Eu comprei o Nintendo Switch em abril. Obviamente, adquiri o Zelda na mesma compra, mas desde então estava com uma lista considerável de jogos a resenhar, e não consegui jogar a nova aventura do Link até o fechamento desta resenha. Para curtir um pouco o Switch nesses dois meses, acabei jogando apenas coisas mais casuais, como 1-2 Switch e Mario Kart. A possibilidade de cobrir Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas permitiu que eu finalmente pegasse meu híbrido console/portátil e jogasse uma campanha do início ao fim.

Este não é um jogo novo. Na verdade, ele está disponível para quase todas as plataformas capazes de rodar games. Originalmente, ele saiu como um jogo de iPhone lá nos idos de 2013, e desde então ganhou versões para computadores e consoles. A de Switch, analisada aqui, é a mais recente, tendo saído no dia 22 de junho de 2017.

Oceanhorn

UMA AVENTURA DIVERTIDA

Oceanhorn é um jogo de aventura, e consegue criar muito bem o clima necessário. Você joga com um moleque cujo pai desapareceu ao tentar caçar um monstro chamado Oceanhorn. Como um bom protagonista com daddy issues, lá vai você atrás do mesmo bicho. Para conseguir ter uma chance, você precisa de três emblemas, e vai viajar pelo mundo para encontrá-los.

O visual e o gameplay lembram muito, veja só, The Legend of Zelda. Não o jogo de Switch que está aqui em casa esperando ser jogado, mas os antigos mesmo. A câmera é isométrica, e este é basicamente um jogo de exploração. Explorando um cenário, você pode descobrir localizações de novas ilhas, cada vez chegando mais perto dos seus objetivos.

Oceanhorn

É comum você ter mais de uma ilha para visitar ao mesmo tempo e é totalmente livre para fazer isso na ordem que desejar. O jogo nunca deixa totalmente claro onde está seu próximo objetivo. Você vai ter que deduzir para onde ir através do que os outros personagens falam ou de textos que encontrar pelo caminho.

É um jogo bastante simples, mas também muito agradável. O visual, por exemplo, não vai impressionar ninguém, mas é bem simpático. A música, por outro lado, é fantástica, especialmente a que toca quando você está velejando de uma ilha para outra. Você vai se sentir o próprio Indiana Jones em busca de tesouros históricos. Talvez seja ignorância minha, mas fiquei surpreso com o fato de que um jogo originalmente planejado para mobile tenha músicas orquestradas de tamanha qualidade.

Oceanhorn

BATALHAS ÉPICAS

Você tem uma espada e um escudo para se defender dos perigos que estão no caminho, mas vai aos poucos adquirir outros itens e armas, e com eles novas habilidades que possibilitam explorar áreas previamente fechadas. Vira e mexe, popa um chefinho também, e essas batalhas nem sempre se resumem a bater até o bicho morrer. Não, em alguns casos você vai ter que usar a cabeça também. E nem tem um botão para dar cabeçadas.

Oceanhorn

Depois de algumas horas de jogo, no entanto, a coisa dá uma esfriada, pois o jogo obriga você a ir e voltar para algumas ilhas. Tipo, você avança um pouquinho e daí descobre que para progredir precisa de algo que está em outra ilha, sendo obrigado a voltar todo o caminho até o barco. Você vai para a outra, pega o item e volta para a primeira, apenas para descobrir, após avançar um pouquinho mais, que uma outra coisa é necessária para progredir. Todo esse vai e volta prejudica bastante o jogo, que até então estava bem divertido.

Tem também algumas coisas que não têm muito motivo para existir, como um minigame de pescaria, onde você tenta pescar os maiores peixes. Isso não leva a nada, e o tamanho dos peixes é totalmente aleatório, tornando difícil entender porque isso foi incluído no jogo. É um verdadeiro ponto sem nó.

Oceanhorn

Felizmente, a experiência final ainda é gostosa o suficiente para justificar o tempo investido no jogo. Caso você ainda não tenha experimentado Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas e a ideia de um Zelda no estilo clássico lhe apetece, vai fundo. Você com certeza tem pelo menos uma máquina onde este jogo está disponível.