Uma coisa legal do excesso de relançamentos que vimos nesta geração é a possibilidade de jogar pela primeira vez alguns jogos famosos que perdemos quando do lançamento original. É o caso para mim com este Patapon 2 Remastered, meu primeiro contato com a série.
Patapon é um daqueles jogos first party mais experimentais da Sony. Com um visual entre o abstrato e o extremamente estilizado, Patapon 2 Remastered é estrelado pelos Patapons, criaturinhas fofinhas que adoram música e que pretendem chegar a um lugar chamado Earthend.
PATAPON 2 REMASTERED
O gameplay é bem criativo, e uma tremenda mistureba. Trata-se de algo entre um jogo de ritmo, um RTS e batalha em turnos, com um tempero forte de RPG.
É possível jogar Patapon 2 com apenas uma mão, uma vez que ele usa apenas os botões da face. Cada botão representa um som. Quadrado é “pata”, bola é “pon”, triângulo é “chaka” e X é “don”. Ao longo da campanha, você aprende algumas músicas, que servem como comandos para os bichinhos. Por exemplo, pata-pata-pata-pon faz eles andarem, enquanto pon-pon-pata-pon manda atacarem. Use as músicas de forma inteligente para chegar ao final de cada uma das fases.
Entre as fases, entra o lado RPG. Você pode equipar cada membro do seu exército com armas e chapéus que afetam suas estatísticas, e mesmo criar novos Patapon. O loot pode ser equipado automaticamente, mas a criação do exército é totalmente manual, e envolve uma skill tree bem elaborada. Para criar novos Patapon, você precisa de ingredientes coletados em fases específicas. Ou seja, para conseguir prosseguir na história, é necessário repetir as fases anteriores para ficar mais forte.
Obviamente, aí começaram meus problemas com o jogo.
PROVA DE RESISTÊNCIA
As fases começam curtas e divertidas. Porém, lá pela metade da campanha, os capítulos vão de durar dois a três minutos para vinte ou trinta. E o jogo não tem pausa, e exige que você fique constantemente e repetitivamente martelando as músicas, sob pena de perder o combo e os benefícios que vêm com ele.
Assim, Patapon 2 Remastered é como um Guitar Hero 2 onde todas as músicas são Free Bird e não há pausa. Ou melhor ainda, é como se as músicas fossem só o riff principal da Smoke on the Water, repetido por 30 minutos. E sem pausa. Em outras palavras, é até divertido por algum tempo, mas enjoa rápido. E o jogo é absurdamente longo, e aumentado ainda mais pela necessidade de repetir as fases.
Os chefes têm mais estratégia, já que eles telegrafam os ataques com 10 segundos ou mais de antecedência, permitindo que você termine seu ataque e faça a música da esquiva. Mas isso não funciona tão bem contra os inimigos normais, que atacam constantemente. Nestes, o melhor negócio é mesmo ficar repetindo a música do ataque até eles caírem. E tanto os minions quanto os chefes demoram muito para morrer.
Assim, Patapon 2 Remastered é mais um daqueles jogos que até são legais por algum tempo, mas não sabem a hora de parar. Ele é criativo, e sem dúvida bastante único em sua amálgama de gêneros. Porém, não se sustenta durante as vinte e tantas horas que deseja durar.