Os Sem-Floresta

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Sabe aqueles dias onde tudo dá errado e quando você acha que está quase resolvendo, aparecem mais problemas? Pois é, hoje é um desses dias. Mas farei o possível para não deixar esse mau humor afetar esta resenha. Vamos lá.

A Dreamworks manda bem em desenhos. Também pudera, já que reúne na mesma empresa um dos maiores nerds do mundo (o Steven Spielberg) e o cara que comandava a Disney (o Jeffrey Katzenberg) quando esta produziu alguns de seus grandes clássicos como Rei Leão, Pequena Sereia e meu preferido, Aladdin. Exemplos? Pois não, amigão. Os mais legais, na minha opinião são Shrek e Madagascar. Será que esse Os Sem-Floresta é bom o suficiente para bater esses? Você saberá daqui a exatamente sete parágrafos. E não vale olhar antes.

A trama é assim: o guaxinim RJ é pego quando tentava roubar a comida de um urso. Então o ursinho dá um prazo de uma semana para RJ recuperar toda a comida perdida ou ele mesmo vai virar comida. Então o guaxinim encontra um grupo de bichinhos fofos que têm experiência em juntar comida para o inverno e decide usá-los para ajudar ele. Ah, sim, durante o inverno, quando o grupinho hibernava, um condomínio foi construído ao redor da floresta em que o grupo vivia, o que significa que eles estão rodeados das criaturas mais assustadoras da natureza: os seres humanos. Mas por outro lado, os humanos não comem para viver, mas vivem para comer e isso pode facilitar a missão de RJ.

Segundo o release, este filme é uma preqüência para as tirinhas onde o grupelho fica observando os humanos e interpretando nossos hábitos. Pois então, os momentos onde isso acontece aqui são realmente engraçados, pois o raciocínio deles faz mais sentido que o nosso, pelo menos na minha cabeça. Mesmo o restante não sendo tão bom quanto esses momentos, ainda assim as piadas são bem legais e os bichinhos são bem fofos. Para comparar com o Madagascar, por exemplo, eu diria que este é menos engraçado, mais infantil e mais fofo. Especialmente o esquilo hiperativo, que tem uma cara de louco assaz engraçada.

Os problemas são dois. Sim, dois são os problemas. Não três, nem um, mas apenas dois. E não se deve falar do primeiro problema a não ser que a seguir você prossiga para o segundo, então é isso que farei no próximo parágrafo.

Problema número um. Primeiro problema. Problema uno. Sabe quem chamaram para a dublagem tupiniquim? Não, amigão, não foi nenhum global. Antes fosse. Chamaram a Preta Gil. Agora farei uma pausa para que você me acompanhe em um grito de não que deve durar exatamente cinco segundos. Pronto? Um, dois, três e…

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOO!

Pronto, agora estou mais calmo. Pois é, delfonauta, se os atores da Globo costumam estragar as dublagens por não saber atuar, o que podemos dizer dessa guria. O que é a Preta Gil? Ela é tipo a Paris Hilton brasileira, é apenas a filha de um milionário que, por causa disso, conseguiu sua passagem para o estrelato. Mas ela não é uma artista, muito menos uma atriz, e com seu trabalho aqui, consegue tirar completamente todo o carisma que a simpática gambá Estela deve ter na versão original. Bom, pelo menos a sua personagem aparece pouco e a dublagem dos outros personagens não é tão escabrosa. E como eu sou bonzinho, não tirei pontos do filme por causa disso, afinal, tenho certeza que o inteligente delfonauta optará por assistir na versão legendada, logo, não terá que lidar com a “interpretação” da filha do nosso Ministro da Cultura.

Agora vamos ao problema número dois e desse você só escapa se não for assistir ao filme de forma alguma. Do que estou falando? Do assombroso fator clichê. Sabe como em todos os filmes infantis você tem aquela sensação de que é simplesmente uma história de amizade? E que sempre precisa ter uma parte tristonha para que os personagens consigam aprender o valor de um amigo? Shrek tem isso. Madagascar tem isso. E, adivinhe só: Os Sem-Floresta tem isso. E essa maldita característica custou um Alfredinho inteirinho da pontuação do filme, pois eu realmente estou com saco cheio disso.

Se você conseguir não se importar com o fator clichê, vai fundo, pois, embora não seja tão legal quanto os tremendões da Dreamworks, Os Sem-Floresta ainda é fofo, divertido e engraçado. E depois volta aqui e me conta se você não acha que os humanos são criaturas bizarras. 😉

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
os-sem-florestaPaís: EUA<br> Ano: 2006<br> Gênero: Comédia<br> Roteiro: Karey Kirkpatrick<br> Artista: Livre<br> Produtor: Bonnie Arnold<br> Diretor: Tim Johnson e Karey Kirkpatrick<br> Distribuidor: UIP<br>