brinca de esconde-esconde com seu cachorro, o que é bem bonitinho. Mas quando ele te acha, o que faz parte da história, o jogo trava. Isso aconteceu duas vezes seguidas comigo, e nas duas eu perdi muito mais tempo de progresso do que gostaria.
Menos inconveniente, mas também chato, alguns troféus parecem sem sincronia, sendo destravados muito tempo depois de quando deveriam, ou não destravando de forma alguma. Há um troféu para se esconder por trinta segundos na brincadeira de esconde-esconde, e este troféu destravou para mim quando eu deveria ter destravado um de brincar nas nuvens. Outros simplesmente não destravaram até terminar o jogo, mesmo cumprindo os requisitos.
REVIEW KOIRA
Koira é semelhante a experiências como Journey e Brothers. Você provavelmente conhece e gosta de jogos assim. Mas Koira deixa bastante a dever a estes supracitados. No fim, é um jogo simpático e bonitinho, mas não é divertido nem marcante o suficiente para eu recomendá-lo sem ressalvas. É um jogo nada.