PS4

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Depois da detalhada resenha delfiana do Wii U, chegou a hora de falarmos sobre o mais novo representante na linhagem dos negões sexy da Sony, o PS4. Já falamos bastante sobre o seu abusivo preço nacional, então não vou me estender muito aqui no assunto.

O PS4 pode ser comprado no Brasil em lojas oficiais por dolorosos R$ 4000,00, no mercado paralelo por cerca de R$ 1400,00 e se você tiver uma viagem para os States programada, por apenas 400 doletas estadunidenses da terra do Barack Obama (Lucky bastards).

CONECTANDO

Conectar o PS4 é bem fácil. No meu caso, eu liguei um cabo HDMI no receiver e o de eletricidade na tomada. Dependendo do seu centro de entretenimento, você pode ligar o HDMI direto na TV ou, se tiver um receiver mais antigo, vai ligar o HDMI na TV e um cabo óptico no receiver para o som surround. Não há outra saída de vídeo além do HDMI, então se certifique que você tem uma entrada do tipo livre no seu setup.

O cabo de energia também é agradavelmente leve. Tem apenas dois pinos e não tem um power brick. Caso você queira usar o PS4 online com uma conexão cabeada, há uma saída para isso, mas eu fui pelo caminho do wi-fi. Tem também uma outra entrada traseira para a câmera e dois USBs frontais, usados basicamente para carregar os controles.

Com todos os cabos devidamente conectados, chegou a tão esperada hora de ligar o console. O setup inicial também é bem simples e pode ser feito no idioma de sua escolha, o que inclui o português brasileiro. Eu escolhi o inglês, pois sempre prefiro ler no original, sem adaptações de tradução que às vezes deixam até mais difícil de entender.

Nessa configuração inicial você vai conectar o console à internet e aí tive meu primeiro problema: ele não achou a minha rede wi-fi, mesmo estando a poucos metros do roteador. Tentei entrar manualmente e não deu certo também. Posteriormente, pelos menus do console, consegui tentar de novo e dessa vez ele achou a minha rede e eu consegui colocar meu PS4 online.

Ao fazer isso, ele pediu para que eu criasse um perfil Playstation, que basicamente consiste em atualizar seu nome real e escolher quais atualizações serão dadas (tipo quais jogos você jogou e quantos troféus ganhou) e para quem (amigos, amigos de amigos, todo mundo ou ninguém) na rede social do console.

Uma vez finalizado o perfil, eu precisei atualizar o sistema, e essa foi uma surpresa bem agradável. No PS3, a conexão com a PSN era tão lenta que tornava inviável atualizar o sistema pelo console. Era necessário baixar em um computador, colocar em um pendrive, passar para o PS3 e só então instalar. Aqui o download foi feito de forma rápida e indolor e em poucos minutos a atualização estava finalizada e eu estava online.

ESTAMOS ONLINE

Hora de sincronizar os troféus, o que também era doído no PS3, mas aqui foi quase instantâneo, levando apenas alguns segundos. Isso acontece pois agora o sistema de troféus é totalmente online, o que é bom porque não precisamos mais ficar sincronizando manualmente (ele sincroniza quando você entra para ver os dito-cujos), mas é ruim porque é impossível ver os seus troféus se você não estiver conectado à PSN.

Também tiraram algumas opções de organização dos troféus, como organizar pela ordem que você os ganhou, o que achava particularmente legal, pois possibilitava rever minha história com o jogo. Aqui você pode organizar apenas pela ordem original ou por raridade. Essa também é uma novidade: cada troféu é classificado por raridade, o que possibilita que você se gabe para os seus amigos se tiver um troféu ultra raro.

Com a minha conta da PS Plus, eu tinha tido direito a baixar alguns jogos de PS4. Tinha ativado pelo computador para poder usá-los quando eu tivesse meu PS4, então agora foi a hora de baixá-los. Outra agradável surpresa, pois assim que comecei a baixar cada um deles, suas respectivas atualizações já foram automaticamente incluídas na lista de downloads, e vários estavam sendo baixados ao mesmo tempo, ao contrário do que acontece no PS3, em que apenas um arquivo é baixado por vez.

Aí infelizmente eu tenho uma má notícia: se para sincronizar troféus e baixar atualizações do sistema a velocidade melhorou muito, o download de jogos e atualizações continua dolorosamente lento. Um arquivo de 1 Gb marca que demora umas oito horas para ser baixado e minha conexão é de 100 Mb. Isso não incomoda tanto se você está baixando várias coisas ao mesmo tempo, pois daí a velocidade total fica mais aceitável, mas se está baixando apenas um arquivo, como um novo jogo ou uma atualização importante e tem que esperar tanto realmente enche o saco.

