O delfonauta sabe do meu apreço pelo cinema indie. Porém, não há apreço que mude o fato de que filmes indies podem ser tanto sensacionais quanto chatos pra burro. Este, infelizmente, é chato pra burro.
Paul Dano, famoso pelo seu papel em Pequena Miss Sunshine, é Louis, um sujeito que se muda para Nova Iorque e aluga um quarto na casa de Henry Harrison (Kevin Kline).
Henry é um sujeito pra lá de excêntrico, e responde pelos únicos momentos realmente bons do filme. Isso porque ele é um cara deveras desagradável e com um monte de opiniões polêmicas sobre a vida, o sexo e o caminho para o qual a sociedade está rumando. Quando o Henry aparece, é quase garantia de risadas, e eu provavelmente vou começar a citar várias das frases dele por aqui. Justamente por isso, é uma pena que a história seja totalmente focada no insosso Louis.
Os Acompanhantes do título se refere ao fato de que Henry literalmente acompanha mulheres viúvas em eventos sociais. Ele não faz isso por um cachê, mas apenas para poder frequentar a high society. Louis acaba se interessando e eles começam a acompanhar velhinhas juntos.
O principal problema do filme é que ele não consegue desenvolver nenhum dos seus pontos muito bem, e faz tudo parecer gratuito. A relação de Louis com a vegan que trabalha com ele (Katie Holmes) não chega a lugar nenhum e sua vontade por vestir roupas de mulher parece servir apenas para a obrigatória lição de amizade.
A impressão que dá é que temos aqui uma má adaptação de uma obra literária. Sim, Os Acompanhantes foi baseado em um livro, e parece querer incluir todos os detalhes do tomo que o inspirou, mas não tem tempo para desenvolvê-los apropriadamente. O resultado é uma obra rasa e entediante, que não chega a lugar nenhum e que não merece seu ingresso