O amigo delfonauta provavelmente sabe das riquezas petrolíferas tupiniquins. O que não deve saber, no entanto, são as aventuras do barulho que envolveram a turminha da pesada corajosa o suficiente para tentar extraí-lo.
E são do barulho mesmo, pois envolve assassinatos, chantagem, espiões, mártires e o Danton Mello, aquele sacripanta que fazia um virgem no início da Malhação (e eu nem lembrava da existência dessa resenha supralinkada).
Infelizmente, não é só no protagonista que o filme se assemelha a Malhação. A narrativa, os figurinos e, principalmente, as atuações, têm a maior cara de programa televisivo. Teve uma hora que me senti tão assistindo TV em casa que quase fiquei pelado. Quase. Afinal, eu não tirei a meia. =)
Já que falamos nas atuações nacionais, sempre citadas por aqui, não posso deixar de dedicar alguns parágrafos a isso, pois é justamente o que mata o filme.
Pelanossasenhora, será que não existe um único ator bom nesse país? Sim, eu sei que o único lugar em que existe espaço para mostrar o trabalho é na Globo e eles costumam priorizar filhos de gente famosa sobre talento. Ao mesmo tempo, a turminha do teatro só está preocupada em ficar repetindo os mesmos textos do Luigi Pirandello ou do Nelson Rodrigues. E, se os roteiros são sempre os mesmos, e sempre de muitos anos atrás, fica difícil desenvolver alguma coisa mais contemporânea, como acontece em todos os outros países. Mas, assim também não dá, né?
O negócio é tão ruim que faz Hermes & Renato parecer digno de Oscar. E olha que eu nem gosto das coisas que ganham Oscar. Não existe uma única fala no filme que não pareça decorada ou estar sendo lida naquele momento. Nenhum brasileiro jamais utilizou em linguagem oral a frase “esquece-se que estamos na minha terra, senhor” (enfatizando cada uma das sílabas, para piorar), mas coisas assim permeiam todas as duas horas da projeção.
Problema de roteiro, dos atores ou, mais provável, de ambos, essa falha matou o filme. Se você gosta das novelas e minisséries globais, talvez encontre algo que lhe apeteça por aqui. Se você não sintoniza a TV aberta há anos, não tem porque começar agora. Especialmente pagando ingresso de cinema para isso.
Curiosidade:
– O pôster do filme tem uma quantidade quase erótica de propagandas: pelo menos metade do seu espaço é preenchido por logotipos. Como anunciar no DELFOS não é de graça, me vi obrigado a cortar a parte de cima e a de baixo e o resultado disso você vê ao lado.