O lado bom é que quando você está jogando algo, os downloads não são mais interrompidos (nunca entendi porque o PS3 fazia isso), nem mesmo caso você esteja jogando online (e isso não afeta a conexão do jogo, minha experiência ao jogar online foi bem suave, mesmo fazendo downloads). Com tudo preparado, era hora de jogar. Todo o processo até aqui levou cerca de uma hora.

JOGANDO

Comprei dois jogos com o PS4: Killzone: Shadow Fall e Infamous: Second Son. Resolvi começar pelo Infamous.

Ao colocar o disco no console, a instalação imediatamente começou, e eu conseguia usar o sistema enquanto o jogo era instalado no background. Pouco depois (bem pouco mesmo, acho que menos de um minuto), eu já podia entrar no jogo, mesmo com a instalação rolando ao fundo. Ao entrar no jogo, uma atualização também começou a ser baixada no background, e se manteve baixando mesmo com o jogo rolando.

Quando a instalação termina, o console sequer te avisa, o jogo simplesmente continua rodando numa boa. Já quando a atualização termina de baixar, você recebe uma mensagem que ela está pronta para ser instalada. Aí você precisa sair do jogo e entrar de novo para instalar, e a instalação é praticamente instantânea.

Já se você está baixando jogos, vai ser avisado apenas quando os jogos já estiverem instalados. Como a instalação é rápida e feita enquanto você está jogando, o processo é bastante prático e totalmente indolor, bem ao contrário do que era no PS3.

Todos os jogos que experimentei (falo mais sobre eles em breve) rodaram em 1080p e com som PCM 7.1, ou seja, o melhor possível. O único em 3D que joguei (e acredito que seja o único disponível, ao lado de Trine 2) foi Zen Pinball. É uma pena que essa funcionalidade tenha sido deixada praticamente de lado pela Sony.

Também gostei muito de como é possível alternar entre o sistema e o jogo de forma rápida e prática. Para algumas funções do sistema, o jogo precisa ser fechado, mas é tudo tão rápido que torna um prazer mexer nele.

INFLUÊNCIAS DO WII

Em geral, o sistema do PS4 é esteticamente agradável e tem uma musiquinha calma tocando ao fundo, lembrando bastante o sistema do Wii. Aliás, o Wii claramente foi uma inspiração da Sony ao desenvolver o console, pois o bichinho tem uma luz azul que lembra bastante o branquinho da Nintendo.

O controle também tem uma caixa de som, mas o volume dela é tão baixinho que você mal percebe que está saindo som dela, e quando o som é importante (tipo audiologs), você vai acabar colocando o controle perto do ouvido.

Em geral eu gostei bastante do sistema do PS4. A influência do Wii é bem-vinda, até porque eu considerava o sistema da casa do Mario o melhor da geração passada.

MENUS

O sistema do PS4 é muito mais simples do que o do PS3, e isso é bom. Muitas das opções inúteis ou técnicas demais não existem mais e tudo está muito mais user-friendly. Porém, algumas das mudanças não foram bem-vindas.

O menu dos saves, por exemplo, pergunta o que você quer fazer com os saves antes de te deixar vê-los. Você precisa dizer para o sistema se quer copiar para um pendrive, para a nuvem ou simplesmente deletá-los, então se você quer deletar um e copiar outro, vai ter que entrar no menu, sair, e entrar de novo. Não é nada prático.

Além disso, não existe mais a opção de deletar/copiar múltiplos saves de uma vez. Se você acabou de pegar a PS Plus e quer copiar todos os seus saves para a nuvem, por exemplo, vai ter que fazer jogo por jogo, uma complicação totalmente desnecessária. Curioso que no PS3 dava para copiar ou deletar tudo de uma vez. Ponto para a geração passada nesse aspecto.

Também não achei nenhum lugar falando do limite que os seus saves podem ocupar na nuvem. No PS3 era 1 Gb, e eu já tinha 500 Mb ocupados, mas no PS4 parece não afetar o limite utilizado pelo PS3 (que se manteve igual mesmo depois de eu ter subido vários saves do PS4) e não tem nenhuma demonstração clara de limite.

