Começo este artigo sobre Oblivion Remastered com uma confissão que provavelmente você já sabe. Eu não jogava RPGs em 2006. Na época que a indústria dos games fornecia jogos em gêneros diversificados, eu evitava os que menos me agradavam. Hoje em dia é impossível, claro. Não jogar RPG em 2025 é não jogar quase nada de alto orçamento.
Digo isso porque nunca havia jogado The Elder Scrolls IV: Oblivion antes. Joguei um pouquinho de Skyrim, mas este é o máximo de experiência que tenho com The Elder Scrolls. Até agora. Achei que a remasterização de Oblivion seria uma boa oportunidade para tirar esta mancha da minha carteirinha gamer. E eu joguei. Bastante. Mas não deu. Os motivos que me fizeram desistir foram muitos, e eu vou elaborá-los aqui.
THE ELDER SCROLLS IV OBLIVION REMASTERED
Antes do lançamento, havia dúvidas se este seria um remake ou um remaster de Oblivion. E a verdade é que muita coisa foi refeita, sim, mas não o suficiente. A iluminação é moderna, e impressiona. Os NPCs, por outro lado, continuam super feios e pouco animados. O combate continua como sempre foi: péssimo, e sem impacto algum.
Talvez o principal fator imperdoável seja a performance. Este é um jogo de 2006 rodando em 2025 no Xbox Series X. Mesmo assim, ele tem modos de performance e qualidade. Pior, nenhum dos dois é aceitável. Sim, o básico é que o primeiro roda a 60 fps e o outro a 30, mas é extremamente instável, com quedas frequentes e incômodas. Quando você fica perto de fogo, por exemplo, o jogo vira literalmente um slideshow. É meio bizarro pensar que a mesma empresa acabou de lançar Doom The Dark Ages, que é muito mais bonito que este e roda lisinho, mas aí provavelmente entra a mágica da Id Software.
UM RPG ELABORADO
Cá entre nós, este estilo de RPG complicado, cheio de estatísticas, opções e limite de inventário nunca fez minha cabeça. Mas é fácil ver porque Oblivion fez tanto sucesso em 2006. O jogo é mágico, te coloca em um mundo com várias possibilidades e permite que você explore e faça o que quiser. Eu lembro bem como isso era impressionante em 2006. A questão é que hoje em dia temos muitos jogos que oferecem tudo isso e são feitos com muito mais cuidado (alguns da própria Bethesda).
A gota d’água para mim foi justamente este famoso “jank“. Eu estava fazendo um quest da campanha, e meu objetivo era seguir um caboclo e ajudá-lo a vencer todos os inimigos. Vencemos todos, mas ele aparentemente não percebeu. Ficou parado no meio da tela, e falar com ele ativava apenas um grito de batalha. Salvei, restaurei, fechei o jogo e abri de novo. Sempre igual. Eu não podia continuar a missão sem este NPC. Meu jogo quebrou. Poderia, sim, restaurar um save anterior, mas já estava tão cansado de Oblivion Remastered a essa altura que decidi encerrar por aqui a jogar a missão inteira de novo.
É meio imperdoável ainda rolar este tipo de coisa em um jogo lançado em 2006 e relançado em 2025, não? Oblivion precisava de mais do que um simples tapa visual para se manter relevante em 2025. Mas infelizmente, isso foi tudo que ele recebeu. E, como tal, se você não tem memória afetiva ou interesse histórico no jogo, simplesmente existem coisas melhores oferecendo as mesmas coisas com mais qualidade.