Rápido, diga o nome de um dos Três Mosqueteiros! Se você falou D’artagnan, errou, pois o moleque do qual todos lembram não é um dos integrantes, mas sim um novato que sonha em entrar para o time. Em outras palavras, ele é tão mosqueteiro quanto o Guybrush Threepwood é um pirata, com a diferença de que mostra aptidão para a função.
Exatamente como em Monkey Island, ao final do clássico de Alexandre Dumas, nosso amigo protagonista consegue o cargo com o qual sonhava, mas isso você já sabe antes mesmo de abrir o livro. A graça é ver como ele passa de um aspirante para um profissional. Essa, caro delfonauta, é a história do filme que discutiremos hoje.
A aventura em questão, como toda história que envolve reis e cavaleiros, é uma conspiração para tirar o governante do trono. Cabe aos Três Mosqueteiros e ao seu estagiário famosão resolver tudo.
Os Três Mosqueteiros é um filme lindo. Assim como os filmes chineses de samurais, é extremamente colorido e com coreografias de ficar boquiaberto. As roupas são chamativas e belas, a música é maior legal e até o 3D é dos bons. Temos aqui um filme pra lá de estiloso e que justifica ser visto no cinema como poucos outros, dado seu cuidado com o visual.
As cenas de ação, inclusive, merecem destaque. Não apenas pelas coreografias estilosas, mas pela pintudice. Estamos acostumados a ver coisas que forçam os limites da realidade em filmes de ação modernos, mas em histórias de capa e espada, é difícil vermos coisas como os heróis pulando de um dirigível para o outro em pleno ar, por exemplo.
Especializado em adaptar videogames para a tela grande, o diretor Paul W. S. Anderson mostra que não é só Resident Evil que joga em casa. Quero ver você não lembrar de Assassin’s Creed II em uma das primeiras cenas, ou então não ficar com vontade de aplaudir a luta final de D’Artagnan, em verdadeiro “2D side-scroller”.
Se tecnicamente o filme é um espetáculo, o mesmo não pode ser dito do roteiro. Ok, temos uma história de aventura capa e espada básica e já conhecida, mas o texto parece ter sofrido bastante na adaptação do livro para a tela grande. O primeiro ato se arrasta por um bom tempo, enquanto a missão principal dos mosqueteiros é corrida. Parece até que o segundo ato, que costuma corresponder a 50% de um filme, tem menos de 25% dedicado a ele aqui.
Além disso, o final causa estranheza, devido aos Mosqueteiros protegendo o vilão sem nenhum motivo e a um gancho para continuação extremamente forçado, que mostra um personagem que não foi roubado (Orlando “Eu Só Faço Épicos” Bloom) dizendo que vai “recuperar o que tiraram dele”. A ressurreição à Marvel Comics de um personagem anteriormente morto também não ajuda a deixar o roteiro menos tosco.
Os Três Mosqueteiros é um espetáculo e, como tal, merece ser visto da forma apropriada – numa tela grande, em 3D. Na televisão perderia boa parte da graça e, arrisco dizer, poderia ficar próximo de um filme nada, ou até mesmo ruim. Portanto, se você gosta das divertidas aventuras capa e espada na linha de Piratas do Caribe, não perca a chance de vê-lo como os criadores o conceberam.