Também senti falta de um sistema de backup total dos dados. No PS3, caso você quisesse trocar o HD, poderia passar tudo para um HD externo ou um pendrive, trocar o HD e restaurar tudo de volta, deixando seu PS3 exatamente igual, mas com mais espaço em disco. Aqui isso não existe. A única coisa que você pode copiar são os saves, então todos os seus jogos da PSN devem ser baixados de novo, assim como todas as atualizações. Todas as instalações também devem ser refeitas e inclusive entrar em cada uma das suas contas de novo para salvá-las no sistema. Não dá para entender porque optaram por fazer assim e espero que isso mude em atualizações futuras.

Isso se torna ainda mais inconveniente pelo fato de o PS4 vir com um HD de apenas 500Gb. Pode parecer bastante, mas o Infamous ocupou 20Gb para jogar, o Killzone 40 Gb, e cada save de jogo ocupa 11Mb (e alguns jogos, como o Infamous, usam vários saves, dobrando, triplicando ou até quadruplicando o espaço necessário). Assim, com apenas dois jogos em disco e alguns baixados pela PS Plus, eu já tinha ocupado cerca de 200Gb do HD em apenas um dia.

Como a instalação é feita de forma indolor, você pode apagar os arquivos de cada jogo quando terminar de jogá-lo, mas infelizmente, em todos os que testei, os arquivos de atualização ficam juntos com os de instalação. Deletou um, deletou os dois. E como a velocidade de download da PSN continua lentíssima, ter que baixar os mais de 2Gb de atualização do Killzone acaba sendo muito mais chato do que reinstalar os 40Gb de sua instalação. Espero que no futuro o sistema consiga diferenciar atualização de instalação, possibilitando que deletemos um e não o outro, como era possível em boa parte dos jogos de PS3.

AINDA SOBRE OS MENUS

Também senti falta de uma download list, como tinha no PS3, na qual você podia baixar novamente qualquer coisa que tenha baixado antes. Antes só faltava colocar uma função de busca. Ao invés disso, agora tem um campo do menu chamado library, onde fica tudo que você baixou, sejam jogos ou demos. O inconveniente é que é nessa library que você precisa ir para jogar os jogos da PSN que comprou, e coisas que você baixou e apagou, como demos, trilhas sonoras e afins, continuam lá mesmo depois de você tê-las apagado do disco. Isso vai fatalmente ficar uma tremenda bagunça ao longo dos anos, então carece de uma melhora urgente.

Para evitar a bagunça, eu estou baixando na minha conta principal apenas jogos e usando uma conta alternativa para baixar demos e outras coisas que só vão ficar no HD por tempo determinado, mas mesmo assim há um problema, este já existente no PS3: a library organiza as coisas de acordo com a data de download, e não é possível organizá-la alfabeticamente. É incrível que não tenham colocado uma função tão simples que já fazia falta na geração passada.

Além disso, a library é separada por usuário. Tem alguns jogos de PS3 que posso usar no PS4, como Zen Pinball e Flower, só que eu não os comprei pela minha conta principal, então eles ficam na library de uma conta alternativa, o que é bem inconveniente. Eu gostaria de ter todos os jogos que comprei na mesma pasta, e organizados por ordem alfabética, o que, convenhamos, é bastante básico.

CONTROLE

O controle Dualshock 4 é bem parecido com o 3. Tem o mesmo sensor de movimento e tem um formato parecido, mas é melhor de segurar e mais pesado. Além disso, os gatilhos têm mais formato de gatilhos. Ainda não são tão legais quanto os do Xbox 360, mas são uma evolução considerável do PS3.

O controle tem ainda uma luz na parte de cima que muda de cor conforme o jogo. No Killzone, por exemplo, ela fica verde quando você está com a saúde completa e vermelha quando está machucado, mas isso acaba sendo um gimmick, pois ela não fica virada para o jogador, então você quase não vê a mudança. Ela é assim mais para agir em conjunto com a câmera, mas este é um acessório que eu não tenho nem pretendo ter.

A grande novidade do controle é o touch pad, que no final das contas acaba sendo um botão a mais. No Infamous, você o usa basicamente para sugar energia (apertando o botão) e no Killzone, você seleciona a função de um robozinho dependendo de para que lado você “risque”.

O botão start agora se chama options, mas continua com a mesma função de pausar os jogos e abrir os menus. O engraçado é ver a tela título dos jogos mandando pressionar options ao invés de start. No lugar do select, agora tem um botão chamado share, que serve para você gravar vídeos da sua jogatina. Para mim, uma função totalmente inútil.

