O amigo delfonauta já sabe o quanto eu gosto da WayForward. E digo mais: acho que poucas desenvolvedoras entendem como um novo Contra deve ser em 2024 como eles. Eles fizeram Contra 4 para Nintendo DS e depois disso ainda criaram jogos bem semelhantes, como Spidersaurs. Por isso mesmo fiquei bem empolgado quando Contra Operation Galuga foi anunciado. E cá estamos nós, fazendo nosso sempre esperado review. Venha comigo, pois vou atacar agressivamente!
REVIEW CONTRA OPERATION GALUGA
Contra Operation Galuga é um run and gun 2.5D que faz tudo direitinho. A jogabilidade é semelhante ao Contra do Nintendinho, mas o game é muito mais conveniente e moderno, não apenas nos gráficos.
Ele lembra muito um outro Contra do passado, Hard Corps Uprising, a ponto de que eu achava que aquele também era da WayForward (na verdade é da Arc System Works). Mas a ideia é meio que a mesma. É um game curto e divertido, que premia o jogador com dinheirinho que pode ser reinvestido em vantagens, bônus e upgrades.
A LOJA DE VANTAGENS
Algumas compras, como mais vidas, são essenciais para você conseguir terminar, mesmo no easy. Quando percebi isso, comprei os dois upgrades de vida, que foram suficientes para terminar a campanha – nem precisei comprar 30 vidas (que é desbloqueado com o código Konami, mas custa caro na loja para poder usar).
Também há upgrades que deixam o jogo mais divertido, como não perder as armas quando morre. Mas talvez o principal sejam novos personagens, upgrades de movimentação (como fazer os robôs planarem) e até trilhas sonoras alternativas. Dá para jogar este Contra com músicas do Castlevania, por exemplo.
Eu gostaria que as compras fossem mais baratas, ou até que coisas que deixem o jogo mais fácil fossem pagos com uma moeda e upgrades de diversão, como as trilhas sonoras, com outra. Mas a ideia é justamente transformar um jogo de 90 minutos em um de 30 horas através de repetidos replays, que são modificados a cada nova compra.
ANDANDO PARA A DIREITA
A loja não é gameplay, mas é essencial para entender qual é a de Contra Operation Galuga. É ela que torna a experiência mais moderna e acessível. Porque tirando isso, o que temos aqui é o mais puro Contra clássico. As fases são bacanas, mas lembram bastante coisas que a série já fez antes. E se compararmos com Hard Corps Uprising, diria que aquele tem mais epicidade e adrenalina.
O jogo é excelente, no fim das contas, porque a jogabilidade de Contra é uma delícia. Eu tenho alguns problemas com a dificuldade exagerada da série, o que não rolou aqui. Mas não dá para negar que é muito prazeroso andar para a direita segurando o botão de ataque e vendo tudo explodir.
CONTRA OS CHEFES
Talvez a principal novidade sejam os chefes, que são enormes e impressionantes. A forma como eles se movimentam, explodem e vão ficando machucados durante as lutas é muito legal.
Os gráficos em si não são especialmente modernos, mas empolgam e impressionam graças à abundância de cores vivas. Lembra aquela estética de fliperama, feita para chamar a atenção? É por aí. Eu consigo imaginar Contra Operation Galuga nos shoppings dos anos 90, cheio de meninos em volta falando “mano, olha este jogo”. Eu seria um destes meninos. E, mano, olha este jog!o Sério mesmo, olha a imagem aqui em cima e me diz se não te dá vontade de colocar umas fichas.
NOSTALGIA GOSTOSA
A WayForward manda muito bem em combinar nostalgia com novidades. A maior parte do jogo é bem familiar. Mas sempre tem alguma surpresa. Tipo o primeiro chefe é aquela parede clássica, mas quando você a destrói… bem, coisas acontecem. E tem fases como a dos cristais, que pelo menos para mim parecem totalmente novas.
Na fase em questão, seu personagem é bloqueado pelo cenário e você precisa andar e reagir de acordo com o que é mostrado nos reflexos. Às vezes os reflexos são tortos, às vezes eles mostram apenas parte do caminho. É o tipo de coisa que poderia ficar chato se fosse muito utilizado, mas eles mandaram bem ao colocar apenas em uma fase, e mesmo assim não nela inteira. Daí fica uma parte marcante, sem abusar da sua boa vontade.
CONTRA OPERATION GALUGA É UMA TARDE AGRADÁVEL
Contra Operation Galuga tem apenas oito fases, e cada uma dura cerca de 10 minutos. Então é um jogo para terminar em uma partida, o que eu gosto muito. Ele tem o modo história, que permite selecionar as fases pelas quais você já passou. E tem o arcade, que é contínuo e sem tanta falação, além de permitir jogar com personagens com jogabilidade diferente.
Por fim, tem um modo desafio, que são recortes das fases que devem ser vencidos de formas específicas, tipo sem dar tiros ou alcançando o fim em determinado tempo.
Depois de passar várias semanas jogando games infinitos como Like a Dragon Infinite Wealth e Final Fantasy VII Rebirth, devo dizer que foi uma delícia começar e terminar um jogo em menos de duas horas. E no fim das contas, ninguém quer um Contra que dure quarenta horas. A fórmula vencedora é mesmo fazer um jogo curto e agradável, que incentiva o replay simplesmente pelo prazer que ele proporciona. E nisso, Contra Operation Galuga é muito bem sucedido.
