Psychonauts in the Rhombus of Ruin

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Psychonauts, lançado em 2005, talvez seja o jogo mais cult da história. Aparentemente, ele não vendeu tanto quanto deveria na época, mas foi sucesso de crítica e criou um grupo considerável de fãs que foi se espalhando ao longo dos anos. Não por acaso, ele foi alvo constante de pedidos de continuações, que nunca saíram. Até agora.

Pois é, delfonauta, Psychonauts in the Rhombus of Ruin é o primeiro lançamento com estes personagens desde o debut. Foram 12 anos de espera. Ainda assim, Rhombus of Ruin não é exatamente um Psychonauts 2. Este ainda está para sair, com previsão para 2018. O que temos aqui é um interlúdio, uma historinha que acontece entre os dois grandes jogos, em um novo gênero e uma nova mídia.

A nova mídia é o VR, e trata-se da primeira incursão da queridinha Double Fine na tecnologia. Já o gênero é bem conhecido da turminha de Tim Schafer e seus fãs. Pois é, meu augusto amigo, Rhombus of Ruin é um adventure point and click bem old-school.

O PARALELOGRAMA DAS BERMUDAS

A história é tão simples quanto o jogo. Raz e sua equipe estão em busca de Truman Zanotto, o líder dos Psychonauts, que foi raptado. Não demora muito para eles descobrirem que o chefão está no lugar que dá nome ao jogo e, claro, ao chegar lá, todo mundo é separado e capturado.

Cabe ao nosso herói Raz, preso em uma cadeira de tortura, salvar todo mundo. Como? Ora pois, usando suas habilidades psíquicas que, veja só, se traduzem muito bem para o VR. Raz tem o poder de entrar na mente dos outros, vendo assim o que eles veem. Esta é a sacada genial que permite que o herói explore o lugar e veja os cenários de vários ângulos. Cada personagem no cenário é uma câmera em potencial.

Há também outras habilidades, que vão sendo adquiridas cada vez que um novo personagem é resgatado. Dentre elas, temos telecinese, incineração e um raio mental. Você vai usar todas elas para cumprir suas missões, em puzzles que vão dar um tilt na sua mente. Ok, nem tanto. Sim, você vai ficar sem saber o que fazer em alguns momentos, mas o negócio nunca fica tão complicado a ponto de exigir um guia do lado.

Como já é tradição nos jogos da Double Fine, o humor é afiadíssimo, um nonsense bonitinho bem do jeito que a gente gosta. Em determinado momento, por exemplo, Raz pode dizer algo como “esta touca de banho é resistente a choque. E isso não é algo comum em toucas de banho”. Se você riu dessa frase, há muitas outras como ela, que rechearão as poucas horas de duração do jogo com gostosas gargalhadas.

O visual é basicamente o mesmo do jogo de 2005, o que me decepcionou um pouco. Ok, o negócio é estilizado e cartunesco, mas poderia ter ficado mais bonito do que um jogo de PS2. Particularmente, eu sinto falta de jogos assim, com um visual que não tenta ser realista, mas se artisticamente ele é bacana, poderia ser tecnicamente mais elaborado.

Ele usa bem também o senso de escala do VR. Você nem sempre verá o mundo dos olhos de outras pessoas. Você pode, por exemplo, estar dentro da mente de um ratinho, tornando tudo impressionantemente enorme. Ou, por outro lado, que tal ver o mundo dos olhos de uma baleia, causando a sensação totalmente oposta? Tem até um chefe enorme perto do final e, quem diria, é uma batalha surpreendentemente legal.

Embora ele não seja especialmente empolgante, o único problema grave é que ele não avisa quando salva, e salva bem menos do que se espera. É possível perder mais de uma hora de progresso ou ter que jogar por muito tempo até decidir apostar que ele salvou. Isso é algo bem imperdoável em 2017.

Psychonauts in the Rhombus of Ruin é um jogo breve e bem simples. Ele basicamente se resume a clicar em tudo que você vê com todos os botões disponíveis e ver o que acontece. O legal é que, enquanto faz isso rolam piadas ótimas, que tornam tudo bem divertido. Sem falar que é bacana ver de novo personagens tão queridos que nunca foram tão explorados quanto os fãs gostariam.

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