Eu sinto falta do select. Em jogos como Assassin’s Creed, o start pausava o jogo e levava para as opções e o select abria o mapa. Não sei como isso vai ser resolvido com um botão a menos. Talvez o touch pad assuma a função do select. Em jogos online, o select era usado para ver a lista dos jogadores, e no Killzone isso é acessado justamente através do touch pad.

A carga do controle dura mais ou menos o mesmo tempo que a do Dualshock 3, e o controle pode ser carregado pelo USB do console, pelo computador ou, se você tiver um adaptador, pelas tomadas da sua casa.

PS PLUS

Este é um ponto que fez com que o PS4 perdesse pontos na nota lá em cima. Afinal, agora é necessário pagar pela PS Plus para jogar online. Particularmente, considerava a rede gratuita um grande ponto de venda no PS3, e a Plus era uma boa opção para ganhar jogos e descontos. Colocar a jogatina online dependente de assinatura não valoriza o serviço, muito pelo contrário. Além disso, é interessante para todo mundo que a maior quantidade de pessoas possível jogue online, para evitar jogos em que a função online não funciona por falta de jogadores. Em Resogun, por exemplo, eu não consegui jogar online porque ninguém entrou no meu jogo.

Já em Killzone funcionou que é uma maravilha, sem lag, com um tempo de espera aceitável e tudo mais. Meu problema com jogar online é um problema meu mesmo, o de que eu não consigo ficar vivo por mais do que alguns segundos. Convenhamos, um sujeito com mais de 30 anos não consegue vencer os nerds de 14 anos que habitam as redes. Isso faz com que eu não me divirta jogando online, o que não me deixa disposto a pagar pelo serviço. Ainda assim, eu sinto que não estarei aproveitando ao máximo meus jogos se não puder ao menos ter a opção de jogá-los online.

Outra coisa que aconteceu recentemente e que desvalorizou MUITO a PS Plus é a quantidade de jogos oferecidos. Durante o mês de junho, mais de uma dezena dos jogos oferecidos foram retirados e não foram substituídos, tornando a assinatura algo muito mais próximo da Xbox Live Gold do que o excelente negócio que era antes.

Ao pegar meu PS4, eu tinha cerca de 10 dias sobrando de PS Plus, então consegui testar a jogatina online e pegar alguns jogos da Instant Game Collection. Foram eles Resogun, Dead Nation, Mercenary Kings e Stick it to the Man. Então vamos falar um pouco sobre os jogos.

JOGOS EM DISCO

O primeiro que eu joguei foi Infamous: Second Son, e devo dizer que não fiquei impressionado. Ok, os gráficos são bem legais, mas não representam o mesmo salto que senti quando estreei na geração anterior, com Gears of War. O que mais me chamou a atenção graficamente foram as animações faciais, que estão bem realistas, ainda que os personagens em si ainda tenham cara de bonequinhos em computação gráfica.

O segundo que joguei foi Killzone: Shadow Fall, e os gráficos dele me impressionaram mais, embora também não seja tão acima do que víamos no PS3. Em geral, me impressionei mais até mesmo quando joguei God of War III pela primeira vez, pois me pareceu que o PS3 estava sendo mais forçado graficamente do que o PS4 nestes dois jogos. No futuro, no entanto, acredito que teremos gráficos mais impressionantes. Tanto em Infamous quanto em Killzone, uma coisa que me impressionou bastante foi a iluminação, que está excelente e bastante realista.

O que está muito legal é o som. O surround 7.1 funciona ainda melhor do que no PS3 (no qual o sistema 7.1 ainda era uma raridade), e a qualidade é nada menos do que cristalina. Acredito que, para jogar PS4, vale mais a pena investir num bom equipamento de som do que numa TV grande, mas eu sempre fui mais ligado no som dos games do que nas imagens.

Falando dos jogos em si, nem Infamous nem Killzone me empolgaram muito. O primeiro é muito focado em sidemissions repetitivas e em colecionáveis, coisas que o ligam à geração passada e que espero que sejam diminuídas na atual.

Killzone é inferior aos outros dois da franquia, pois é menos focado na ação descerebrada. Os cenários são muito grandes e a ausência de mapas deixa fácil de se perder. Além disso, os colecionáveis, que não existiam no Killzone 3, voltam a aparecer aqui, sob a forma de jornaizinhos e audiologs, duas coisas que espero que sumam de vez na geração atual.

