Eu nunca sei como iniciar um texto. Portanto, vou começar dizendo que estou feliz em colaborar mais uma vez com este que é meu site favorito, o DELFOS. Ando sumida dos comentários, mas continuo uma delfonauta fiel, portanto, não podia deixar de contar aos delfianos e delfonautas sobre um dos melhores shows da minha vida. Bem, parece que comecei, então vamos direto ao assunto. =D
No último dia 30 de Março de 2011, Porto Alegre recebeu a visita de ninguém mais, ninguém menos que Ozzy Osbourne. Um senhor com mais de 60 anos que dispensa qualquer tipo de apresentações. Se você está se perguntando “Who the fuck is Ozzy Osbourne?”, vá ouvir pagode e retire-se do Hall, imediatamente.
TIS FRITA
Depois de fritar no sol por algumas consideráveis horas na fila, os portões do Gigantinho abriram às 18h, como previsto. Bem, ao menos o portão 3. A organização teve a brilhante idéia de dizer para as pessoas que acamparam na frente do portão 5 que o mesmo só abriria uma hora após o portão 3. Isso causou o deslocamento do povo para a outra entrada, e obviamente discussões sobre o direito de estar na frente da fila. A confusão se resolveu logo: quem dormiu lá, ficou na frente. Nem todo mundo ficou feliz, mas alguém tem que dar o braço a torcer.
Após uma ordem de entrada meio estranha (hora eram só as moçoilas, hora eram os próximos 10 da fila), entramos no local do show e, para minha sorte, o palco era alto e eu consegui um lugar ao sol, lá na frente. =D
GUNPORT
Mais algumas horinhas de pé, no meio da multidão que se apertava (ou empurrava) pra chegar um pouco mais perto do palco, e às 20h a banda de abertura Gunport inicia sua apresentação.
O que eu achei? Não conhecia a banda antes, então quero ouvir com mais calma para formar uma opinião concreta. Mas, à primeira vista, gostei da música deles. Um rock mais pesado com vocal meio… country. Bem, não quero ser injusta. Vou ouvir melhor e depois digo o que achei nos comentários. ^~
Duas horas esperando espremida lá na frente, meia hora de show de abertura, mais meia de enrolação e técnicos arrumando o palco. 21h. Hora de ver o velho Ozzy, certo? CERTO! (Rá! Achou que alguma daquelas desgraças que só acontecem comigo iria aparecer aqui, né?) Ozzy Osbourne sobe ao palco e inicia o show, se não pontualmente, com no máximo cinco minutos de atraso.
OZZY OSBOURNE
O ginásio estava lotado, a qualidade do som estava perfeita (parabéns aos responsáveis!), e lá estava ele, Ozzy Osbourne. Bizarramente simpático e… sorridente. =D
A destruição começou com Bark at the Moon, música de abertura de vários shows da turnê (se não todos). Deixando todo mundo de boca aberta (e pulando mais alto do que se pula com a ajuda de um pogobol), Ozzy mostra muita disposição no palco e que sua voz está muito bem, obrigado.
Na seqüência Let me Hear you Scream, primeiro single do álbum Scream, foi anunciada, executada e recebida de braços abertos por um público com a letra na ponta da língua.
Mr. Crowley começou e o público finalmente se acalmou. Entenda bem, acalmou as pernas, porque as gargantas, braços e cabeças não pararam um segundo sequer.
I Don’t Know voltou a aquecer o público para o que viria a seguir: a clássica Fairies Wear Boots, do Black Sabbath, desabou sobre as 12 mil cabeças pagantes como um banho de nostalgia.
Mais uma dobradinha de clássicas próprias com Suicide Solution e Road to Nowhere para, em seguida, despejar War Pigs do Black Sabbath, levando o ginásio à loucura. Shot in the Dark, do álbum The Ultimate Sin, fechou essa seção de clássicas.
Ozzy já havia apresentado ao público os integrantes da banda e, claro, seu novo guitarrista, Gus G.. Mas não bastava apresentar. É um dever do novato provar para um público fanático que pode sim tocar no posto antes ocupado por Zakk Wylde. E não, não bastava as músicas tocadas até então. Rat Salad foi a responsável por nos apresentar um músico fantástico, completamente integrado à banda e muito à vontade com o público. Aprovadis, cacildis! =D
Além do solo hipnotizante de Gus G., a platéia ganhou outro presente literalmente atordoador: o solo de bateria do fantástico Tommy Clufetos. O homem que pareceu ter muito mais que dois braços comandou a platéia por vários minutos, e fez a alegria do povo introduzindo Iron Man.
Aproximadamente 12 mil pessoas no ginásio. Aproximadamente 12 mil vozes cantando cada vez mais alto, a pedido de um senhor com mais de 60 anos que estava em cima do palco. Iron Man foi, sem dúvida, o ápice do show. O som de ótima qualidade somado ao público causaria arrepios até naqueles argentinos sem coração do show do Rammstein.
I Don’t Want to Change the World e Crazy Train deixaram todo mundo fucking crazy e implorando por mais músicas.
Não precisou pedir muito. Ozzy vai até o microfone e anuncia Mama, I’m Coming Home. E aqui devo dizer, amigo delfonauta, que chorei feito um bebê. E chorei mais ainda quando Ozzy deixou o refrão para a platéia cantar, abriu os braços, olhou para o público com cara de emoção e mandou um beijo com as duas mãos. Sim, Ozzy Osbourne teve uma reação de velhinho fofo. ^^
Pra acabar com o momento piegas, ele tratou logo de tocar Paranoid (Black Sabbath), tirar a camisa, pular no palco e movimentar os braços mandando todo mundo pular junto. Nem precisava pedir, Ozzy. Paranoid é covardia!
Esse foi o setlist do show:
Bark at the Moon
Let me Hear You Scream
Mr. Crowley
I Don’t Know
Fairies Wear Boots
Suicide Solution
Road to Nowhere
War Pigs
Shot in the Dark
Rat Salad (solos de guitarra e bateria)
Iron Man
I Don’t Want to Change the World
Crazy Train
Mama, I’m Coming Home
Paranoid
Foi um show inesquecível, mais um que recebe o carimbo de “melhor show da minha vida”. Um evento de clássicos, para relembrar o Black Sabbath e o melhor da carreira do senhor Osbourne. O homem não parou um minuto sequer no palco. Jogou espuma e baldes d’água no público, pulou, bateu cabeça, gritou. E mostrou que a idade é o menor dos seus problemas.
Valeu cada centavo, cada segundo, cada costela quase quebrada e cada órgão esmagado. o/
CURIOSIDADE:
– Notaram que dessa vez eu não me ferrei (tanto)? =D