Outro dia estava conversando com o Cyrino sobre o fato de o Ashton Kutcher ter catado a Demi Moore. Pense comigo, delfonauta: o cara deve ter mais ou menos a nossa idade, o que significa que, durante os anos 90, deve ter feito várias homenagens para a garota de Ghost. E daí o indivíduo fica rico e famoso e consegue realmente ficar com ela, talvez uma das últimas mulheres gostosas de verdade a aparecer na grande mídia. Lucky bastard.
Mas o assunto aqui não é Demi Moore, mulheres gostosas ou bacon, mas o novo filme que a tetéia protagoniza. Protegida por um Anjo é uma das piores traduções de nomes de filmes dos últimos tempos. Primeiro porque quase não tem a ver com a história. Segundo porque o pouco que tem a ver entrega o final do filme. Tsc, tsc. Se fosse comigo, batizaria esse troço de O Farol e tava tudo certo. Mas que eu posso fazer se as pessoas teimam em ser mais burras que eu? Bom, um título que entrega o final de um filme não é nada comparado a traduções que denigrem o próprio produto, como Quanto Mais Idiota Melhor, para citar um exemplo.
Protegida por um Anjo é uma tentativa de suspense, indo por um caminho bem próximo ao que estamos acostumados a ver no terror japonês, mas, claro, sem a mesma criatividade. A história é básica. Demi Moore é uma gostosa, uhn, quer dizer, é uma escritora trilhardária, cujo filhote morre tragicamente. Alguns meses depois, ela se isola da sociedade para escrever seu novo livro e volta a sentir a presença do garoto. Ao mesmo tempo, ela se envolve romanticamente com o cara que cuida do farol e começa a enxergar pessoas mortas. Na verdade a história até é legal, mas a condução é assaz arrastada e a maior parte do troço é basicamente um romancezinho de segunda entre Demi e o carinha do farol.
Mas existem qualidades. A trilha sonora composta basicamente de músicas folclóricas celtas é bem legal e os cenários são lindíssimos. Poucas coisas são tão aconchegantes quanto uma vila com pouquíssimas pessoas, em frente à praia e em um cenário para lá de onírico. Na verdade eu venho tentando fugir um pouco da civilização há alguns anos, mas até agora não consegui, então sempre piro o cabeção quando vejo esse tipo de cenário. Imagina que legal passar uns dias sozinho em uma casa sem nenhuma outra construção à vista? E ao seu redor apenas uma praia deserta, cavalos correndo livres e coisas assim? Uh-lá-lá.
Mas estou divagando. Não, delfonauta, eu não recomendo esse filme, mas recomendo os cenários dele. E, se você não for tão preso a coisas como a tecnologia e comunicação quanto eu, deveria dar um jeito de fazer uma viagem para um lugar como esse. E depois você volta aqui e conta para nós como foi.