Uma coisa que me chamou a atenção em ambos é a dificuldade. Os dois são bem difíceis, mesmo na dificuldade padrão. Nas últimas duas ou três fases do Killzone, eu realmente estava pensando em mudar para o easy, pois cheguei a morrer mais de 100 vezes em uma delas. Em geral, eu não tenho dificuldades para terminar jogos na dificuldade padrão, então diria que em ambos o normal está mais próximo de um tradicional hard.

JOGOS DA PSN

Vamos dividir em minitópicos para falar um pouco de cada jogo baixável que tive a experiência de jogar, começando pelos que baixei via PS Plus:

RESOGUN: Um twin-stick shooter bem legal, cheio de cores, explosões e demais efeitos gráficos. É um jogo simples, mas impressiona visualmente e é bem divertido, embora um tanto curto demais.

MERCENARY KINGS: Este eu não gostei. Seus visuais pixelados são interessantes e a princípio parece ser um novo Metal Slug, mas é complicado demais para mim. Eu gosto dos meus shooters 2D mais simples. Este tem um quê de jogos como o Mega Man do Nintendo DS, em que você precisa ficar falando com uma galera, escolhendo missões, administrando equipamento e coisas assim que tiram o foco das explosões e assassinatos.

DEAD NATION: Versão para PS4 de um jogo antigo de PS3. É mais um twin-stick shooter (inclusive da mesma desenvolvedora de Resogun) e é excelente, mas traz poucas novidades para quem o jogou no PS3. Não vi diferença nenhuma nos gráficos e a nova forma de jogo, Arcade, é bem menos interessante do que a campanha.

STICK IT TO THE MAN: Este eu gostei bastante. O visual é artisticamente excelente, com personagens que parecem feitos de papel. Além disso, o humor é na mosca, tornando-o provavelmente o jogo de PS4 mais engraçado disponível atualmente. Trata-se de um adventure que lembra bastante clássicos como Monkey Island, embora seja dividido por fases, com puzzles autocontidos. Eu fiz questão de jogá-lo até o fim antes que minha assinatura da Plus vencesse.

FLOWER: Este eu pude baixar no PS4 porque o tinha comprado no PS3. E o achei exatamente igual ao que era, sem nada de novo, e inclusive com os mesmos troféus. É legal ter a versão de PS4 de graça, mas não acrescenta nada para quem já jogou antes.

ZEN PINBALL: É o mesmo caso do Flower. Eu o comprei no PS3 e pude baixar de graça a versão do PS4. Também é o mesmo caso de ser exatamente o mesmo jogo, em gráficos, sons e jogabilidade, mas também é legal tê-lo de graça, até para poder vivenciar 3D no PS4.

Além dos jogos que testei e falei acima, o PS4 vem com um jogo no HD chamado Playroom, mas eu não sei dizer muito bem do que se trata, pois ele precisa da câmera para funcionar e eu não a tenho.

PROBLEMAS E ERROS MALVADOS

Essa é a parte ruim. Além do problema de wi-fi que citei no começo da resenha, não esperava que mais nada de errado acontecesse com meu PS4. Mas aconteceu.

Logo no primeiro dia, ao religar o console, ele deu um erro de sistema. Não deu muitas informações, apenas uma mensagem de que houve um erro. Eu apertei “ok” e ele voltou a funcionar como se nada tivesse acontecido. Se não fosse a mensagem, eu sequer saberia que algo aconteceu. Isso voltou a acontecer algumas vezes depois.

Um outro problema, no entanto, foi mais dolorido. Em uma das vezes que eu tentei rodar Infamous, o sistema travou assim que eu cliquei no ícone do jogo. Eu não conseguia desligar o console, e sequer tirar o disco. Tive que tirar da tomada, o que causou outro erro no sistema e a necessidade de o videogame reconstruir os arquivos ou algo do tipo (processo que foi automático e durou alguns minutos). Daí ele voltou a funcionar e o jogo pôde ser ejetado normalmente. Por um tempo, achei que fosse ficar com o jogo encalhado no console e tivesse que levar o PS4 de volta para a loja.

Algumas horas depois, isso aconteceu de novo, exatamente igual. Percebi que, em ambas as vezes, eu cliquei para entrar no jogo logo que o console ligou. Não quis fazer o teste e arriscar que algo de mais grave acontecesse. Desde então, sempre dou alguns segundos antes de clicar no jogo e não deu problema por um bom tempo. Mas voltou a dar. Antes de falar disso, no entanto, façamos um interlúdio.

