Após o lançamento de BE, achava-se que Daniel Gildenlöw havia acabado com qualquer possibilidade de rótulos para o Pain of Salvation, afinal, como você classificaria um CD que retrata uma visão sobre o começo da humanidade, o rumo que ela vem tomando e o seu trágico futuro? Pois bem, isso é só o começo de BE.
Todos pensavam que, com esse CD, a banda já tinha chegado ao ápice da criatividade e agora voltaria a fazer um Metal Progressivo mais tradicional, mas (felizmente) isso não aconteceu. Desde o anúncio do nome, capa, e faixas do novo CD, já era perceptível que eles não voltariam para o básico, mas continuariam experimentando de tudo, até chegar ao tão buscado Elemento Perfeito.
Não sei dizer se Daniel já encontrou o seu Elemento Perfeito, mas com o lançamento de Scarsick, ele já chega alguns passos mais perto. No CD, Daniel mostra toda sua indignação com o rumo que as coisas vem tomando, desde toda a influência da cultura estadunidense no resto do mundo, até a desvalorização da vida.
Saindo um pouco das letras e entrando mais na parte musical do CD, é evidente uma divisão nele: a primeira parte soa como um experimento com vários estilos de música, indo desde Rap até Disco Music, isso sem deixar o progressivo de lado. Parece difícil, não? Daniel faz parecer tudo muito fácil, conseguindo mostrar toda a sua indignação através de letras com um sentimento que nenhum outro músico conseguiu me passar.
A segunda parte do CD já é menos experimental, mas igualmente bem feita. Nessa parte, Daniel já volta para a música progressiva, com instrumental bem trabalhado e letras que socam o estomago do ouvinte. Daniel consegue ir direto ao ponto da desvalorização da vida em Kingdom of Loss, que lembra King of Loss, do The Perfect Element, de 2002.
Para aumentar ainda mais o auê em cima do CD, já foi anunciado em entrevistas que Scarsick é uma continuação do The Perfect Element. Agora teorias traçando comparações entre as letras, as linhas instrumentais e o diabo a quatro já vêm sendo feitas. E você, tá esperando o que para comprar AGORA o CD?