Professor de química na pindaíba decide usar seus conhecimentos para fabricar e vender drogas e assim garantir segurança financeira. No entanto, nessa mudança de carreira, ele acaba se metendo em várias confusões e conhecendo gente muito perigosa que pode atrapalhar seu objetivo.
Se você levantou a mão e disse que esta é a premissa da série Breaking Bad, você está absolutamente certo. Mas ela também serve como a sinopse de Paro Quando Quero, comédia italiana que se utiliza do mesmo tema para fazer graça, ou ao menos tentar.
Pietro é o professor e pesquisador acadêmico que tem sua bolsa na faculdade cancelada. Sem um tostão no bolso, decide criar uma nova droga sintética para vender nas danceterias da cidade. A diferença é que ele cria uma droga a partir de um composto que não está na lista de substâncias ilegais da Itália. Logo, teoricamente, ele não está agindo fora da lei, ainda que seja moralmente questionável.
Para ajudá-lo na empreitada, ele também forma uma quadrilha composta por outros amigos acadêmicos dispensados de suas faculdades e que estão se virando em empregos medíocres. A grande graça do filme viria então de um bando de traficantes formados por nerds intelectuais.
E isso de fato tinha potencial para render situações bem engraçadas, como a dupla de linguistas que a todo momento começa a discutir entre si, ou o antropólogo que estuda o comportamento dos frequentadores de nightclubs para que eles melhor consigam se misturar ao ambiente e vender seu produto.
O problema é que embora essas ideias sejam boas, em nenhum momento elas me arrancaram risadas. A execução sempre fica abaixo do potencial. O filme é bem-intencionado e simpático, mas nunca chega lá. Os momentos mais divertidos para mim são quando rolam discussões, e gente discutindo em italiano é sempre engraçado. E obviamente isso não é uma graça intencional.
Embora seja até assistível, o fato de ser uma comédia que não me tirou sequer um mísero sorrisinho o coloca um degrau abaixo de um filme nada. Sei lá, vai ver o tipo de humor do filme apenas não bateu com o meu gosto cômico e ele possa agradar a outros, mas eu concluiria que Paro Quando Quero tem até uma boa premissa (já testada e comprovada pela televisão estadunidense), mas execução aquém. Melhor mesmo rever as desventuras de Walter White.