Uma última coisa que senti falta no PS4 é algo que tem no PS3 e em todos os outros eletrônicos atuais. Quando eu ligo meu PS3, ele automaticamente liga meu receiver e minha TV nos canais apropriados. Isso também vale para o blu-ray player e tudo mais que fica conectado via HDMI. O PS4 não faz isso. Pelo menos não direito. O curioso é que procurando online, descobri que ele deveria fazer, e tem uma opção no menu que ativa isso, mas mesmo com a opção ativada, não funciona na maioria das vezes. Só que algumas vezes funcionou e eu não consigo entender porque às vezes funcionava e às vezes não.

Alguns dias depois do erro malvado explicado há dois parágrafos, ao ligar o console, eu percebi, antes mesmo de entrar no jogo, que o ícone do disco estava apagado, como se não tivesse nada inserido. Já saquei que o temido problema ia acontecer e, ao invés de entrar no jogo, mandei o disco ser ejetado. Não foi. Mandei o console desligar. Não desligou. Lá vamos nós de novo ter que tirar ele da tomada.

E aí eu pensei que, nas três vezes que isso aconteceu, foram as vezes que o PS4 ligou a TV. Pensei que poderia estar tudo conectado e desabilitei a função. Desde então, nunca mais deu problema. Espero que tenha sido isso e que o videogame funcione normalmente de agora em diante, mas é minha obrigação de jornalista relatar isso em uma resenha do console.

Além disso, essa funcionalidade de o videogame ligar todo o resto é uma praticidade que eu sinto bastante falta, então se algum delfonauta conseguir lançar uma luz sobre isso (por que às vezes funciona e às vezes não e qual a relação disso com detectar o disco inserido no momento), por favor o faça.

Por fim, o console também perde pontos pela falta de retrocompatibilidade. Sim, vai ter aquele Playstation Now, onde você pode “alugar” jogos de PS3 e de outros consoles da Sony, mas não é isso que eu quero. Eu quero poder usar os meus jogos em disco de PS3, PS2 e PS1 no PS4, sem precisar pagar de novo por eles.

PLAYSTATION 4

E, como diria o Forrest Gump, isso é tudo que eu tenho a falar sobre isso. Em geral, senti que o PS4 ainda não revelou seu potencial. Além dos dois jogos que comprei, não tem muito mais que interesse no momento (tem o Watch Dogs, mas ele pode ser jogado no PS3/Xbox 360 também, e além disso ele não chega a ser inesquecível).

Comprei meu PS4 poucos dias antes da E3, e aquela semana foi bem desanimadora. Não só boa parte dos jogos disponíveis na Plus foram retirados, a apresentação da Sony na E3 se focou em remakes de jogos velhos (como Grim Fandango) ou relançamentos de jogos recentes para a nova geração (como GTA 5). De exclusivos tivemos as continuações Uncharted 4 e LittleBigPlanet 3, e alguns indies também foram anunciados. Mas para jogar indies, você não precisa do poderio gráfico de um next-gen. AAA que é bom mesmo, praticamente nada.

Na E3, quando questionado sobre a falta de jogos AAA, um pintudão da Sony disse que talvez isso seja porque não está mais valendo a pena fazer jogos AAA, um problema que vem se anunciando na indústria há tempos. Isso me preocupa. Temo que o PS4 nunca revele seu potencial pela absoluta falta de jogos. Espero estar errado, e espero que você queira um PS4 eventualmente, mas por enquanto, comprar um é mais um investimento no seu potencial futuro do que no já realizado. E até o momento, e a julgar pelo que foi anunciado na E3, o Xbox One está com mais jogos apetitosos para o seu futuro próximo.

E agora só falta uma resenha delfiana do Xbox One. Se você já tem um, por que não escrever e mandar para nós? Aqui tem tudo que você precisa saber sobre escrever para nós.

LEIA TAMBÉM NOSSAS OUTRAS RESENHAS DE CONSOLES:

Wii U
Playstation 3
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Xbox 360

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
ps4Ano: 2013<br> Gênero: Console<br> Preco: R$ 4000,00 (oficial), R$ 1400,00 (paralelo) e US$ 400,00 (nos States)<br> Plataforma: PS4<br> Fabricante: Sony<br> Versao: PS4<br> Distribuidor: Sony<br>