Este ano está mandando muito bem no quesito “jogos ruins”. Rainbow Cotton, Ario, e agora este Exo One. Verdade, dos três, o único que é de fato um lançamento de 2024 é Ario. Rainbow Cotton era de Dreamcast e Exo One saiu em 2021 para Windows e Xbox. Eu não joguei na época, mas é um jogo muito bem avaliado, com mais de 80 no Metacritic. Então lá vou eu ser do contra de novo. Mas juro que não é de propósito. Eu queria gostar de Exo One. Mas não deu liga.
REVIEW EXO ONE
Exo One tem jeito dos jogos da Thatgamecompany, em especial Flower e Journey. É um excelente ponto de partida, mas infelizmente a sensação de jogar é mais semelhante à de I Am Bread. Mas eu chego lá.
Qualquer pessoa que já pegou num controle de videogame, sabe que a movimentação digital é capaz de causar prazeres reais. Não dá para negar que é gostoso jogar um plataforma da Nintendo, ou balançar nas teias como o Homem-Aranha, mesmo na prática isso ser apenas apertar os botões do controle.
Exo One capitaliza forte nisso. Ele cria uma movimentação única, que tem potencial para ser uma delícia. E daí o jogo simplesmente te dá o controle e fala “brinca aí, fio”. Vamos a um novo intertítulo.
O INTERTÍTULO DA MOVIMENTAÇÃO
Aqui você controla uma bola, e esta bola controla a gravidade. Passando para o controle, ao apertar o R2, a nave fica pesada. Quando solta, fica leve, possibilitando voar. A ideia é você usar a gravidade em descidas para pegar impulso, e daí sair voando na subida. Todas as outras ações, como o glide e o pulo duplo, servem para complementar isso. Basicamente, estender o voo para ser mais gostoso.
As fases são bem abertas. Assim como em Journey, você tem impressão de poder ir para qualquer lado, mas detalhes como faixas de luz chamam a atenção e dublam de marcadores de progresso. Então a ideia é mirar na luz e sair combinando pulos, voos e velocidade. Curta a viagem, pois esta é a ideia.
Apesar de criativa, a movimentação não me empolgou. É possível assumir velocidades bem altas, ou pelo menos que parecem altas. Isso porque seus objetivos parecem ficar sempre parados ao fundo, como se estivessem a milhares de quilômetros. Isso deixa o gameplay um tanto chato. Exo One é cheio de vistas que fazem soltar um “uau”, mas em geral o objetivo demora tanto para chegar que, quando chega, você já enjoou do cenário.
A FASE DO SOL
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Durante as primeiras fases, as partes mais irritantes eram as bolinhas de upgrades que costumavam flutuar mais altas do que eu conseguia chegar. Era bem chato ficar brigando com o controle para ver se ele me deixava chegar lá. Mas ficaria pior.
A raiva começou a vir na fase do sol. É a mais diferente do jogo, e exige que você pule de cada planetinha com velocidade suficiente para chegar à gravidade do próximo. É algo meio Super Mario Galaxy que poderia ser muito divertido. A maioria dos planetas tem geysers que ajudam neste pulo. Porém, o penúltimo não tem. A imagem acima é a visão deste planeta. Eu passei muito, MUITO tempo nele, pulando para todas as direções tentando alcançar o planetinha com os geysers finais que você vê acima. É o tipo de coisa que não adianta ver guias ou pegar dicas. Pareceu pura sorte, e sinceramente não sei se conseguiria repetir a façanha.
Eu sinceramente achei que era a última fase. Daí na seguinte eles tiram todas as habilidades da minha bola. É um planeta inteiro em que você não voa, não plana e não usa a gravidade. Apenas pula. Nesta fase, o jogo tira de você a única coisa que ele fazia de diferente ou interessante. Achei que era a última por causa disso. Não era. Tinha mais três fases depois. E embora eu as tenha jogado, depois dessas duas fases chatinhas eu simplesmente não tinha mais saco para Exo One.
SEM SACO PARA EXO ONE
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Eu terminei Exo One em 2h41m. É pouco. Mas pareceu uma vida. Eu nem sei como isso aconteceu, mas precisei de uma parte de duas tardes e uma manhã para conseguir terminar. Como eu sofri, amigo delfonauta.
Exo One quer muito ser um novo Flower, mas a minha sensação é que ele é um I Am Bread que eu joguei até o fim. Basicamente, eu ficava brigando com os controles, sabendo onde queria chegar, mas sem conseguir convencer o jogo a me deixar ir até lá. Isso eliminou todo o prazer em potencial que a movimentação de Exo One deveria criar. E por causa disso temos aqui uma das piores experiências de games que tive em 2024. Seria uma briga feia contra o Ario, mas sabe como é, este aqui saiu originalmente em 2021.